Chamaram-lhes retornados

12-04-2015
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Chamaram-lhes retornados

Hoje no Observador publico um texto sobre a primeira grande leva de retornados. São aqueles que chegam a partir de Setembro de 1974.

Anúncios como estes foram durante alguns meses os únicos sinais de que os retornados estavam a chegar.

Durante meses os retornados são invisíveis nas páginas dos jornais portugueses. Também não se fala deles nas rádios nem na televisão. Informa-se em tom crítico que a minoria branca está a fugir de Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Medo infundado e receio de perder privilégios são as razões geralmente apontadas para essa fuga. Vítor Crespo, Alto-Comissário de Moçambique, é um dos dirigentes que mais associa a vontade que muitos portugueses manifestavam de deixar Moçambique ou Angola a uma espécie de aleijão moral e político. Moçambique só seria independente em Junho de 1975. Mas até lá Portugal sujeitaria os seus cidadãos naquele território a um regime que só não se diz totalitário porque a possibilidade de fugir continuava a existir. O que não quer dizer que não se tivesse tentado impedi-los dessa última liberdade, a liberdade de partir: na reunião da Comissão Nacional da Descolonização, presidida pelo Presidente da República, que teve lugar a 4 de Novembro de 1974 equacionou-se nesse dia a possibilidade de Portugal obrigar os seus funcionários públicos a permanecer em Moçambique depois da independência.

Chamaram-lhes retornados

Hoje no Observador publico um texto sobre a primeira grande leva de retornados. São aqueles que chegam a partir de Setembro de 1974.

Anúncios como estes foram durante alguns meses os únicos sinais de que os retornados estavam a chegar.

Durante meses os retornados são invisíveis nas páginas dos jornais portugueses. Também não se fala deles nas rádios nem na televisão. Informa-se em tom crítico que a minoria branca está a fugir de Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Medo infundado e receio de perder privilégios são as razões geralmente apontadas para essa fuga. Vítor Crespo, Alto-Comissário de Moçambique, é um dos dirigentes que mais associa a vontade que muitos portugueses manifestavam de deixar Moçambique ou Angola a uma espécie de aleijão moral e político. Moçambique só seria independente em Junho de 1975. Mas até lá Portugal sujeitaria os seus cidadãos naquele território a um regime que só não se diz totalitário porque a possibilidade de fugir continuava a existir. O que não quer dizer que não se tivesse tentado impedi-los dessa última liberdade, a liberdade de partir: na reunião da Comissão Nacional da Descolonização, presidida pelo Presidente da República, que teve lugar a 4 de Novembro de 1974 equacionou-se nesse dia a possibilidade de Portugal obrigar os seus funcionários públicos a permanecer em Moçambique depois da independência.

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