A barbearia do senhor Luís: Avivar a memória para entender [ II

02-07-2011
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(a desenvolver em três textos também a publicar no Eleições2009/o Público)Entendido o que anteriormente foi enunciado fica de imediato igualmente entendida a insensatez dos que ainda não apreenderam a democracia, porque os mandatos são para cumprir e os deputados não são (não têm de ser) mandatários de qualquer Governo, que entendiam que Manuel Alegre deveria ter abandonado a Assembleia da República (e até mesmo sair do PS) no decurso da legislatura que só agora termina com as próximas eleições legislativas.Manuel Alegre defende coisa diferente de Sócrates, não é novidade e a novidade seria se, depois de terminado o Congresso, Alegre não mantivesse coerência no exercício do mandato de deputado que os militantes socialistas e os cidadãos eleitores lhe concederam. Concluindo, Manuel Alegre foi sempre honesto consigo próprio e com o PS e fiel ao mandato em que foi investido.Alegre é um resistente, lê-se no seu passado e confirma-se no seu presente e como acredita que é no sufrágio universal que reside a única legitimidade dos estados democráticos sondou a vontade popular e tendo-se apercebido que havia outras vontades importantes para além das que faziam crer que só Mário Soares e Cavaco Silva estariam em condições de assumir a Presidência da República, aglutinou essas vontades, muitas das quais de seus camaradas de Partido e fez-se contar.O resultado comprovou que a direcção do Partido Socialista incorreu num imenso erro ao tentar impor, contra a vontade dos seus, uma solução comprovadamente inadequada. Nem sequer estava em causa a pessoa de Mário Soares, figura querida de todos os socialistas, mas só o absurdo que esta nova candidatura representava.Enquanto isto, no Grupo Parlamentar e salvo raras excepções, os deputados indicados pela quota de Manuel Alegre ou faziam silêncio ou até passavam a ser os seus maiores detractores.Alegre resistiu mais uma vez. Explicou a quem o quis ouvir que havia, e há, outros caminhos a descobrir. Não só o explicou como o demonstrou apontando soluções e comprovando com a sua participação que pode existir diálogo nas esquerdas para além das mecânicas de coligação.Chegados ao fim deste ciclo e antes de começar o próximo, isto é, antes de se iniciarem as campanhas eleitorais para novo ciclo, Alegre que já não fazia parte, por decisão própria, de qualquer órgão directivo do PS, reuniu-se com os seus camaradas da Corrente de Opinião Socialista (CNOS), falou e escutou, foi mandatado e uma vez mais cumpriu.Na passada sexta-feira reuniu os seus camaradas da CNOS e companheiros do Movimento de Intervenção e Cidadania (MIC) para lhes anunciar o fim de ciclo e reafirmar a sua condição de militante socialista com a mesma coerência de sempre.As palavras finais da sua declaração não deixam dúvidas:Não há ruptura com o PSNão há abdicação nem retirada.Há a decisão de continuar, sob outras formas, o meu combate de sempre pela renovação da vida democrática, pela cidadania e pelo socialismo democrático.LNT[0.391/2009]


(a desenvolver em três textos também a publicar no Eleições2009/o Público)Entendido o que anteriormente foi enunciado fica de imediato igualmente entendida a insensatez dos que ainda não apreenderam a democracia, porque os mandatos são para cumprir e os deputados não são (não têm de ser) mandatários de qualquer Governo, que entendiam que Manuel Alegre deveria ter abandonado a Assembleia da República (e até mesmo sair do PS) no decurso da legislatura que só agora termina com as próximas eleições legislativas.Manuel Alegre defende coisa diferente de Sócrates, não é novidade e a novidade seria se, depois de terminado o Congresso, Alegre não mantivesse coerência no exercício do mandato de deputado que os militantes socialistas e os cidadãos eleitores lhe concederam. Concluindo, Manuel Alegre foi sempre honesto consigo próprio e com o PS e fiel ao mandato em que foi investido.Alegre é um resistente, lê-se no seu passado e confirma-se no seu presente e como acredita que é no sufrágio universal que reside a única legitimidade dos estados democráticos sondou a vontade popular e tendo-se apercebido que havia outras vontades importantes para além das que faziam crer que só Mário Soares e Cavaco Silva estariam em condições de assumir a Presidência da República, aglutinou essas vontades, muitas das quais de seus camaradas de Partido e fez-se contar.O resultado comprovou que a direcção do Partido Socialista incorreu num imenso erro ao tentar impor, contra a vontade dos seus, uma solução comprovadamente inadequada. Nem sequer estava em causa a pessoa de Mário Soares, figura querida de todos os socialistas, mas só o absurdo que esta nova candidatura representava.Enquanto isto, no Grupo Parlamentar e salvo raras excepções, os deputados indicados pela quota de Manuel Alegre ou faziam silêncio ou até passavam a ser os seus maiores detractores.Alegre resistiu mais uma vez. Explicou a quem o quis ouvir que havia, e há, outros caminhos a descobrir. Não só o explicou como o demonstrou apontando soluções e comprovando com a sua participação que pode existir diálogo nas esquerdas para além das mecânicas de coligação.Chegados ao fim deste ciclo e antes de começar o próximo, isto é, antes de se iniciarem as campanhas eleitorais para novo ciclo, Alegre que já não fazia parte, por decisão própria, de qualquer órgão directivo do PS, reuniu-se com os seus camaradas da Corrente de Opinião Socialista (CNOS), falou e escutou, foi mandatado e uma vez mais cumpriu.Na passada sexta-feira reuniu os seus camaradas da CNOS e companheiros do Movimento de Intervenção e Cidadania (MIC) para lhes anunciar o fim de ciclo e reafirmar a sua condição de militante socialista com a mesma coerência de sempre.As palavras finais da sua declaração não deixam dúvidas:Não há ruptura com o PSNão há abdicação nem retirada.Há a decisão de continuar, sob outras formas, o meu combate de sempre pela renovação da vida democrática, pela cidadania e pelo socialismo democrático.LNT[0.391/2009]

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