Assis e Zorrinho candidatos nas eleições europeias

17-08-2014
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Foi o primeiro teste à liderança socialista de António José Seguro. E foi reconhecido no interior do PS que a direcção saiu "reforçada" destas eleições autárquicas. Esta leitura interna vai permitir ao secretário-geral preparar os próximos embates eleitorais sem ter de olhar por cima do ombro. "Agora é preparar as próximas eleições e aí vamos esmagar", conclui-se no Largo do Rato.

O PS saiu da noite eleitoral de anteontem como o partido com mais votos, mais câmaras e, por conseguinte, com a presidência da ANMP. Foi isso mesmo que o dirigente nacional Miguel Laranjeiro repetiu ontem, no final da reunião do secretariado socialista. "Uma vitória absolutamente inequívoca do PS", disse o secretário nacional, com um "reforço da confiança dos portugueses no PS" e a assunção de uma "esperança de alternativa" para o país.

Nas hostes socialistas impera a percepção de que "não vai haver contestação" à liderança depois dos resultados. Seguro tem agora as condições para tratar dos dois dossiers que estão em cima da mesa: a sucessão de Zorrinho na liderança parlamentar e os candidatos às europeias.

O dossier mais imediato é o da liderança da bancada parlamentar, que já devia ter ido a eleições em Setembro. É dado como adquirido que Carlos Zorrinho, o actual líder parlamentar, não repetirá o cargo. Contactado pelo PÚBLICO, Zorrinho afirmou que, "por enquanto, [a questão da sua saída da liderança da bancada] ainda é um assunto fora da agenda". Alberto Martins, o ex-ministro e socialista que liderou as negociações com o Governo quando Cavaco Silva Silva exigiu uma compromisso entre os partidos, é o nome apontado para a sucessão.

Mas ao que o PÚBLICO apurou, o ex-secretário de Estado poderá mesmo acompanhar Francisco Assis no combate eleitoral por Bruxelas. Assis deverá ser o escolhido para cabeça de lista às europeias pelo PS. Em ambos os casos, a candidatura representa um prémio pelo apoio dado à direcção de Seguro nos últimos anos. No caso de Zorrinho, por ter assumido o cargo num momento difícil para a afirmação de Seguro no interior do partido. Quanto a Francisco Assis, a ida para Bruxelas implica o reconhecimento do seu papel no apaziguamento do partido em Fevereiro, quando António Costa esteve prestes a desafiar Seguro.

Ainda assim, a análise dos resultados eleitorais entre os socialistas não se limita a admitir a vitória "inequívoca" do secretário-geral. Os mais insatisfeitos com a liderança de Seguro concedem a vitória socialista mas de uma forma mais comedida. "O PS tem uma vitória que devia ser fulgurante, mas não chega lá", afirma o deputado José Lello. E não chega devido a escolhas feitas pela direcção na lista de candidatos. Como em Matosinhos, Alcácer do Sal, Grândola, Braga e Loures.

Como tal, como um dirigente socialista admitia, "há muito a fazer ainda para que o PS possa conseguir uma maioria absoluta" nas próximas legislativas. Um "momento decisivo" para que o partido surja como verdadeira alternativa será o da resposta a dar aquando do segundo resgate. Alguns socialistas admitem estar muito atentos à resposta que Seguro dará à troika no momento em que Portugal tenha de negociar um novo pacote. "Alternativa não é aceitar austeridade mas mais devagar", anotam.

Mas a direcção socialista parece estar ainda longe dessa etapa. Ontem, Laranjeiro optou por falar de outros temas. "Passaram já 24 horas e é inaceitável e incompreensível que o processo eleitoral ainda não esteja terminado", disse no Largo do Rato. Tão-pouco quis assumir qualquer passo no processo de escolha para a presidência da Associação Nacional de Municípios Portugueses, que conquistou anteontem. "Temos 150 candidatos", acrescentou Laranjeiro.

Há critérios, contudo, a ter em conta. O prestígio entre os autarcas vai pesar, assim como o facto de não estar no terceiro mandato consecutivo. Implicando assim uma nova geração. António Costa não cumpre todos esses requisitos. Mas Manuel Machado - que foi eleito em Coimbra - e José Luís Carneiro - reeleito em Baião - já enquadram mais no perfil.

