Costa não se demite e traça “linhas vermelhas” a um novo Governo da coligação

05-10-2015
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“Não contem com o PS para viabilizar políticas que não são nossas nem formar maiorias negativas”, disse o líder do PS, num recado para a direita e esquerda

"Manifestamente, não me demito", respondeu António Costa a uma pergunta de um jornalista a propósito do seu futuro. Mas não será também "um problema" para o PS.

"Nunca faltei quando foi preciso", disse o secretário-geral na conferencia de imprensa no hotel Altis, no final da noite eleitoral, assumindo por inteiro "pessoal e politicamente" a derrota do partido nas eleições

Se o líder do PS quis assim marcar posição antecipada em relação àqueles que esta noite já lhe "pediam a pele", lembrando a forma como desafiou António José Seguro depois da vitória "poucochinha" das europeias, não deixou de vincar também que o "ónus da governabilidade" está com a coligação.

Rui Duarte Silva

Há um novo quadro no país

"A coligação tem de ter consciência de que há um novo quadro e não pode continuar a governar como se nada tivesse acontecido", advertiu porém o líder do PS, ao mesmo tempo que não se comprometeu com a viabilização do orçamento.

"A pergunta é interessante e pertinente, mas infelizmente é extemporânea", afirmou António Costa, considerando que "há várias outras perguntas que se hão de colocar até chegar ao momento da discussão do orçamento de Estado.

Quanto a assegurar condições de governabilidade a um novo Governo, Costa traçou as suas linhas vermelhas: "ficou claro para todos qual é a posição do Partido Socialista, própria de um partido responsável, partido eleito com base num programa, que assumiu perante os seus eleitores o compromisso de o defender", afirmou, para sublinhar que "ninguém pode contar com o PS para viabilizar políticas contrárias às defendidas pelo PS".

Ao mesmo tempo, Costa disse que o PS assume "plena responsabilidade de garantir que a vontade dos portugueses não se perca na ingovernabilidade, nem no vazio ou no alheamento", lembrando que o seu partido levará em conta o mandato que recebeu dos eleitores para concretizar os "objetivos essenciais" do seu programa.

Jose Carlos Carvalho

Não a maiorias negativas

Mas o líder socialista negou-se também a formar "maiorias negativas", numa resposta ao PC e ao BE que o desafiaram a formar governo baseado numa maioria de esquerda.

"O PS não contribuirá para maiorias negativas que criem obstáculos e que não contribuam para gerar alternativas credíveis de governo", afirmou, sublinhando que o seu partido é defensor de "moções construtivas", pelo que "ninguém conte connosco para viabilizar a prossecução pela coligação da sua política como se fosse a nossa, nem conte com o PS para sermos só uma maioria do contra sem condições para criar um alternativa de governo".

Entre os objetivos da próprio programa do PS, Costa citou o "virar de página da política de austeridade, assente na estratégia de empobrecimento", a defesa do estado social e dos serviços públicos, na segurança social, educação e saúde, o relançar do crescimento da ciência e da inovação e o respeito pelos compromissos europeus de Portugal.

Estes são, para já, os planos de Costa. Resta saber se o partido, desiludido, magoado e, parte dele, ressabiado, lhe dá oportunidade para os levar a cabo. Terça-feira, anunciou, será a reunião da Comissão Política que analisará a situação. Mas provavelmente, até lá, haverá quem o desafie.

“Não contem com o PS para viabilizar políticas que não são nossas nem formar maiorias negativas”, disse o líder do PS, num recado para a direita e esquerda

"Manifestamente, não me demito", respondeu António Costa a uma pergunta de um jornalista a propósito do seu futuro. Mas não será também "um problema" para o PS.

"Nunca faltei quando foi preciso", disse o secretário-geral na conferencia de imprensa no hotel Altis, no final da noite eleitoral, assumindo por inteiro "pessoal e politicamente" a derrota do partido nas eleições

Se o líder do PS quis assim marcar posição antecipada em relação àqueles que esta noite já lhe "pediam a pele", lembrando a forma como desafiou António José Seguro depois da vitória "poucochinha" das europeias, não deixou de vincar também que o "ónus da governabilidade" está com a coligação.

Rui Duarte Silva

Há um novo quadro no país

"A coligação tem de ter consciência de que há um novo quadro e não pode continuar a governar como se nada tivesse acontecido", advertiu porém o líder do PS, ao mesmo tempo que não se comprometeu com a viabilização do orçamento.

"A pergunta é interessante e pertinente, mas infelizmente é extemporânea", afirmou António Costa, considerando que "há várias outras perguntas que se hão de colocar até chegar ao momento da discussão do orçamento de Estado.

Quanto a assegurar condições de governabilidade a um novo Governo, Costa traçou as suas linhas vermelhas: "ficou claro para todos qual é a posição do Partido Socialista, própria de um partido responsável, partido eleito com base num programa, que assumiu perante os seus eleitores o compromisso de o defender", afirmou, para sublinhar que "ninguém pode contar com o PS para viabilizar políticas contrárias às defendidas pelo PS".

Ao mesmo tempo, Costa disse que o PS assume "plena responsabilidade de garantir que a vontade dos portugueses não se perca na ingovernabilidade, nem no vazio ou no alheamento", lembrando que o seu partido levará em conta o mandato que recebeu dos eleitores para concretizar os "objetivos essenciais" do seu programa.

Jose Carlos Carvalho

Não a maiorias negativas

Mas o líder socialista negou-se também a formar "maiorias negativas", numa resposta ao PC e ao BE que o desafiaram a formar governo baseado numa maioria de esquerda.

"O PS não contribuirá para maiorias negativas que criem obstáculos e que não contribuam para gerar alternativas credíveis de governo", afirmou, sublinhando que o seu partido é defensor de "moções construtivas", pelo que "ninguém conte connosco para viabilizar a prossecução pela coligação da sua política como se fosse a nossa, nem conte com o PS para sermos só uma maioria do contra sem condições para criar um alternativa de governo".

Entre os objetivos da próprio programa do PS, Costa citou o "virar de página da política de austeridade, assente na estratégia de empobrecimento", a defesa do estado social e dos serviços públicos, na segurança social, educação e saúde, o relançar do crescimento da ciência e da inovação e o respeito pelos compromissos europeus de Portugal.

Estes são, para já, os planos de Costa. Resta saber se o partido, desiludido, magoado e, parte dele, ressabiado, lhe dá oportunidade para os levar a cabo. Terça-feira, anunciou, será a reunião da Comissão Política que analisará a situação. Mas provavelmente, até lá, haverá quem o desafie.

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