O Cachimbo de Magritte: Novas narrativas, novos protagonistas

27-01-2012
marcar artigo


Embora possa parecer, este post não é uma resposta ao texto abaixo do camarada Pedro Pestana Bastos. Mas o dia foi profissionalmente intenso e só agora tenho tempo de escrever. Não posso deixar de comentar aqui a entrevista de Alexandre Relvas ao jornal i, este Sábado. Ainda por cima quando se fala por lá de três cachimbos, mencionados como novos valores a colaborar com o Instituto Sá Carneiro. Sublinho a densidade política e o cariz social do discurso de Alexandre Relvas, em contraste com o estilo receita-pronta-versão-powerpoint de alguns gestores portugueses ligados ao Compromisso Portugal. Mas sobretudo impressiona o modo directo e claro de responder, nada habitual nos políticos portugueses, apontando algumas áreas de "clivagem total" entre o PS e o PSD:Visão do Estado e da sociedade civil. "O PSD valoriza a sociedade civil. Acreditamos nas pessoas, na liberdade para construírem com autonomia o seu destino. Mais que no Estado, acreditamos na iniciativa e na capacidade dos cidadãos e das empresas para garantir o nosso futuro."Igualitarismo vs igualdade de oportunidades: "Repare na profunda injustiça social que é a pobreza infantil, o abandono escolar, o primeiro emprego dos jovens... barreiras que limitam significativamente a igualdade de oportunidades em Portugal".Propostas fracturantes vs valorização da família: "Tentativa de nos fazer evoluir legalmente em termos de costumes. (...) O PSD contrapõe a valorização da família, que é, em todas as suas dimensões, o suporte base da sociedade. O que tem, por exemplo, impacto em termos das políticas sociais, para tentar reduzir a institucionalização com novas formas de intervenção da família. O que nos leva também a dar valor à natalidade, que tem caído drasticamente. Em 2007, a natalidade foi pela primeira vez mais baixa que a mortalidade. Nasceram 102 mil pessoas. Em 1980 nasceram 160 mil. É mais importante falar da natalidade para o futuro do país, ou promover propostas fracturantes?"Sustentabilidade: "É preciso medir as consequências a médio e longo prazo das decisões tomadas -e não me refiro apenas aos investimentos públicos-, cujo custo irá cair sobre as próximas gerações. Já vamos deixar aos nossos filhos um país pouco competitivo e com uma população com um nível muito limitado de educação: 57% dos portugueses têm apenas o ensino primário e só 31% completaram o secundário. Nos últimos anos aumentámos significativamente o endividamento face ao exterior. É necessária uma nova perspectiva do contrato intergerações no nosso país."


Embora possa parecer, este post não é uma resposta ao texto abaixo do camarada Pedro Pestana Bastos. Mas o dia foi profissionalmente intenso e só agora tenho tempo de escrever. Não posso deixar de comentar aqui a entrevista de Alexandre Relvas ao jornal i, este Sábado. Ainda por cima quando se fala por lá de três cachimbos, mencionados como novos valores a colaborar com o Instituto Sá Carneiro. Sublinho a densidade política e o cariz social do discurso de Alexandre Relvas, em contraste com o estilo receita-pronta-versão-powerpoint de alguns gestores portugueses ligados ao Compromisso Portugal. Mas sobretudo impressiona o modo directo e claro de responder, nada habitual nos políticos portugueses, apontando algumas áreas de "clivagem total" entre o PS e o PSD:Visão do Estado e da sociedade civil. "O PSD valoriza a sociedade civil. Acreditamos nas pessoas, na liberdade para construírem com autonomia o seu destino. Mais que no Estado, acreditamos na iniciativa e na capacidade dos cidadãos e das empresas para garantir o nosso futuro."Igualitarismo vs igualdade de oportunidades: "Repare na profunda injustiça social que é a pobreza infantil, o abandono escolar, o primeiro emprego dos jovens... barreiras que limitam significativamente a igualdade de oportunidades em Portugal".Propostas fracturantes vs valorização da família: "Tentativa de nos fazer evoluir legalmente em termos de costumes. (...) O PSD contrapõe a valorização da família, que é, em todas as suas dimensões, o suporte base da sociedade. O que tem, por exemplo, impacto em termos das políticas sociais, para tentar reduzir a institucionalização com novas formas de intervenção da família. O que nos leva também a dar valor à natalidade, que tem caído drasticamente. Em 2007, a natalidade foi pela primeira vez mais baixa que a mortalidade. Nasceram 102 mil pessoas. Em 1980 nasceram 160 mil. É mais importante falar da natalidade para o futuro do país, ou promover propostas fracturantes?"Sustentabilidade: "É preciso medir as consequências a médio e longo prazo das decisões tomadas -e não me refiro apenas aos investimentos públicos-, cujo custo irá cair sobre as próximas gerações. Já vamos deixar aos nossos filhos um país pouco competitivo e com uma população com um nível muito limitado de educação: 57% dos portugueses têm apenas o ensino primário e só 31% completaram o secundário. Nos últimos anos aumentámos significativamente o endividamento face ao exterior. É necessária uma nova perspectiva do contrato intergerações no nosso país."

marcar artigo