o destino do paquiderme
Presumindo que as medidas hoje conhecidas do Orçamento de Estado para 2012 são todas excelentes (tenho algumas dúvidas) e imprescindíveis para que o estado possa honrar os seus compromissos no próximo ano (do que não duvido), como ficará o estado português quando supostamente equilibrar as suas contas à custa do dinheiro dos outros? Continuará a “assegurar o ensino básico universal, obrigatório e gratuito”? A “garantir a todos os cidadãos o acesso aos graus mais elevados do ensino, da investigação científica e da criação artística”? Manterá a “rede de estabelecimentos públicos de ensino que cubra as necessidades de toda a população”? Insistirá em suportar “um serviço nacional de saúde universal e geral e tendencialmente gratuito”? Continuará a obrigar os trabalhadores a sustentarem uma segurança social falida, que não pode garantir-lhes, nas reformas, um módico do que lhes foi extorquido ao longo das suas vidas? A ser mediador da liberdade contratual, impedindo o acesso de milhares de pessoas ao mercado de trabalho? Ficará ainda refém de grupos de pressão e de lobbys profissionais, de Ordens corporativas, como a dos Advogados, cuja primeira finalidade é controlar o mercado de trabalho, impedindo, todos os anos, que a ele acedam centenas de jovens licenciados? Continuaremos a ter o estado do regulamentozinho, limitador da livre iniciativa, que exige requerimentos e autorizações administrativas para tudo, que impõe horários a sectores económicos que não lhe pertencem e obriga ao cumprimento de mil-e-uma exigências formais, fiscalizadas por pequenos pides burocráticos? Por outras palavras, para aceitarmos que estes sacrifícos têm algum sentido e alguma utilidade, é preciso saber-se como ficará o estado português, uma vez pago o que deve com o dinheiro de quem quase já não tem para pagar aquilo que é seu. Enquanto isto não for claro, é cedo para se louvar este ou qualquer outro orçamento do paquiderme.
Categorias
Entidades
o destino do paquiderme
Presumindo que as medidas hoje conhecidas do Orçamento de Estado para 2012 são todas excelentes (tenho algumas dúvidas) e imprescindíveis para que o estado possa honrar os seus compromissos no próximo ano (do que não duvido), como ficará o estado português quando supostamente equilibrar as suas contas à custa do dinheiro dos outros? Continuará a “assegurar o ensino básico universal, obrigatório e gratuito”? A “garantir a todos os cidadãos o acesso aos graus mais elevados do ensino, da investigação científica e da criação artística”? Manterá a “rede de estabelecimentos públicos de ensino que cubra as necessidades de toda a população”? Insistirá em suportar “um serviço nacional de saúde universal e geral e tendencialmente gratuito”? Continuará a obrigar os trabalhadores a sustentarem uma segurança social falida, que não pode garantir-lhes, nas reformas, um módico do que lhes foi extorquido ao longo das suas vidas? A ser mediador da liberdade contratual, impedindo o acesso de milhares de pessoas ao mercado de trabalho? Ficará ainda refém de grupos de pressão e de lobbys profissionais, de Ordens corporativas, como a dos Advogados, cuja primeira finalidade é controlar o mercado de trabalho, impedindo, todos os anos, que a ele acedam centenas de jovens licenciados? Continuaremos a ter o estado do regulamentozinho, limitador da livre iniciativa, que exige requerimentos e autorizações administrativas para tudo, que impõe horários a sectores económicos que não lhe pertencem e obriga ao cumprimento de mil-e-uma exigências formais, fiscalizadas por pequenos pides burocráticos? Por outras palavras, para aceitarmos que estes sacrifícos têm algum sentido e alguma utilidade, é preciso saber-se como ficará o estado português, uma vez pago o que deve com o dinheiro de quem quase já não tem para pagar aquilo que é seu. Enquanto isto não for claro, é cedo para se louvar este ou qualquer outro orçamento do paquiderme.