Cá Calharás: Realismo orçamental: o caso irlandês

21-01-2012
marcar artigo


As comparações entre as políticas económicas dos países podem servir-nos de referência mas não podem ser copiadas ou integralmente reproduzidas porque os países são diferentes e porque os respectivos contextos sociais e económicos são também distintos. Por isso, sempre repudiei há alguns anos atrás, a demagogia de uma certa direita (Miguel Frasquilho e companhia) que apontava como exemplo a seguir o modelo de desenvolvimento irlandês. O modelo tinha notórias virtualidades, mas cada país é um país, é preciso não esquecer.Como é bem assinalado por Vital Moreira ao ilustrar o quadro macroeconómico da Irlanda para 2009, não nos devemos amedrontar pelas novas projecções que o Governo anunciou ontem após o Conselho de Ministros extraordinário, mas também não devemos dar ouvidos às profecias anunciadas pela oposição. A crise supera-se enfrentando as dificuldades uma a uma. Em 2009 exigir-se-á que os portugueses sejam mais solidários e será também exigível uma maior responsabilidade social dos políticos e da sociedade civil. Até porque, há momentos em que a intervenção do Estado atinge os seus limites (o investimento público não pode ser maior e os impostos não ser mais reduzidos), pelo que a sociedade civil e o mundo empresarial têm também eles de saber ajustar-se aos novos tempos.Vejam os números macroeconómicos da Irlanda para 2009: (i) défice 9,5%; (ii) abrandamento económico -4,5%; (iii) desemprego 10%; (iv) baixa do preços das casas em 60% (disponibilizados pelo Financial Times aqui).A prosperidade e o desenvolvimento económico da Irlanda eram tantos que agora se receia que o Fundo Monetário Internacional (sim, aquele que andou por Portugal no final da década de 70, início da década de 80) tenha de intervir naquele país.


As comparações entre as políticas económicas dos países podem servir-nos de referência mas não podem ser copiadas ou integralmente reproduzidas porque os países são diferentes e porque os respectivos contextos sociais e económicos são também distintos. Por isso, sempre repudiei há alguns anos atrás, a demagogia de uma certa direita (Miguel Frasquilho e companhia) que apontava como exemplo a seguir o modelo de desenvolvimento irlandês. O modelo tinha notórias virtualidades, mas cada país é um país, é preciso não esquecer.Como é bem assinalado por Vital Moreira ao ilustrar o quadro macroeconómico da Irlanda para 2009, não nos devemos amedrontar pelas novas projecções que o Governo anunciou ontem após o Conselho de Ministros extraordinário, mas também não devemos dar ouvidos às profecias anunciadas pela oposição. A crise supera-se enfrentando as dificuldades uma a uma. Em 2009 exigir-se-á que os portugueses sejam mais solidários e será também exigível uma maior responsabilidade social dos políticos e da sociedade civil. Até porque, há momentos em que a intervenção do Estado atinge os seus limites (o investimento público não pode ser maior e os impostos não ser mais reduzidos), pelo que a sociedade civil e o mundo empresarial têm também eles de saber ajustar-se aos novos tempos.Vejam os números macroeconómicos da Irlanda para 2009: (i) défice 9,5%; (ii) abrandamento económico -4,5%; (iii) desemprego 10%; (iv) baixa do preços das casas em 60% (disponibilizados pelo Financial Times aqui).A prosperidade e o desenvolvimento económico da Irlanda eram tantos que agora se receia que o Fundo Monetário Internacional (sim, aquele que andou por Portugal no final da década de 70, início da década de 80) tenha de intervir naquele país.

marcar artigo