Reacções dos partidos à avaliação da troika

17-03-2012
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PS insiste no da sobretaxa no subsídio de Natal

O PS congratulou-se com a avaliação positiva feita pela troika ao cumprimento do programa de assistência financeira por Portugal, mas considerou provada a ausência de necessidade da sobretaxa este ano aplicada ao subsídio de Natal. A posição dos socialistas foi assumida pelo líder parlamentar, Carlos Zorrinho, que fez várias críticas ao Governo.

“Queremos lembrar que o Governo é o representante de Portugal junto da troika e não o representante da troika junto de Portugal. As duas conferências de imprensa [Governo e troika] não deixaram bem marcada essa diferença”, sustentou, referindo-se à conferência do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, que precedeu a apresentação das conclusões pelos representantes da Comissão Europeia, do FMI e do BCE.

Segundo Carlos Zorrinho, hoje mesmo ficou-se a saber que “a sobretaxa de 50 por cento a aplicar este ano ao subsídio de natal - medida com um forte impacto recessivo -, não teria sido necessária”. “Portanto, não faz sentido o Governo ir para além da ´troika´, faz antes sentido Portugal ser firme no cumprimento dos objectivos. O PS tudo fará para que Orçamento do Estado para 2012 seja o menos injusto possível”, acrescentou.

PSD diz ser preciso “manter rigor, exigência e verdade”

O PSD manifestou hoje satisfação pela “avaliação positiva”, sublinhando contudo que é preciso “não embarcar em triunfalismos” e “manter uma postura de rigor, exigência e verdade”.

“Sabemos que as dificuldades são muitas e por isso não podemos diminuir nem o rigor, nem a exigência, a missão internacional confirmou que não existe margem de manobra para 2012, para que a meta orçamental seja cumprida, e portanto teremos dificuldades, que sabemos que existem, mas é com esta postura de rigor, de exigência e de verdade que as vamos enfrentar”, afirmou o deputado social-democrata Miguel Frasquilho.

O deputado e vice-presidente da bancada do PSD falava no Parlamento, comentando os resultados da conferência de imprensa da ‘troika’, que disse estar “muito satisfeita” com o processo de execução do programa e de ter sido libertada nova tranche de oito mil milhões de euros do empréstimo feito ao Estado português.

“Estamos muito conscientes de que se trata apenas da segunda avaliação e que existe um longo caminho a percorrer durante a execução do programa. Não embarcamos em triunfalismos, nem estamos pessimistas, eu diria que estamos realistas, sabemos que o caminho é longo, as dificuldades serão muitas e, portanto, devemos manter o rigor e a exigência que têm sido uma realidade”, declarou Frasquilho.

CDS: avaliação permite “descolar” da Grécia

Para o líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, a “avaliação positiva” da troika permite a Portugal “descolar” da Grécia e “gerar um clima de confiança interna e externa” relativamente ao cumprimento dos compromissos.

“É importante em primeiro lugar porque nos distingue claramente de outras circunstâncias, de outros países, o que nos permite descolar do que está acontecer noutros países, nomeadamente da Grécia”, afirmou Nuno Magalhães.

Numa declaração aos jornalistas no Parlamento, o líder parlamentar democrata-cristão argumentou que a avaliação “pode gerar um clima de confiança interna e externa em relação ao escrupuloso cumprimento por parte do Governo português daquilo que assinou e que está comprometido”.

BE acusa Governo de enviar tranche do empréstimo para a banca

O Bloco de Esquerda (BE) acusou o Governo e a troika de quererem transformar Portugal “num país de salários miseráveis” e de desbloquearem oito mil milhões de euros “direitinhos para a banca”.

“Hoje, um dia depois do ministro das Finanças ter acordado a forma como vai fazer a capitalização do sector bancário, de ter reunido com os banqueiros principais, percebemos que foram disponibilizados oito mil milhões de euros que vão direitinhos para a banca nacional, mas aqueles que são chamados a fazer os sacrifícios é quem trabalha, trabalhando mais”, afirmou o deputado Pedro Filipe Soares.

“Tivemos hoje por parte do ministro das Finanças e da ´troika’ a indicação de que quando nos diziam que Portugal era um país de salários baixos, agora nos querem ver como um país de salários miseráveis”, criticou Pedro Filipe Soares, falando aos jornalistas no Parlamento.