Foi o primeiro teste à liderança socialista de António José Seguro. E foi reconhecido no interior do PS que a direcção saiu "reforçada" destas eleições autárquicas. Esta leitura interna vai permitir ao secretário-geral preparar os próximos embates eleitorais sem ter de olhar por cima do ombro. "Agora é preparar as próximas eleições e aí vamos esmagar", conclui-se no Largo do Rato.

O PS saiu da noite eleitoral de anteontem como o partido com mais votos, mais câmaras e, por conseguinte, com a presidência da ANMP. Foi isso mesmo que o dirigente nacional Miguel Laranjeiro repetiu ontem, no final da reunião do secretariado socialista. "Uma vitória absolutamente inequívoca do PS", disse o secretário nacional, com um "reforço da confiança dos portugueses no PS" e a assunção de uma "esperança de alternativa" para o país.

Nas hostes socialistas impera a percepção de que "não vai haver contestação" à liderança depois dos resultados. Seguro tem agora as condições para tratar dos dois dossiers que estão em cima da mesa: a sucessão de Zorrinho na liderança parlamentar e os candidatos às europeias.

O dossier mais imediato é o da liderança da bancada parlamentar, que já devia ter ido a eleições em Setembro. É dado como adquirido que Carlos Zorrinho, o actual líder parlamentar, não repetirá o cargo. Contactado pelo PÚBLICO, Zorrinho afirmou que, "por enquanto, [a questão da sua saída da liderança da bancada] ainda é um assunto fora da agenda". Alberto Martins, o ex-ministro e socialista que liderou as negociações com o Governo quando Cavaco Silva Silva exigiu uma compromisso entre os partidos, é o nome apontado para a sucessão.

Mas ao que o PÚBLICO apurou, o ex-secretário de Estado poderá mesmo acompanhar Francisco Assis no combate eleitoral por Bruxelas. Assis deverá ser o escolhido para cabeça de lista às europeias pelo PS. Em ambos os casos, a candidatura representa um prémio pelo apoio dado à direcção de Seguro nos últimos anos. No caso de Zorrinho, por ter assumido o cargo num momento difícil para a afirmação de Seguro no interior do partido. Quanto a Francisco Assis, a ida para Bruxelas implica o reconhecimento do seu papel no apaziguamento do partido em Fevereiro, quando António Costa esteve prestes a desafiar Seguro.

Ainda assim, a análise dos resultados eleitorais entre os socialistas não se limita a admitir a vitória "inequívoca" do secretário-geral. Os mais insatisfeitos com a liderança de Seguro concedem a vitória socialista mas de uma forma mais comedida. "O PS tem uma vitória que devia ser fulgurante, mas não chega lá", afirma o deputado José Lello. E não chega devido a escolhas feitas pela direcção na lista de candidatos. Como em Matosinhos, Alcácer do Sal, Grândola, Braga e Loures.

Como tal, como um dirigente socialista admitia, "há muito a fazer ainda para que o PS possa conseguir uma maioria absoluta" nas próximas legislativas. Um "momento decisivo" para que o partido surja como verdadeira alternativa será o da resposta a dar aquando do segundo resgate. Alguns socialistas admitem estar muito atentos à resposta que Seguro dará à troika no momento em que Portugal tenha de negociar um novo pacote. "Alternativa não é aceitar austeridade mas mais devagar", anotam.

Mas a direcção socialista parece estar ainda longe dessa etapa. Ontem, Laranjeiro optou por falar de outros temas. "Passaram já 24 horas e é inaceitável e incompreensível que o processo eleitoral ainda não esteja terminado", disse no Largo do Rato. Tão-pouco quis assumir qualquer passo no processo de escolha para a presidência da Associação Nacional de Municípios Portugueses, que conquistou anteontem. "Temos 150 candidatos", acrescentou Laranjeiro.

Há critérios, contudo, a ter em conta. O prestígio entre os autarcas vai pesar, assim como o facto de não estar no terceiro mandato consecutivo. Implicando assim uma nova geração. António Costa não cumpre todos esses requisitos. Mas Manuel Machado - que foi eleito em Coimbra - e José Luís Carneiro - reeleito em Baião - já enquadram mais no perfil.

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