Semanário O Diabo: Cândida Almeida, procuradora-geral adjunta e directora do DCIAP em entrevista:

20-06-2011
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«Os magistrados, com uma grande fatia de poder, deviam declarar os seus bens» «O MP mete no bolso do Estado biliões de euros por ano» «O conceito de corrupção está ultrapassado. Era isso que o eng.º Cravinho queria alterar (porque assim) ia apanhar muita gente. E se calhar isso não convinha» «O MP está desanimado e descrente»Excerto da entrevista conduzida pelos jornalistas João Naia e Ana Clara:O DIABO: Criou-se muito na opinião pública a ideia de que as alterações às leis penais surgiram para servir um caso concreto: o Casa Pia. Concorda com esta ideia?Já ouvi essa ideia, até mesmo em seminários, pessoas importantes a dizer isso, que estas reformas têm o selo da «Casa Pia». Mas eu penso que não.Porquê?Porque eu já tinha visto projectos anteriores. Têm a ver é com uma ideia de pessoas que não estão nos tribunais.Teóricos, portanto.Sim. Eu sei que na própria Comissão estava lá um magistrado representando Y ou X. Mas vamos ver o que dizem as actas quando forem publicadas. E o que sei dos colegas que lá estavam é que não estariam de acordo, sobretudo o MP. Depois, as restantes pessoas querem realmente dar resposta à exigência do povo português, porque isto tem também um pouco de populismo e demagogia. Ou seja, querem responder à população e aos críticos que dizem que é preciso uma Justiça rápida. Mas a verdade é que isso não há em sítio nenhum. O único lugar em que isso se verifica é nos EUA. Porquê? Porque o MP pode negociar.(mais na edição 1672 em papel de 13 de Janeiro de 2009)

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«Os magistrados, com uma grande fatia de poder, deviam declarar os seus bens» «O MP mete no bolso do Estado biliões de euros por ano» «O conceito de corrupção está ultrapassado. Era isso que o eng.º Cravinho queria alterar (porque assim) ia apanhar muita gente. E se calhar isso não convinha» «O MP está desanimado e descrente»Excerto da entrevista conduzida pelos jornalistas João Naia e Ana Clara:O DIABO: Criou-se muito na opinião pública a ideia de que as alterações às leis penais surgiram para servir um caso concreto: o Casa Pia. Concorda com esta ideia?Já ouvi essa ideia, até mesmo em seminários, pessoas importantes a dizer isso, que estas reformas têm o selo da «Casa Pia». Mas eu penso que não.Porquê?Porque eu já tinha visto projectos anteriores. Têm a ver é com uma ideia de pessoas que não estão nos tribunais.Teóricos, portanto.Sim. Eu sei que na própria Comissão estava lá um magistrado representando Y ou X. Mas vamos ver o que dizem as actas quando forem publicadas. E o que sei dos colegas que lá estavam é que não estariam de acordo, sobretudo o MP. Depois, as restantes pessoas querem realmente dar resposta à exigência do povo português, porque isto tem também um pouco de populismo e demagogia. Ou seja, querem responder à população e aos críticos que dizem que é preciso uma Justiça rápida. Mas a verdade é que isso não há em sítio nenhum. O único lugar em que isso se verifica é nos EUA. Porquê? Porque o MP pode negociar.(mais na edição 1672 em papel de 13 de Janeiro de 2009)

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