Desemprego e recessão fora de avaliação, aponta o PCP

O líder parlamentar comunista, Bernardino Soares, referiu a ausência de preocupação com o desemprego e a recessão nas conferências de imprensa do Governo e da troika, que disse estarem empenhados em transferir recursos para os “grupos económicos e para o sector financeiro”.

“Estas duas conferências de imprensa foram importantes pelo que se disse e pelo que não se disse”, afirmou Bernardino Soares no Parlamento aos jornalistas. “Depois de na segunda-feira termos conhecimento dos dados da economia, em que se acentua a recessão do país, e hoje termos conhecimento dos dados do desemprego - em que se verifica que, do ponto de vista estatístico, atinge os 700 mil desempregados, e do ponto de vista real, mais de um milhão de desempregados - nenhuma destas realidades teve expressão nestas duas conferências de imprensa, quer do Governo, quer da ‘troika’”, sublinhou.

Estas realidades não foram referidas, defendeu Bernardino Soares, porque “ambos estão apostados no cumprimento de um programa que não está preocupado com a economia, que não está preocupado com o emprego, mas sim na transferência de mais recursos económicos para os grandes grupos económicos e para o sector financeiro”.

PEV desafia Vítor Gaspar para conferência de imprensa sobre greve geral

O PEV, por seu lado, desafiou Vítor Gaspar a fazer uma conferência de imprensa no final da greve geral de dia 24 e avaliar os seus resultados, acusando-o ainda de não se preocupar com o impacto da austeridade.

“As vítimas da austeridade também têm oportunidade de falar, são os que estão a sentir na sua vida concreta estas medidas e, no próximo dia 24, aquando da greve geral, terão oportunidade de falar bem alto ao país e é importante que estes senhores da troika e também o Governo, através do senhor ministro das Finanças, tenham oportunidade de ouvir”, afirmou a deputada ecologista Heloísa Apolónia.

Heloísa Apolónia desafiou Vítor Gaspar “a fazer uma conferência de imprensa” no final da greve geral “para justificar aos portugueses” as medidas que estão a ser tomadas “e fazer a sua própria avaliação daquilo que os portugueses dizem nessa altura e das consequências concretas destas medidas”.

PS insiste no da sobretaxa no subsídio de Natal

O PS congratulou-se com a avaliação positiva feita pela troika ao cumprimento do programa de assistência financeira por Portugal, mas considerou provada a ausência de necessidade da sobretaxa este ano aplicada ao subsídio de Natal. A posição dos socialistas foi assumida pelo líder parlamentar, Carlos Zorrinho, que fez várias críticas ao Governo.

“Queremos lembrar que o Governo é o representante de Portugal junto da troika e não o representante da troika junto de Portugal. As duas conferências de imprensa [Governo e troika] não deixaram bem marcada essa diferença”, sustentou, referindo-se à conferência do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, que precedeu a apresentação das conclusões pelos representantes da Comissão Europeia, do FMI e do BCE.

Segundo Carlos Zorrinho, hoje mesmo ficou-se a saber que “a sobretaxa de 50 por cento a aplicar este ano ao subsídio de natal - medida com um forte impacto recessivo -, não teria sido necessária”. “Portanto, não faz sentido o Governo ir para além da ´troika´, faz antes sentido Portugal ser firme no cumprimento dos objectivos. O PS tudo fará para que Orçamento do Estado para 2012 seja o menos injusto possível”, acrescentou.

PSD diz ser preciso “manter rigor, exigência e verdade”

O PSD manifestou hoje satisfação pela “avaliação positiva”, sublinhando contudo que é preciso “não embarcar em triunfalismos” e “manter uma postura de rigor, exigência e verdade”.

“Sabemos que as dificuldades são muitas e por isso não podemos diminuir nem o rigor, nem a exigência, a missão internacional confirmou que não existe margem de manobra para 2012, para que a meta orçamental seja cumprida, e portanto teremos dificuldades, que sabemos que existem, mas é com esta postura de rigor, de exigência e de verdade que as vamos enfrentar”, afirmou o deputado social-democrata Miguel Frasquilho.

O deputado e vice-presidente da bancada do PSD falava no Parlamento, comentando os resultados da conferência de imprensa da ‘troika’, que disse estar “muito satisfeita” com o processo de execução do programa e de ter sido libertada nova tranche de oito mil milhões de euros do empréstimo feito ao Estado português.

