Infiltrados e Provocadores: Prenúncio do Fascismo

07-11-2013
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O Renato trouxe-nos, e em boa hora, a prova cabal da existência de agentes infiltrados e provocadores na Manifestação de 24 de Novembro, caso ainda subsistissem duvidas. A tarefa de delação e ostracização publica dos agentes que se prestam a este papel deve continuar mas a montante, existem duvidas e inquietações que são, inevitavelmente, levantadas por este facto.

Em primeiro lugar, de onde vêm estes agentes? Qual o corpo de segurança que forma agentes não apenas para se infiltrarem mas para, acima de tudo, acicatarem os ânimos em acções de massas numa clara tentativa de provocar a sua descredibilização ou servir de pretexto para intervenções musculadas do Corpo de Intervenção? Depende de quem na hierarquia politico-policial?

Em segundo lugar, existindo estes infiltrados provocadores, a sua à rea de intervenção resume-se às acções de massas ou existe um corpo policial que tenta infiltrar-se nas suas organizações e/ou assembleias e similares? Sendo mais claro, até onde vai a infiltração policial? Aos ditos movimentos inorgânicos como o M12M ou o 15Outubro? Aos movimentos de utentes dos serviços publicos? A grupos como os Precários Inflexiveis ou os FERVE? Ao movimento associativo, por exemplo, do ensino superior? Aos sindicatos? Ao PCP ou ao BE? Aonde estão? Aonde querem chegar?

Em terceiro lugar, quem os informa? Ou seja, dentro dos serviços de informação quem produz a informação necessária para saber qual é o tipo de intervenção que as forças policiais infiltradas tomarão como prioritária? São movidos pela oportunidade ou existe uma estratégia definida?

Por ultimo, e mais importante que tudo, quem decide, quem é que conhece e quem orienta? O Ministro da Administração Interna tem assobiado para o ar e a grande maioria dos media tem bloqueado as denuncias sobre os agentes infiltrados na manifestação. Já sabemos que o cão bem treinado não precisa de trela, obedece sempre à voz de comando. Mas a questão principal é saber onde está a origem, onde está a responsabilidade politica pela definição, ela também politica, da infiltração e provocação como modus operandi da policia. Sem estes esclarecimentos, sem este necessário aprofundamento do conhecimento da actuação de todas as forças policiais e de informação e em toda a sua extensão, é o próprio estado de direito que está em causa. Um estado que vigia, infiltra-se e tenta destabilizar organizações politicas e a sua dinâmica só tem um nome: fascista.

PS: Como nota de rodapé, gostaria de expressar o meu profundo desagrado com a intervenção de alguns hackers que expuseram a vida pessoal de mais de uma centena de agentes da PSP. Esta exposição não obedeceu a nenhum tipo de critério, os agentes expostos não estarão envolvidos em tácticas de infiltração nem de provocação e provavelmente, entre eles, existirão camaradas que estão deste lado da luta, mesmo com uniforme. Porque os há, estão organizados e intervêm.

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O Renato trouxe-nos, e em boa hora, a prova cabal da existência de agentes infiltrados e provocadores na Manifestação de 24 de Novembro, caso ainda subsistissem duvidas. A tarefa de delação e ostracização publica dos agentes que se prestam a este papel deve continuar mas a montante, existem duvidas e inquietações que são, inevitavelmente, levantadas por este facto.

Em primeiro lugar, de onde vêm estes agentes? Qual o corpo de segurança que forma agentes não apenas para se infiltrarem mas para, acima de tudo, acicatarem os ânimos em acções de massas numa clara tentativa de provocar a sua descredibilização ou servir de pretexto para intervenções musculadas do Corpo de Intervenção? Depende de quem na hierarquia politico-policial?

Em segundo lugar, existindo estes infiltrados provocadores, a sua à rea de intervenção resume-se às acções de massas ou existe um corpo policial que tenta infiltrar-se nas suas organizações e/ou assembleias e similares? Sendo mais claro, até onde vai a infiltração policial? Aos ditos movimentos inorgânicos como o M12M ou o 15Outubro? Aos movimentos de utentes dos serviços publicos? A grupos como os Precários Inflexiveis ou os FERVE? Ao movimento associativo, por exemplo, do ensino superior? Aos sindicatos? Ao PCP ou ao BE? Aonde estão? Aonde querem chegar?

Em terceiro lugar, quem os informa? Ou seja, dentro dos serviços de informação quem produz a informação necessária para saber qual é o tipo de intervenção que as forças policiais infiltradas tomarão como prioritária? São movidos pela oportunidade ou existe uma estratégia definida?

Por ultimo, e mais importante que tudo, quem decide, quem é que conhece e quem orienta? O Ministro da Administração Interna tem assobiado para o ar e a grande maioria dos media tem bloqueado as denuncias sobre os agentes infiltrados na manifestação. Já sabemos que o cão bem treinado não precisa de trela, obedece sempre à voz de comando. Mas a questão principal é saber onde está a origem, onde está a responsabilidade politica pela definição, ela também politica, da infiltração e provocação como modus operandi da policia. Sem estes esclarecimentos, sem este necessário aprofundamento do conhecimento da actuação de todas as forças policiais e de informação e em toda a sua extensão, é o próprio estado de direito que está em causa. Um estado que vigia, infiltra-se e tenta destabilizar organizações politicas e a sua dinâmica só tem um nome: fascista.

PS: Como nota de rodapé, gostaria de expressar o meu profundo desagrado com a intervenção de alguns hackers que expuseram a vida pessoal de mais de uma centena de agentes da PSP. Esta exposição não obedeceu a nenhum tipo de critério, os agentes expostos não estarão envolvidos em tácticas de infiltração nem de provocação e provavelmente, entre eles, existirão camaradas que estão deste lado da luta, mesmo com uniforme. Porque os há, estão organizados e intervêm.

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