Em plena silly season nada melhor do que mais umas imagens de pancadaria num parlamento de uma "democracia emergente". Como os leitores do Cachimbo têm o direito - e o interesse - de compreender as razões de outro momento glorioso do parlamento da Coreia do Sul (é pratica comum: a última sessão de porrada foi apenas há uns meses), seguiu um enviado especial para Seul que, em princípio, já não volta mais.E o motivo é sério. O presidente Lee Myung-Bak, eleito há ano e meio, é considerado um businessman pragmático e, entre coisas, acabou com a "sunshine policy" - a política de abertura em relação à Coreia do Norte preconizada pelo seu antecessor - exigindo o fim do programa nuclear dos seus vizinhos (A reacção do Norte foi o que se sabe: mísseis , satellites, testes etc.).Um outro ponto ultra sensível da agenda de Myung-Bak é a relação do Estado com os media e os limites à sua propriedade - O presidente tem sido acusado de mudar as chefias dos medias do estado e de exercer pressão sobre os grupos privados. Uma tentação universal - familiar entre nós - que originou também uma proposta para voltar a permitir que os grandes conglomerados detenham televisões (há umas imagens celebres do Chairman Lee, da Samsung, a chorar quando teve que vender a "sua" televisão nos anos 80).Esta proposta foi discutida no parlamento durante 8 meses e, previsivelmente, não se chegou a nenhum acordo. Ontem o Great National Party, partido do Presidente e com a maioria no Parlamento, levou de surpresa esta proposta a votação. A oposição, o Democratic Party, reagiu e tentou impedir a entrada dos deputados na câmara principal para se atingir o quórum (com cordas e correntes). Foi neste momento que comecou a porrada. A lei acabou por passar no meio de muita gritaria e confusão mas muitos dizem que não estavam presentes os 148 deputados necessários. Obviamente a coisa não fica por aqui.
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Em plena silly season nada melhor do que mais umas imagens de pancadaria num parlamento de uma "democracia emergente". Como os leitores do Cachimbo têm o direito - e o interesse - de compreender as razões de outro momento glorioso do parlamento da Coreia do Sul (é pratica comum: a última sessão de porrada foi apenas há uns meses), seguiu um enviado especial para Seul que, em princípio, já não volta mais.E o motivo é sério. O presidente Lee Myung-Bak, eleito há ano e meio, é considerado um businessman pragmático e, entre coisas, acabou com a "sunshine policy" - a política de abertura em relação à Coreia do Norte preconizada pelo seu antecessor - exigindo o fim do programa nuclear dos seus vizinhos (A reacção do Norte foi o que se sabe: mísseis , satellites, testes etc.).Um outro ponto ultra sensível da agenda de Myung-Bak é a relação do Estado com os media e os limites à sua propriedade - O presidente tem sido acusado de mudar as chefias dos medias do estado e de exercer pressão sobre os grupos privados. Uma tentação universal - familiar entre nós - que originou também uma proposta para voltar a permitir que os grandes conglomerados detenham televisões (há umas imagens celebres do Chairman Lee, da Samsung, a chorar quando teve que vender a "sua" televisão nos anos 80).Esta proposta foi discutida no parlamento durante 8 meses e, previsivelmente, não se chegou a nenhum acordo. Ontem o Great National Party, partido do Presidente e com a maioria no Parlamento, levou de surpresa esta proposta a votação. A oposição, o Democratic Party, reagiu e tentou impedir a entrada dos deputados na câmara principal para se atingir o quórum (com cordas e correntes). Foi neste momento que comecou a porrada. A lei acabou por passar no meio de muita gritaria e confusão mas muitos dizem que não estavam presentes os 148 deputados necessários. Obviamente a coisa não fica por aqui.