«Maioria tem agenda de demolição do estado social»

14-11-2012
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Não é surpresa para ninguém: o PS vai votar contra o Orçamento do Estado de 2013. Os socialistas não concordam com a proposta do Governo e acusam-no de querer destruir o estado social.

Na sua intervenção no Parlamento esta quarta-feira de manhã, Carlos Zorrinho aproveitou ainda para acusar o Governo de «esquizofrenia política» pelo facto de o primeiro-ministro ter manifestado intenção de aproximação a António José Seguro, mas depois os deputados do PSD e do CDS passarem o tempo a atacá-lo nas suas intervenções.

«O PS votará contra este orçamento. Temos consciência que aos deputados do PSD e do CDS que vierem a votar favoravelmente este orçamento, o governo pode um exercício doloroso. Um exercício feito, e pondero bem o que digo, com duvidosa consciência», frisou, passando ao ataque:

«As oito intervenções feitas ontem em plenário pelos deputados do PSD foram todas elas centradas num ataque sem tréguas ao PS. Do PSD não se ouviu um único contributo construtivo ao debate. A isto chama-se esquizofrenia política».

A excepção foi para Miguel Frasquilho, pela sua intervenção esta manhã. «Apresentou um tom diferente, mas uma andorinha não faz a primavera», frisou o líder da bancada parlamentar do Partido Socialista.

Continuando o seu discurso, Zorrinho considerou que «nas palavras prevalece a teimosia, a cegueira e o deslumbramento com o poder».

«Mas este aparente paradoxo nas hostes do Governo e em particular do PSD revela outra coisa. Revela a agenda escondida desta maioria. A agenda que constitui o seu principal desígnio. A agenda da demolição do estado social».

O socialista está frontalmente contra a tendência apresentada pelo Governo: «O primeiro-ministro montou uma estratégia de empobrecimento, seguida duma bomba atómica fiscal para tentar fazer com que os portugueses aceitem a destruição do Estado Social. Com esta estratégia manietou ao mesmo tempo o CDS, emaranhado que está no seu labirinto de escolhe entre ser o Partido do Contribuinte que já foi ou o Partido da Coligação dos Impostos que agora é».

Os gráficos de Frasquilho

A sessão abriu com uma intervenção do deputado do PSD Miguel Frasquilho, que apresentou uma exposição fundamentada em gráficos apresentados no hemiciclo. O seu powerpoint não foi seguido por Vítor Gaspar, que estava mais interessado em escrever no seu computador portátil e em trocar impressões com o primeiro-ministro.

Frasquilho apresentou um retrato do país e de como chegámos a esta crise. «Não é de hoje que Portugal tem problemas com as suas contas públicas. Não é de hoje, nem é de ontem, nem de há dois ou três anos, ou mesmo de há dez anos. (...) As raízes do mal das nossas contas públicas e do nosso definhamento económico podem ser procuradas a partir de 1995-1996, no início do consulado de António Guterres como primeiro-ministro, quando foi decidido que Portugal integraria o Euro desde o seu início em 1999 e perderia os tradicionais instrumentos de política monetária e cambial».

Na perspetiva de Frasquilho, o diagnóstico é simples: «O período de 1996 a 2000 foi desperdiçado em termos de competitividade e sustentabilidade futura. É, portanto, aí que residem as raízes do mal. Depois..., bem, depois o carro já estava desgovernado e ninguém foi capaz de fazer o que tinha de ser feito».

O deputado do PSD diz que é preciso reagir. «Ao abrigo do Programa assinado em maio de 2012, estamos a tentar corrigir rapidamente os erros de quase duas décadas», disse, alertando: «É altura de cada um assumir as suas responsabilidades. E de mostrar que compreendeu os erros do passado e está à altura da situação. (...) Todos não seremos demais para vencer esta causa».

De resto, Miguel Frasquilho deixou a porta aberta: «Estamos disponíveis para melhor o Orçamento, trabalhando não só com CDS, mas também com o PS».

