Sobre a vil acusação à FIFA

28-05-2015
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Sobre a vil acusação à FIFA

Foi com grande admiração que descobri pelas notícias que ainda se fala de corrupção no mundo do futebol profissional. Quando o meu tio Jerónimo era árbitro, lembro-me de uma situação extremamente desagradável que ocorreu quando o treinador do Águias de Vila Chã entrou aos gritos na sala de jantar da Pensão Camélia, queixando-se de favorecimento ao Desportivo de Cabeço Sul no jogo realizado durante a tarde. O meu tio Jerónimo era uma pessoa muito honesta e ficou muito aborrecido e até transtornado por o Abílio dar-se a figuras destas em público, mesmo ali, em frente ao presidente do Cabeço Sul, com quem jantava. A situação subiu de tom – já se sabe, as pessoas ouvem falar em corrupção e compreensivelmente salta-lhes a tampa – e, vai nas tantas, até a Dona Armanda, cozinheira da pensão, sai com a acusação de que o meu tio andava a dormir com a mulher do Silva, o presidente do Cabeço Sul.

A Armanda já na altura era bastante gorda mas, vista de trás, com a mini-saia, até era bastante irresistível, disse-me o meu tio, que diz que passou dois dias no quarto dela naquele fim-de-semana em que a tia Arminda foi na excursão para ver o Tony Carreira no Pavilhão Atlântico. Ainda me lembro, estava eu a acabar de ver O Justiceiro na televisão, quando me contou que nem aquele carro KITT conseguiria saltar sobre a seira da Armanda como ele tinha conseguido. Na altura nem percebi à primeira o que ele quis dizer com isso, que no meu 5º ano ainda não se falava tão abertamente de sexualidade humana na escola. Mas adiante, para a corrupção propriamente dita.

O que se tinha passado, alegadamente, é que o meu tio tinha recebido um relógio imitação de Roskopf para inventar um penalty contra os Águas de Vila Chã. De acordo com o Abílio, aquilo não era penalty em lado nenhum, que nem os bandeirinhas tinham assinalado e, para mais, nem sequer estavam jogadores dentro da área excepto o guarda-redes. O meu tio exaltou-se, levantou-se e gritou que ele é que tinha feito o curso de árbitros e se há gente que não conhece as regras do futebol nem devia ser treinador de um clube com o prestígio dos Águias. O Abílio insistiu, que treta de regra é essa, onde está escrita e que ele tinha é que ir fazer queixa à federação e sei lá mais o quê. O meu tio Jerónimo enervou-se mesmo a sério, atirou com a cadeira as ventas do Abílio, sacou do cartão vermelho do bolso das calças e expulsou o Abílio, mesmo ali, da Pensão Camélia directamente para o hospital.

Tinha eu 12 anos e percebi, logo ali naquela altura, que se uma pessoa tão honesta como o meu tio Jerónimo podia ser acusado de atrocidades relacionadas com corrupção, qualquer outro inocente poderia. Desde então não acredito em nada do que dizem sobre o desporto-rei e é por isso que a FIFA é inocente e deve ser imediatamente libertada já que nenhum juiz a condenou de nada. Digam ao Obama que eu também sou jurista e que isto não é assim como ele quer, em nome da verdade desportiva.

Sobre a vil acusação à FIFA

Foi com grande admiração que descobri pelas notícias que ainda se fala de corrupção no mundo do futebol profissional. Quando o meu tio Jerónimo era árbitro, lembro-me de uma situação extremamente desagradável que ocorreu quando o treinador do Águias de Vila Chã entrou aos gritos na sala de jantar da Pensão Camélia, queixando-se de favorecimento ao Desportivo de Cabeço Sul no jogo realizado durante a tarde. O meu tio Jerónimo era uma pessoa muito honesta e ficou muito aborrecido e até transtornado por o Abílio dar-se a figuras destas em público, mesmo ali, em frente ao presidente do Cabeço Sul, com quem jantava. A situação subiu de tom – já se sabe, as pessoas ouvem falar em corrupção e compreensivelmente salta-lhes a tampa – e, vai nas tantas, até a Dona Armanda, cozinheira da pensão, sai com a acusação de que o meu tio andava a dormir com a mulher do Silva, o presidente do Cabeço Sul.

A Armanda já na altura era bastante gorda mas, vista de trás, com a mini-saia, até era bastante irresistível, disse-me o meu tio, que diz que passou dois dias no quarto dela naquele fim-de-semana em que a tia Arminda foi na excursão para ver o Tony Carreira no Pavilhão Atlântico. Ainda me lembro, estava eu a acabar de ver O Justiceiro na televisão, quando me contou que nem aquele carro KITT conseguiria saltar sobre a seira da Armanda como ele tinha conseguido. Na altura nem percebi à primeira o que ele quis dizer com isso, que no meu 5º ano ainda não se falava tão abertamente de sexualidade humana na escola. Mas adiante, para a corrupção propriamente dita.

O que se tinha passado, alegadamente, é que o meu tio tinha recebido um relógio imitação de Roskopf para inventar um penalty contra os Águas de Vila Chã. De acordo com o Abílio, aquilo não era penalty em lado nenhum, que nem os bandeirinhas tinham assinalado e, para mais, nem sequer estavam jogadores dentro da área excepto o guarda-redes. O meu tio exaltou-se, levantou-se e gritou que ele é que tinha feito o curso de árbitros e se há gente que não conhece as regras do futebol nem devia ser treinador de um clube com o prestígio dos Águias. O Abílio insistiu, que treta de regra é essa, onde está escrita e que ele tinha é que ir fazer queixa à federação e sei lá mais o quê. O meu tio Jerónimo enervou-se mesmo a sério, atirou com a cadeira as ventas do Abílio, sacou do cartão vermelho do bolso das calças e expulsou o Abílio, mesmo ali, da Pensão Camélia directamente para o hospital.

Tinha eu 12 anos e percebi, logo ali naquela altura, que se uma pessoa tão honesta como o meu tio Jerónimo podia ser acusado de atrocidades relacionadas com corrupção, qualquer outro inocente poderia. Desde então não acredito em nada do que dizem sobre o desporto-rei e é por isso que a FIFA é inocente e deve ser imediatamente libertada já que nenhum juiz a condenou de nada. Digam ao Obama que eu também sou jurista e que isto não é assim como ele quer, em nome da verdade desportiva.

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