António Costa em entrevista: “Mas qual é a dúvida de que as coisas falharam em Reguengos?”

16-09-2020
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António Costa garante que a sua ministra atuou no caso do lar de Reguengos, mesmo não tendo dito ao Expresso que tinha feito um inquérito ou que tinha comunicado a situação ao Ministério Público: “Acho que tive mais sorte do que vocês na pergunta que fiz à ministra.” E atira-se à Ordem dos Médicos, que acusa de não ter como função “fiscalizar o Estado”. Os outros relatórios, diz, sugerem que os médicos também tiveram responsabilidades no caso.

O que é que considera “artificial” na polémica com a ministra Ana Gomes Godinho?

É pretender que o Estado e a ministra desvalorizam a importância do que se passa nos lares pelo facto de não se ter lido um determinado relatório. Primeiro, ao definirmos como prioridade na reforma da saúde a criação dos cuidados continuados e integrados é porque temos bem a noção de que, com a evolução demográfica, a resposta dos lares é insuficiente. Segundo, adotámos desde o início da pandemia um reforço brutal das condições financeiras das IPSS, misericórdias e mutualidades, que aumentou a dotação em 5,5% num ano em que a inflação é negativa. Apoiámos a contratação de milhares de trabalhadores para reforçar as IPSS, fizemos testes massivos, apoiámos financeiramente a aquisição de equipamento de proteção individual e assumimos o custo político dificílimo de, durante meses, termos interditado as visitas de familiares. Estamos ainda agora a adotar mais programas de apoio aos lares. Não se pode dizer que não estamos atentos ao problema.

António Costa garante que a sua ministra atuou no caso do lar de Reguengos, mesmo não tendo dito ao Expresso que tinha feito um inquérito ou que tinha comunicado a situação ao Ministério Público: “Acho que tive mais sorte do que vocês na pergunta que fiz à ministra.” E atira-se à Ordem dos Médicos, que acusa de não ter como função “fiscalizar o Estado”. Os outros relatórios, diz, sugerem que os médicos também tiveram responsabilidades no caso.

O que é que considera “artificial” na polémica com a ministra Ana Gomes Godinho?

É pretender que o Estado e a ministra desvalorizam a importância do que se passa nos lares pelo facto de não se ter lido um determinado relatório. Primeiro, ao definirmos como prioridade na reforma da saúde a criação dos cuidados continuados e integrados é porque temos bem a noção de que, com a evolução demográfica, a resposta dos lares é insuficiente. Segundo, adotámos desde o início da pandemia um reforço brutal das condições financeiras das IPSS, misericórdias e mutualidades, que aumentou a dotação em 5,5% num ano em que a inflação é negativa. Apoiámos a contratação de milhares de trabalhadores para reforçar as IPSS, fizemos testes massivos, apoiámos financeiramente a aquisição de equipamento de proteção individual e assumimos o custo político dificílimo de, durante meses, termos interditado as visitas de familiares. Estamos ainda agora a adotar mais programas de apoio aos lares. Não se pode dizer que não estamos atentos ao problema.

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