Seis razões para os mercados castigarem Madrid

01-07-2012
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Saiba por que os investidores continuam a castigar Espanha.

Com o resultado das eleições gregas, que deram a vitória aos partidos do ‘Sim' ao euro, seria de esperar uma trégua dos mercados já que um dos focos de incerteza foi eliminado. No entanto, Espanha parece ser o novo foco das atenções. Porquê?

Falta concretizar as condições da ajuda à banca

Ainda não foram definidas as regras e as condições do resgate à banca espanhola. Caso o empréstimo seja concedido através do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) estes credores terão prioridade na cobrança da dívida sobre os detentores de dívida pública. Além disso, ainda não estão claramente definidos os prazos e as taxas de juro do empréstimo.

Dúvidas sobre as necessidades de capital

As auditoras Oliver Wyman e Roland Berger vão revelar amanhã as necessidades de capital da banca espanhola. Fala-se em 60 mil milhões, mas Bruxelas disponibilizou cem mil milhões. Já as auditorias às contas dos 14 principais grupos bancários espanhóis só serão conhecidas em no final de Julho.

FMI exige a rajoy novas medidas de ajustamento

O Fundo defende que Espanha deve adoptar novas medidas de ajustamento, nomeadamente uma subida do IVA este ano e uma redução dos salários dos funcionários públicos. Além destas recomendações, num outro documento de trabalho avança com sugestões como a criação de um contrato de trabalho único indefinido com uma indemnização progressiva ou a eliminação da actualização automática dos salários, tudo porque segundo a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, a reforma do mercado de trabalho ficou aquém do desejado.

Incertezas em torno da colocação de dívida

A emissão de ontem fez soar as campainhas de alarme, depois dos juros das obrigações espanholas a dez anos terem já terem ultrapassado na segunda-feira a mítica barreira dos 7% - limite a partir do qual se considera que os países devem precisar de ajuda. A emissão de Obrigações amanhã poderá ser uma prova de fogo e, alguns analistas de mercado até avançaram a hipótese de Madrid desistir do leilão. A dúvida persiste: será que Espanha não será forçada a pedir um resgate financeiro para toda a economia e não apenas para a banca? A situação financeira das regiões espanholas está longe de ser saudável. A ajuda ao sector bancário vai deteriorar as contas públicas - no mínimo um agravamento da dívida pública em dez pontos percentuais - diminuindo a margem do Executivo em lançar medidas de apoio ao crescimento que impliquem um aumento da despesa do Estado.

Ameaça das agências de ‘rating'

A Moody's deu o mote ao cortar o ‘rating' de Espanha para Baa3, a um nível do lixo, devido ao impacto que o resgate da banca vai ter na dívida pública. Com esta decisão arrastou bancos e empresas, que agora têm mais dificuldade em se financiar. A S&P disse ontem que o corte para lixo não é inevitável, mas com a economia em recessão dificilmente se consegue melhorar as contas públicas, nomeadamente a trajectória ascendente da dívida.

Eleições na grécia só compraram tempo

A vitória da Nova Democracia e até a formação de um Governo de base alargada não resolveram os problemas na Grécia. Evitaram, claro, o cenário mais catastrófico que poderia precipitar um desmembramento da zona euro, mas há um duro pacote de medidas a adoptar (ainda que possa haver ajustamentos) em troca do pagamento das várias tranches da ajuda e nada garante a sua integral aplicação. Alguns analistas ainda avançam com 50 a 75% de hipóteses de Atenas sair do euro.

Saiba por que os investidores continuam a castigar Espanha.

Com o resultado das eleições gregas, que deram a vitória aos partidos do ‘Sim' ao euro, seria de esperar uma trégua dos mercados já que um dos focos de incerteza foi eliminado. No entanto, Espanha parece ser o novo foco das atenções. Porquê?

Falta concretizar as condições da ajuda à banca

Ainda não foram definidas as regras e as condições do resgate à banca espanhola. Caso o empréstimo seja concedido através do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) estes credores terão prioridade na cobrança da dívida sobre os detentores de dívida pública. Além disso, ainda não estão claramente definidos os prazos e as taxas de juro do empréstimo.

Dúvidas sobre as necessidades de capital

As auditoras Oliver Wyman e Roland Berger vão revelar amanhã as necessidades de capital da banca espanhola. Fala-se em 60 mil milhões, mas Bruxelas disponibilizou cem mil milhões. Já as auditorias às contas dos 14 principais grupos bancários espanhóis só serão conhecidas em no final de Julho.

FMI exige a rajoy novas medidas de ajustamento

O Fundo defende que Espanha deve adoptar novas medidas de ajustamento, nomeadamente uma subida do IVA este ano e uma redução dos salários dos funcionários públicos. Além destas recomendações, num outro documento de trabalho avança com sugestões como a criação de um contrato de trabalho único indefinido com uma indemnização progressiva ou a eliminação da actualização automática dos salários, tudo porque segundo a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, a reforma do mercado de trabalho ficou aquém do desejado.

Incertezas em torno da colocação de dívida

A emissão de ontem fez soar as campainhas de alarme, depois dos juros das obrigações espanholas a dez anos terem já terem ultrapassado na segunda-feira a mítica barreira dos 7% - limite a partir do qual se considera que os países devem precisar de ajuda. A emissão de Obrigações amanhã poderá ser uma prova de fogo e, alguns analistas de mercado até avançaram a hipótese de Madrid desistir do leilão. A dúvida persiste: será que Espanha não será forçada a pedir um resgate financeiro para toda a economia e não apenas para a banca? A situação financeira das regiões espanholas está longe de ser saudável. A ajuda ao sector bancário vai deteriorar as contas públicas - no mínimo um agravamento da dívida pública em dez pontos percentuais - diminuindo a margem do Executivo em lançar medidas de apoio ao crescimento que impliquem um aumento da despesa do Estado.

Ameaça das agências de ‘rating'

A Moody's deu o mote ao cortar o ‘rating' de Espanha para Baa3, a um nível do lixo, devido ao impacto que o resgate da banca vai ter na dívida pública. Com esta decisão arrastou bancos e empresas, que agora têm mais dificuldade em se financiar. A S&P disse ontem que o corte para lixo não é inevitável, mas com a economia em recessão dificilmente se consegue melhorar as contas públicas, nomeadamente a trajectória ascendente da dívida.

Eleições na grécia só compraram tempo

A vitória da Nova Democracia e até a formação de um Governo de base alargada não resolveram os problemas na Grécia. Evitaram, claro, o cenário mais catastrófico que poderia precipitar um desmembramento da zona euro, mas há um duro pacote de medidas a adoptar (ainda que possa haver ajustamentos) em troca do pagamento das várias tranches da ajuda e nada garante a sua integral aplicação. Alguns analistas ainda avançam com 50 a 75% de hipóteses de Atenas sair do euro.

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