Não é surpresa para ninguém: o PS vai votar contra o Orçamento do Estado de 2013. Os socialistas não concordam com a proposta do Governo e acusam-no de querer destruir o estado social.

Na sua intervenção no Parlamento esta quarta-feira de manhã, Carlos Zorrinho aproveitou ainda para acusar o Governo de «esquizofrenia política» pelo facto de o primeiro-ministro ter manifestado intenção de aproximação a António José Seguro, mas depois os deputados do PSD e do CDS passarem o tempo a atacá-lo nas suas intervenções.

«O PS votará contra este orçamento. Temos consciência que aos deputados do PSD e do CDS que vierem a votar favoravelmente este orçamento, o governo pode um exercício doloroso. Um exercício feito, e pondero bem o que digo, com duvidosa consciência», frisou, passando ao ataque:

«As oito intervenções feitas ontem em plenário pelos deputados do PSD foram todas elas centradas num ataque sem tréguas ao PS. Do PSD não se ouviu um único contributo construtivo ao debate. A isto chama-se esquizofrenia política».

A excepção foi para Miguel Frasquilho, pela sua intervenção esta manhã. «Apresentou um tom diferente, mas uma andorinha não faz a primavera», frisou o líder da bancada parlamentar do Partido Socialista.

Continuando o seu discurso, Zorrinho considerou que «nas palavras prevalece a teimosia, a cegueira e o deslumbramento com o poder».

«Mas este aparente paradoxo nas hostes do Governo e em particular do PSD revela outra coisa. Revela a agenda escondida desta maioria. A agenda que constitui o seu principal desígnio. A agenda da demolição do estado social».

O socialista está frontalmente contra a tendência apresentada pelo Governo: «O primeiro-ministro montou uma estratégia de empobrecimento, seguida duma bomba atómica fiscal para tentar fazer com que os portugueses aceitem a destruição do Estado Social. Com esta estratégia manietou ao mesmo tempo o CDS, emaranhado que está no seu labirinto de escolhe entre ser o Partido do Contribuinte que já foi ou o Partido da Coligação dos Impostos que agora é».

Os gráficos de Frasquilho

A sessão abriu com uma intervenção do deputado do PSD Miguel Frasquilho, que apresentou uma exposição fundamentada em gráficos apresentados no hemiciclo. O seu powerpoint não foi seguido por Vítor Gaspar, que estava mais interessado em escrever no seu computador portátil e em trocar impressões com o primeiro-ministro.

Frasquilho apresentou um retrato do país e de como chegámos a esta crise. «Não é de hoje que Portugal tem problemas com as suas contas públicas. Não é de hoje, nem é de ontem, nem de há dois ou três anos, ou mesmo de há dez anos. (...) As raízes do mal das nossas contas públicas e do nosso definhamento económico podem ser procuradas a partir de 1995-1996, no início do consulado de António Guterres como primeiro-ministro, quando foi decidido que Portugal integraria o Euro desde o seu início em 1999 e perderia os tradicionais instrumentos de política monetária e cambial».

Na perspetiva de Frasquilho, o diagnóstico é simples: «O período de 1996 a 2000 foi desperdiçado em termos de competitividade e sustentabilidade futura. É, portanto, aí que residem as raízes do mal. Depois..., bem, depois o carro já estava desgovernado e ninguém foi capaz de fazer o que tinha de ser feito».

O deputado do PSD diz que é preciso reagir. «Ao abrigo do Programa assinado em maio de 2012, estamos a tentar corrigir rapidamente os erros de quase duas décadas», disse, alertando: «É altura de cada um assumir as suas responsabilidades. E de mostrar que compreendeu os erros do passado e está à altura da situação. (...) Todos não seremos demais para vencer esta causa».

De resto, Miguel Frasquilho deixou a porta aberta: «Estamos disponíveis para melhor o Orçamento, trabalhando não só com CDS, mas também com o PS».

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