O erro talvez seja meu, mas parece-me que as contas (e a consequente análise dos resultados aqui) do Luciano Amaral neste post não batem totalmente certo.
Olhando para os resultados (e admitindo que os dados apresentados estão correctos), o PPE perdeu cerca de 1%, sensivelmente o mesmo que desceu o grupo mais representativo da extrema-esquerda europeia – a GUE/NGL – que creio ter perdido em termos absolutos 8 dos seus anteriores 41 representantes (o que relativamente à dimensão do grupo é uma quebra fortíssima e incomparavelmente mais significativa do que a redução no PPE).
É verdade que os “Verdes” sobem a nível europeu mas nem todos os partidos incluídos neste grupo têm posições equivalentes à da extrema-esquerda assumida (na GUE/NGL, grupo do qual tanto o Bloco de Esquerda como o PCP fazem parte) e, em todo o caso, essa subida é mais ou menos equivalente à descida da extrema-esquerda mais ortodoxamente anti-capitalista.
Globalmente considerada, a esquerda partidária no Parlamento Europeu (contabilizada como PSE + “Verdes” + GUE/NGL) tinha cerca de 38% em 2004 e desce para cerca de 33% em 2009, o que constitui uma quebra clara de representatividade. Em termos relativos, PSE e EU descem numa proporção semelhante e apenas os (apesar de tudo, algo mais heterodoxos) “Verdes” sobem.
Importa ainda notar que uma parte substancial do impressionante aumento do número de deputados Não Inscritos se dá precisamente à direita (ainda que não seja fácil classificar de forma fidedigna alguns dos partidos nesta categoria).
Por outras palavras, o fortíssimo crescimento da extrema-esquerda em Portugal é mesmo um caso relativamente excepcional na Europa.
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O erro talvez seja meu, mas parece-me que as contas (e a consequente análise dos resultados aqui) do Luciano Amaral neste post não batem totalmente certo.
Olhando para os resultados (e admitindo que os dados apresentados estão correctos), o PPE perdeu cerca de 1%, sensivelmente o mesmo que desceu o grupo mais representativo da extrema-esquerda europeia – a GUE/NGL – que creio ter perdido em termos absolutos 8 dos seus anteriores 41 representantes (o que relativamente à dimensão do grupo é uma quebra fortíssima e incomparavelmente mais significativa do que a redução no PPE).
É verdade que os “Verdes” sobem a nível europeu mas nem todos os partidos incluídos neste grupo têm posições equivalentes à da extrema-esquerda assumida (na GUE/NGL, grupo do qual tanto o Bloco de Esquerda como o PCP fazem parte) e, em todo o caso, essa subida é mais ou menos equivalente à descida da extrema-esquerda mais ortodoxamente anti-capitalista.
Globalmente considerada, a esquerda partidária no Parlamento Europeu (contabilizada como PSE + “Verdes” + GUE/NGL) tinha cerca de 38% em 2004 e desce para cerca de 33% em 2009, o que constitui uma quebra clara de representatividade. Em termos relativos, PSE e EU descem numa proporção semelhante e apenas os (apesar de tudo, algo mais heterodoxos) “Verdes” sobem.
Importa ainda notar que uma parte substancial do impressionante aumento do número de deputados Não Inscritos se dá precisamente à direita (ainda que não seja fácil classificar de forma fidedigna alguns dos partidos nesta categoria).
Por outras palavras, o fortíssimo crescimento da extrema-esquerda em Portugal é mesmo um caso relativamente excepcional na Europa.