Câmara Corporativa: A independência dos magistrados [2]

03-07-2011
marcar artigo


Conselheiro de Marques Mendespara as questões da justiçaAinda sobre a independência da magistratura judicial e a autonomia do Ministério Público, vale a pena ler com atenção a notícia de Licínio Lima no DN de hoje [p. 11, sem link] sobre o presidente vitalício Cluny.Todos já sabíamos que Cluny foi militante comunista e controleiro da UEC. Todos sabíamos também que continuava a ser um compagnon de route do PCP já como magistrado, o que é de duvidosa conveniência.Mas a grande novidade surge agora, quando se revela que Cluny é conselheiro de Marques Mendes em matéria de justiça. Nada mau: em part-time, o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, que nunca foi notícia pelo trabalho desenvolvido no Tribunal de Contas [cf. aqui e aqui], e que é pago pelo Estado para fazer parte de uma magistratura autónoma, divide o seu tempo entre um sindicato, que se dedica, em exclusivo, à conspirata política, e a assessoria ao líder da Oposição.Esta notícia, confirmada pelo próprio Cluny (que apenas tem o decoro de referir que as consultas têm lugar por iniciativa de Marques Mendes), não causa espanto. O presidente vitalício do SMMP, desencantado com os amanhãs que cantam, desde há muito acompanha dirigentes do PSD, recebendo a bênção do Opus Dei e de certos sectores da banca (como as simpáticas alusões no Sol o demonstram).A entrada do PSD neste pacote é perfeitamente natural. Natural é também que Cluny continue a dedicar-se a tudo menos às suas funções de magistrado. Ataca o Código das Custas, ataca o Conselho Superior de Investigação Criminal antes de ser criado, ataca a lei de política criminal e por aí fora. O que Cluny pretende sempre é pressionar o poder político e o procurador-geral da República — a todo o tempo em nome da autonomia do Ministério Público.Até quando abusarás tu, Cluny, da nossa paciência?


Conselheiro de Marques Mendespara as questões da justiçaAinda sobre a independência da magistratura judicial e a autonomia do Ministério Público, vale a pena ler com atenção a notícia de Licínio Lima no DN de hoje [p. 11, sem link] sobre o presidente vitalício Cluny.Todos já sabíamos que Cluny foi militante comunista e controleiro da UEC. Todos sabíamos também que continuava a ser um compagnon de route do PCP já como magistrado, o que é de duvidosa conveniência.Mas a grande novidade surge agora, quando se revela que Cluny é conselheiro de Marques Mendes em matéria de justiça. Nada mau: em part-time, o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, que nunca foi notícia pelo trabalho desenvolvido no Tribunal de Contas [cf. aqui e aqui], e que é pago pelo Estado para fazer parte de uma magistratura autónoma, divide o seu tempo entre um sindicato, que se dedica, em exclusivo, à conspirata política, e a assessoria ao líder da Oposição.Esta notícia, confirmada pelo próprio Cluny (que apenas tem o decoro de referir que as consultas têm lugar por iniciativa de Marques Mendes), não causa espanto. O presidente vitalício do SMMP, desencantado com os amanhãs que cantam, desde há muito acompanha dirigentes do PSD, recebendo a bênção do Opus Dei e de certos sectores da banca (como as simpáticas alusões no Sol o demonstram).A entrada do PSD neste pacote é perfeitamente natural. Natural é também que Cluny continue a dedicar-se a tudo menos às suas funções de magistrado. Ataca o Código das Custas, ataca o Conselho Superior de Investigação Criminal antes de ser criado, ataca a lei de política criminal e por aí fora. O que Cluny pretende sempre é pressionar o poder político e o procurador-geral da República — a todo o tempo em nome da autonomia do Ministério Público.Até quando abusarás tu, Cluny, da nossa paciência?

marcar artigo