fácil de resolver

27-11-2014
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Raramente vi caso judicial mais fácil de resolver do que o actual de José Sócrates. Se bem entendi, o antigo primeiro-ministro é suspeito de crimes de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal agravada, em virtude de depósitos bancários elevados, no montante aproximado de 20 e tantos milhões de euros, e por causa de uma suposta compra de um apartamento num dos bairros mais luxuosos de Paris. Sendo assim, quanto ao problema do dinheiro depositado, de duas três: ou esse dinheiro existe ou não existe. Se existir e se for de José Sócrates, bastar-lhe-á demonstrar a sua proveniência legítima (salários, heranças, a descoberta casual de um tesouro, euromilhões acumulado, etc.). Caso não exista, ou se existindo esse dinheiro não for seu, bastará demonstrar que nada tem nada a ver com tamanha maquia, passando o seu motorista a ter que explicar a mando de quem o recolhia e a quem o entregava. Já quanto ao apartamento de Paris, francamente luxuoso para um tão convicto socialista (mas essa é outra questão), também não lhe será certamente complicado demonstrar que não era o seu dono, se fosse apenas inquilino, ou que, caso o tenha adquirido, explicar a proveniência do dinheiro/crédito imobiliário com que o comprou. Para o primeiro caso existirão certamente contratos de arrendamento e transferências bancárias de rendas, enquanto que para o segundo bastará explicar como conseguiu os 2.8 milhões de euros que se diz ter a coisa custado. Teria, assim, sido muito mais interessante – e útil para Sócrates – que o seu comunicado de ontem tivesse explicado isto, em vez de se limitar a expor a requentada teoria da cabala política. No fim de contas, não são apenas os comunicados judiciais que são francamente inconclusivos…

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Raramente vi caso judicial mais fácil de resolver do que o actual de José Sócrates. Se bem entendi, o antigo primeiro-ministro é suspeito de crimes de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal agravada, em virtude de depósitos bancários elevados, no montante aproximado de 20 e tantos milhões de euros, e por causa de uma suposta compra de um apartamento num dos bairros mais luxuosos de Paris. Sendo assim, quanto ao problema do dinheiro depositado, de duas três: ou esse dinheiro existe ou não existe. Se existir e se for de José Sócrates, bastar-lhe-á demonstrar a sua proveniência legítima (salários, heranças, a descoberta casual de um tesouro, euromilhões acumulado, etc.). Caso não exista, ou se existindo esse dinheiro não for seu, bastará demonstrar que nada tem nada a ver com tamanha maquia, passando o seu motorista a ter que explicar a mando de quem o recolhia e a quem o entregava. Já quanto ao apartamento de Paris, francamente luxuoso para um tão convicto socialista (mas essa é outra questão), também não lhe será certamente complicado demonstrar que não era o seu dono, se fosse apenas inquilino, ou que, caso o tenha adquirido, explicar a proveniência do dinheiro/crédito imobiliário com que o comprou. Para o primeiro caso existirão certamente contratos de arrendamento e transferências bancárias de rendas, enquanto que para o segundo bastará explicar como conseguiu os 2.8 milhões de euros que se diz ter a coisa custado. Teria, assim, sido muito mais interessante – e útil para Sócrates – que o seu comunicado de ontem tivesse explicado isto, em vez de se limitar a expor a requentada teoria da cabala política. No fim de contas, não são apenas os comunicados judiciais que são francamente inconclusivos…

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