Será burrice? Será má-fé? Ou será simplesmente para convencer os leitores a comprar um livro, já que a qualidade literária não se vislumbra?

10-07-2011
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José Saramago, que talvez estivesse sentindo algum défice de atenção a precisar de ser corrigido, lá escreveu outro livro sobre a Bíblia e os personagens bíblicos, na sua cruzada contra o cristianismo e o judaísmo (ou na busca de mais uns tostões, o que é mais honorável do que a motivação anterior), mostrando a esses néscios que são os crentes que Deus é mau, dando como prova o Antigo Testamento. Como o faz? Com duas burrices titânicas.

A primeira é tomar como factuais os relatos bíblicos. Sim, é verdade: os católicos há muito que têm como pacífico que a Bíblia é ‘apenas’ um livro teológico, cujo objectivo é salvífico e não proporcionar um curso de História ou de ciências naturais (áreas do conhecimento de resto desconhecidas durante a maior parte dos séculos em que os textos bíblicos foram sendo escritos). A Bíblia é mais ou menos fiel à história e aos factos consoante isso se adequa ou não à catequese sobre o que deveria ser a relação de Deus com o seu povo escolhido (e, depois, no Novo Testamento, com cada um de nós e a Igreja). Algo pacífico, como disse, há muito, para os católicos, mas alguns ateus ainda não conseguiram entender isto. Sejamos caridosos e dêmos-lhes todo o tempo que necessitarem.

A segunda é julgar a religiosidade e os valores de há mais de vinte séculos – que são os que estão estampados nos textos bíblicos – com as lentes do séc. XXI. Como é fastidioso repetir o óbvio, para este ponto recomendo este post, a propósito das incursões nada bem sucedidas de uma jornalista de causas pelo Deuteronómio.

Mas não são as burrices anti-católicas e anti-judaicas de Saramago que o tornam merecedor de ficar nos escaparates das livrarias em vez de em nossas casas, nem sequer o facto de não perceber do que escreve (como diz D. Manuel Clemente, qualquer introdução de uma Bíblia desfazia as dúvidas básicas de Saramago). Há muitos bons livros escritos, mais ou menos informados, que contraditam ou interpelam a Bíblia, e eu tendo a consumir o género. A razão para não ler Saramago é tratar-se de um mau escritor.

José Saramago, que talvez estivesse sentindo algum défice de atenção a precisar de ser corrigido, lá escreveu outro livro sobre a Bíblia e os personagens bíblicos, na sua cruzada contra o cristianismo e o judaísmo (ou na busca de mais uns tostões, o que é mais honorável do que a motivação anterior), mostrando a esses néscios que são os crentes que Deus é mau, dando como prova o Antigo Testamento. Como o faz? Com duas burrices titânicas.

A primeira é tomar como factuais os relatos bíblicos. Sim, é verdade: os católicos há muito que têm como pacífico que a Bíblia é ‘apenas’ um livro teológico, cujo objectivo é salvífico e não proporcionar um curso de História ou de ciências naturais (áreas do conhecimento de resto desconhecidas durante a maior parte dos séculos em que os textos bíblicos foram sendo escritos). A Bíblia é mais ou menos fiel à história e aos factos consoante isso se adequa ou não à catequese sobre o que deveria ser a relação de Deus com o seu povo escolhido (e, depois, no Novo Testamento, com cada um de nós e a Igreja). Algo pacífico, como disse, há muito, para os católicos, mas alguns ateus ainda não conseguiram entender isto. Sejamos caridosos e dêmos-lhes todo o tempo que necessitarem.

A segunda é julgar a religiosidade e os valores de há mais de vinte séculos – que são os que estão estampados nos textos bíblicos – com as lentes do séc. XXI. Como é fastidioso repetir o óbvio, para este ponto recomendo este post, a propósito das incursões nada bem sucedidas de uma jornalista de causas pelo Deuteronómio.

Mas não são as burrices anti-católicas e anti-judaicas de Saramago que o tornam merecedor de ficar nos escaparates das livrarias em vez de em nossas casas, nem sequer o facto de não perceber do que escreve (como diz D. Manuel Clemente, qualquer introdução de uma Bíblia desfazia as dúvidas básicas de Saramago). Há muitos bons livros escritos, mais ou menos informados, que contraditam ou interpelam a Bíblia, e eu tendo a consumir o género. A razão para não ler Saramago é tratar-se de um mau escritor.

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