“Estamos muito conscientes de que se trata apenas da segunda avaliação e que existe um longo caminho a percorrer durante a execução do programa. Não embarcamos em triunfalismos, nem estamos pessimistas, eu diria que estamos realistas, sabemos que o caminho é longo, as dificuldades serão muitas e, portanto, devemos manter o rigor e a exigência que têm sido uma realidade”, declarou Frasquilho.

CDS: avaliação permite “descolar” da Grécia

Para o líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, a “avaliação positiva” da troika permite a Portugal “descolar” da Grécia e “gerar um clima de confiança interna e externa” relativamente ao cumprimento dos compromissos.

“É importante em primeiro lugar porque nos distingue claramente de outras circunstâncias, de outros países, o que nos permite descolar do que está acontecer noutros países, nomeadamente da Grécia”, afirmou Nuno Magalhães.

Numa declaração aos jornalistas no Parlamento, o líder parlamentar democrata-cristão argumentou que a avaliação “pode gerar um clima de confiança interna e externa em relação ao escrupuloso cumprimento por parte do Governo português daquilo que assinou e que está comprometido”.

BE acusa Governo de enviar tranche do empréstimo para a banca

O Bloco de Esquerda (BE) acusou o Governo e a troika de quererem transformar Portugal “num país de salários miseráveis” e de desbloquearem oito mil milhões de euros “direitinhos para a banca”.

“Hoje, um dia depois do ministro das Finanças ter acordado a forma como vai fazer a capitalização do sector bancário, de ter reunido com os banqueiros principais, percebemos que foram disponibilizados oito mil milhões de euros que vão direitinhos para a banca nacional, mas aqueles que são chamados a fazer os sacrifícios é quem trabalha, trabalhando mais”, afirmou o deputado Pedro Filipe Soares.

“Tivemos hoje por parte do ministro das Finanças e da ´troika’ a indicação de que quando nos diziam que Portugal era um país de salários baixos, agora nos querem ver como um país de salários miseráveis”, criticou Pedro Filipe Soares, falando aos jornalistas no Parlamento.

Desemprego e recessão fora de avaliação, aponta o PCP

O líder parlamentar comunista, Bernardino Soares, referiu a ausência de preocupação com o desemprego e a recessão nas conferências de imprensa do Governo e da troika, que disse estarem empenhados em transferir recursos para os “grupos económicos e para o sector financeiro”.

“Estas duas conferências de imprensa foram importantes pelo que se disse e pelo que não se disse”, afirmou Bernardino Soares no Parlamento aos jornalistas. “Depois de na segunda-feira termos conhecimento dos dados da economia, em que se acentua a recessão do país, e hoje termos conhecimento dos dados do desemprego - em que se verifica que, do ponto de vista estatístico, atinge os 700 mil desempregados, e do ponto de vista real, mais de um milhão de desempregados - nenhuma destas realidades teve expressão nestas duas conferências de imprensa, quer do Governo, quer da ‘troika’”, sublinhou.

Estas realidades não foram referidas, defendeu Bernardino Soares, porque “ambos estão apostados no cumprimento de um programa que não está preocupado com a economia, que não está preocupado com o emprego, mas sim na transferência de mais recursos económicos para os grandes grupos económicos e para o sector financeiro”.

PEV desafia Vítor Gaspar para conferência de imprensa sobre greve geral

O PEV, por seu lado, desafiou Vítor Gaspar a fazer uma conferência de imprensa no final da greve geral de dia 24 e avaliar os seus resultados, acusando-o ainda de não se preocupar com o impacto da austeridade.

“As vítimas da austeridade também têm oportunidade de falar, são os que estão a sentir na sua vida concreta estas medidas e, no próximo dia 24, aquando da greve geral, terão oportunidade de falar bem alto ao país e é importante que estes senhores da troika e também o Governo, através do senhor ministro das Finanças, tenham oportunidade de ouvir”, afirmou a deputada ecologista Heloísa Apolónia.

Heloísa Apolónia desafiou Vítor Gaspar “a fazer uma conferência de imprensa” no final da greve geral “para justificar aos portugueses” as medidas que estão a ser tomadas “e fazer a sua própria avaliação daquilo que os portugueses dizem nessa altura e das consequências concretas destas medidas”.

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