Odiar o ódio é odiar na mesma

25-08-2014
marcar artigo

Odiar o ódio é odiar na mesma

A Maria Teixeira Alves escreveu um artigo com boas intenções, certamente, mas que evidencia a assimilação do jacobinismo que torna tudo unitário a montante de nós próprios.

And, you know, there is no such thing as society. There are individual men and women, and there are families. A inteligência é fundamental para não se deixar seduzir por estas ideias colectivas. Pelos estereotipos. Não existem, são meras simplificações mentais.

Não são simplificações mentais, são pura formatação trotskista, pensada, bem fomentada, devidamente recriada nos centros de sociologia e antropologia e outras -ias dentro das academias, locais estes onde se recrutam, como Anthony Quinn a Giulietta Masina em La Strada, membros para uma nova burguesia de estado social para o ideário identitário de sociedade através da própria estratificação que desprezam. O “eu fragmentado” e tretas do tipo cujo significado é invariavelmente o brilhantismo do “eu”, o que projecta, ironicamente, para o que deve ser o destino dos outros.

Pensar que um miúdo que cresce em Londres e canta rap, pode ter a perversão de cortar uma cabeça a outro ser humano, que nunca lhe fez mal nenhum, a sangue frio, é pensar que há um potencial monstro sempre ao virar da esquina, que toma banho todos os dias e vai à escola ou vai trabalhar. Os sinais têm de estar lá. Porque ninguém começa a odiar alguém em nome de um povo de um dia para o outro, por decreto.

Odiar é aceitável, MTA. A coisa mais intolerante dos nossos dias é a mania da tolerância, como se fosse suposto entrar na cabeça de cada um e educar (os chineses tentaram) o que cada um é suposto pensar. Se não há “sociedade”, no sentido que lhe pretende atribuir, também não há o “ninguém”, como também não há o “toda a gente”. Aliás, a imbecilidade do politicamente correcto está mesmo aí: tentar dirigir o ódio para pessoas que decidiram serem dadas a odiar. Já reparou que é a esquerda sem muro de Berlim quem dita isto tudo? Acha que é amor quando a tratam como se fosse idiota?

Todas as pessoas com ódios irracionais a povos, grupos, culturas, religiões, classes são potenciais terroristas.

Não são, não. Potenciais terroristas são aqueles que têm certeza absoluta de redenção, pela próprio benefício que deixam, pelas acções, à tal de “sociedade”. Provavelmente sem querer, a MTA acabou por dizer que qualquer colectivista é um terrorista em potência quando, a grande maioria é apenas alegremente ignorante (o que não tem mal nenhum).

Cada um de nós devia combater esses ódiozinhos irracionais. Está em cada um de nós essa tarefa. Só assim os ódios colectivos se dissipam e não têm terreno fértil para prosperar.

Tenho uma proposta mais interessante do que a criação do Homem Novo: um exemplar processo de alteração do princípio da nacionalidade menos focado no local de nascimento e residência com efeitos retroactivos. Poucas pessoas lhe admitirão estarem prontas para votar Le Pen; votarão, exactamente, porque acreditam que há, no ocidente, eventualmente com passaporte ocidental, pessoas que desejam expulsar para que os filhos voltem a usar transportes públicos.

Combater o ódio não faz sentido. O que faz sentido é que a MTA tente explicar os motivos pelos quais os votantes Le Pen estão errados, se é que estão. Tarefa tão dantesca não quereria eu ter.

Odiar o ódio é odiar na mesma

A Maria Teixeira Alves escreveu um artigo com boas intenções, certamente, mas que evidencia a assimilação do jacobinismo que torna tudo unitário a montante de nós próprios.

And, you know, there is no such thing as society. There are individual men and women, and there are families. A inteligência é fundamental para não se deixar seduzir por estas ideias colectivas. Pelos estereotipos. Não existem, são meras simplificações mentais.

Não são simplificações mentais, são pura formatação trotskista, pensada, bem fomentada, devidamente recriada nos centros de sociologia e antropologia e outras -ias dentro das academias, locais estes onde se recrutam, como Anthony Quinn a Giulietta Masina em La Strada, membros para uma nova burguesia de estado social para o ideário identitário de sociedade através da própria estratificação que desprezam. O “eu fragmentado” e tretas do tipo cujo significado é invariavelmente o brilhantismo do “eu”, o que projecta, ironicamente, para o que deve ser o destino dos outros.

Pensar que um miúdo que cresce em Londres e canta rap, pode ter a perversão de cortar uma cabeça a outro ser humano, que nunca lhe fez mal nenhum, a sangue frio, é pensar que há um potencial monstro sempre ao virar da esquina, que toma banho todos os dias e vai à escola ou vai trabalhar. Os sinais têm de estar lá. Porque ninguém começa a odiar alguém em nome de um povo de um dia para o outro, por decreto.

Odiar é aceitável, MTA. A coisa mais intolerante dos nossos dias é a mania da tolerância, como se fosse suposto entrar na cabeça de cada um e educar (os chineses tentaram) o que cada um é suposto pensar. Se não há “sociedade”, no sentido que lhe pretende atribuir, também não há o “ninguém”, como também não há o “toda a gente”. Aliás, a imbecilidade do politicamente correcto está mesmo aí: tentar dirigir o ódio para pessoas que decidiram serem dadas a odiar. Já reparou que é a esquerda sem muro de Berlim quem dita isto tudo? Acha que é amor quando a tratam como se fosse idiota?

Todas as pessoas com ódios irracionais a povos, grupos, culturas, religiões, classes são potenciais terroristas.

Não são, não. Potenciais terroristas são aqueles que têm certeza absoluta de redenção, pela próprio benefício que deixam, pelas acções, à tal de “sociedade”. Provavelmente sem querer, a MTA acabou por dizer que qualquer colectivista é um terrorista em potência quando, a grande maioria é apenas alegremente ignorante (o que não tem mal nenhum).

Cada um de nós devia combater esses ódiozinhos irracionais. Está em cada um de nós essa tarefa. Só assim os ódios colectivos se dissipam e não têm terreno fértil para prosperar.

Tenho uma proposta mais interessante do que a criação do Homem Novo: um exemplar processo de alteração do princípio da nacionalidade menos focado no local de nascimento e residência com efeitos retroactivos. Poucas pessoas lhe admitirão estarem prontas para votar Le Pen; votarão, exactamente, porque acreditam que há, no ocidente, eventualmente com passaporte ocidental, pessoas que desejam expulsar para que os filhos voltem a usar transportes públicos.

Combater o ódio não faz sentido. O que faz sentido é que a MTA tente explicar os motivos pelos quais os votantes Le Pen estão errados, se é que estão. Tarefa tão dantesca não quereria eu ter.

marcar artigo