Grande Loja do Queijo Limiano

01-07-2011
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As notícias sobre a morte política de Manuel Maria Carrilho tem sido grandemente exageradas. Há, é certo, milhentas razões para se malhar no homem mas convinha não perder o contexto global de vista. Hoje, o Expresso publica uma sondagem onde Carmona Rodrigues aparece com 8 pontos percentuais de avanço sobre Carrilho (41/33) e Maria José Nogueira Pinto com 4%, mas atendendo a que a dita sondagem foi feita apenas um dia depois da apresentação da candidatura de Nogueira Pinto e atendendo à performance de Cardona de cada vez que abre a boca, comparável pela negativa à do intelectual socialista (vide a última entrevista dada a O Independente, uma ode à imbecilidade) parece sóbrio e espectável admitir que o PP tenha de novo um resultado, no final e nas próximas sondagens, comparável ao de há quatro anos atrás - cerca de 10%, pelo que automática e rapidamente teremos Carrilho e Cardona empatados (ou suficientemente próximos para ficarem dentro da margem de erros das sondagens). O pó a Carrilho e a monumental lata deste poderiam levar um crente a prever que também à esquerda haveria transferência de votos, para o PC e para o BE mas... convém não esquecer dois ou três dados. Em primeiro lugar, o facto de Carrilho se apresentar de facto a fazer campanha a solo, apesar do PS, além do PS e mesmo contra o aparelho do PS é uma faca de dois gumes, por um lado expõe-no em demasia, mas por outro separa-o dos outros políticos (que não sabem vestir bem, viver bem, que não são cultos, que não tem vida, etc) além de o afastar muito convenientemente do descontentamento com a governação socrática diminuindo assim o impacto potencial de votos de protesto que poderiam erodir o eleitorado tradicional chucha, podendo em tese aproximá-lo de públicos a quem a política e os políticos não diriam a priori nada, mas que lêem revistas cor de rosa e se poderão rever na visão também ela colorida que Carrilho - o alegado outsider - tem do mundo e da cidade. Por outro lado e pesem os temores socialistas - hoje bem expressos no DN - o problema deles não é Carrilho perder as eleições, antes pelo contrário. Se as ganhar, sem a ajuda do aparelho, com o desdém deste, sem grandes ideias, sem uma vaga de fundo, e apenas e só com a ajuda de um publicitário - o marketeiro Edson Athaíde - o PS, e em bom rigor a democracia portuguesa, terão um grande e muito sério problema. E neste momento, convém não esquecer, Carrilho, o tal que agora é de bom tom menosprezar mas que sabe muito bem o que está a fazer, ainda tem todas as hipóteses de ganhar.

Publicado por Manuel

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As notícias sobre a morte política de Manuel Maria Carrilho tem sido grandemente exageradas. Há, é certo, milhentas razões para se malhar no homem mas convinha não perder o contexto global de vista. Hoje, o Expresso publica uma sondagem onde Carmona Rodrigues aparece com 8 pontos percentuais de avanço sobre Carrilho (41/33) e Maria José Nogueira Pinto com 4%, mas atendendo a que a dita sondagem foi feita apenas um dia depois da apresentação da candidatura de Nogueira Pinto e atendendo à performance de Cardona de cada vez que abre a boca, comparável pela negativa à do intelectual socialista (vide a última entrevista dada a O Independente, uma ode à imbecilidade) parece sóbrio e espectável admitir que o PP tenha de novo um resultado, no final e nas próximas sondagens, comparável ao de há quatro anos atrás - cerca de 10%, pelo que automática e rapidamente teremos Carrilho e Cardona empatados (ou suficientemente próximos para ficarem dentro da margem de erros das sondagens). O pó a Carrilho e a monumental lata deste poderiam levar um crente a prever que também à esquerda haveria transferência de votos, para o PC e para o BE mas... convém não esquecer dois ou três dados. Em primeiro lugar, o facto de Carrilho se apresentar de facto a fazer campanha a solo, apesar do PS, além do PS e mesmo contra o aparelho do PS é uma faca de dois gumes, por um lado expõe-no em demasia, mas por outro separa-o dos outros políticos (que não sabem vestir bem, viver bem, que não são cultos, que não tem vida, etc) além de o afastar muito convenientemente do descontentamento com a governação socrática diminuindo assim o impacto potencial de votos de protesto que poderiam erodir o eleitorado tradicional chucha, podendo em tese aproximá-lo de públicos a quem a política e os políticos não diriam a priori nada, mas que lêem revistas cor de rosa e se poderão rever na visão também ela colorida que Carrilho - o alegado outsider - tem do mundo e da cidade. Por outro lado e pesem os temores socialistas - hoje bem expressos no DN - o problema deles não é Carrilho perder as eleições, antes pelo contrário. Se as ganhar, sem a ajuda do aparelho, com o desdém deste, sem grandes ideias, sem uma vaga de fundo, e apenas e só com a ajuda de um publicitário - o marketeiro Edson Athaíde - o PS, e em bom rigor a democracia portuguesa, terão um grande e muito sério problema. E neste momento, convém não esquecer, Carrilho, o tal que agora é de bom tom menosprezar mas que sabe muito bem o que está a fazer, ainda tem todas as hipóteses de ganhar.

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