Dinheiros públicos

07-11-2013
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Dinheiros públicos

A troca de comunicados em torno dos apoio do Turismo de Portugal (TP) – que só não é bizantina porque estão em causa dinheiros públicos – ameaça cobrir de ridículo os intervenientes.

Sem se referir expressamente ao comunicado da Câmara Municipal do Porto, o Turismo de Portugal esclarece que, afinal, o Porto e Gaia não se candidataram a quaisquer apoios ordinários por parte daquele organismo, nem em 2009 nem para 2010 (tendo já terminado o período de candidaturas), o que, a ser verdade, deixa o executivo de Rui Rio na posição do sujeito que semanalmente se queixa de nunca vencer a lotaria, apesar de nunca comprar uma cautela.

A discussão tem, apesar de tudo, a virtude de tornar ligeiramente mais transparente para a opinião pública o modo como o dinheiro dos contribuintes é gerido e gasto: ficamos a saber que parte das verbas distribuídas pelo TP, afinal, resulta das contribuições pagas pelos casinos, sendo gasta obrigatoriamente na zona de jogo em que os mesmos estão localizados, parecendo justificar-se assim porque é que a região de Lisboa fica com a parte de leão (já que nela se situam os casinos de Lisboa e do Estoril). Porque é que a lei exige tal afectação local destas verbas é que continua por esclarecer.

Ficamos ainda a saber, por exemplo, que as corridas de automóveis no circuito da Boavista custam ao orçamento do TP (isto é, aos contribuintes) 1,6 milhões de euros (ainda que tal apoio pareça não constar destas listagens), isto é, mais do triplo que o Red Bull, a preços de 2009. Porque é que se torram mais de 300.000 contos em corridas é também uma incógnita.

Com alguma sorte, a troca de comunicados, que deverá continuar, permitirá que se faça mais alguma luz sobre o destino desta pequena parte do dinheiro dos contribuintes. Quando o Governo (ou alguém por ele) vier lembrar que vai ser preciso aumentar os impostos poderá ser útil ter presente o exemplo do Turismo de Portugal.

Dinheiros públicos

A troca de comunicados em torno dos apoio do Turismo de Portugal (TP) – que só não é bizantina porque estão em causa dinheiros públicos – ameaça cobrir de ridículo os intervenientes.

Sem se referir expressamente ao comunicado da Câmara Municipal do Porto, o Turismo de Portugal esclarece que, afinal, o Porto e Gaia não se candidataram a quaisquer apoios ordinários por parte daquele organismo, nem em 2009 nem para 2010 (tendo já terminado o período de candidaturas), o que, a ser verdade, deixa o executivo de Rui Rio na posição do sujeito que semanalmente se queixa de nunca vencer a lotaria, apesar de nunca comprar uma cautela.

A discussão tem, apesar de tudo, a virtude de tornar ligeiramente mais transparente para a opinião pública o modo como o dinheiro dos contribuintes é gerido e gasto: ficamos a saber que parte das verbas distribuídas pelo TP, afinal, resulta das contribuições pagas pelos casinos, sendo gasta obrigatoriamente na zona de jogo em que os mesmos estão localizados, parecendo justificar-se assim porque é que a região de Lisboa fica com a parte de leão (já que nela se situam os casinos de Lisboa e do Estoril). Porque é que a lei exige tal afectação local destas verbas é que continua por esclarecer.

Ficamos ainda a saber, por exemplo, que as corridas de automóveis no circuito da Boavista custam ao orçamento do TP (isto é, aos contribuintes) 1,6 milhões de euros (ainda que tal apoio pareça não constar destas listagens), isto é, mais do triplo que o Red Bull, a preços de 2009. Porque é que se torram mais de 300.000 contos em corridas é também uma incógnita.

Com alguma sorte, a troca de comunicados, que deverá continuar, permitirá que se faça mais alguma luz sobre o destino desta pequena parte do dinheiro dos contribuintes. Quando o Governo (ou alguém por ele) vier lembrar que vai ser preciso aumentar os impostos poderá ser útil ter presente o exemplo do Turismo de Portugal.

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