Sondagens e o regresso do medo.

10-04-2015
marcar artigo

Sondagens e o regresso do medo.

As eleições para o Parlamento Europeu de Junho de 2009 tiveram, no que respeita a Portugal, um desfecho que, para muitos, foi inesperado. Inesperado, sobretudo, pela incongruência entre os resultados eleitorais e diversas sondagens que apontavam em sentido diverso do verificado em concreto.

Foi levantada a hipótese de muitos votantes de partidos “à direita” do espectro político se recusarem a, sequer através de participação em sondagem, correrem algum risco, ainda que remoto, de ser conhecida a sua inclinação.

As sondagens estariam assim, e acrescente-se, possivelmente de forma irremediável, feridas na sua capacidade para prever os resultados eleitorais, uma vez que nesta perspectiva, parte do eleitorado confiaria apenas no segredo da própria urna, e não no de qualquer simulacro.

Este fenómeno poderia traduzir um “zeitgeist” que se poderá ter instalado entre nós durante o mandato que agora termina, e que se repercutiu em diversas intervenções públicas.

Como já foi assinalado, Portugal é território onde laboraram Santo Ofício e PIDE. Ao contrário daquele, esta esteve activa nos dias de vida de muitos actuais eleitores. Ora estas duas organizações teriam como objecto ou como efeito, inspirar medo.

Como notou F. Zakaria, vários países do mundo têm regimes “que combinam eleições e autoritarismo – são as democracias iliberais”. Com os precedentes históricos de Portugal, é necessário todo o cuidado para não seguir esse caminho.

Aguardamos os resultados eleitorais das eleições legislativas de Setembro de 2009, afim de podermos conferir o maior ou menor grau de sintonia com os resultados das sondagens previamente publicadas.

No caso de voltar a verificar-se o mesmo fenómeno de Junho de 2009, poderemos especular que a separação entre resultados de sondagens e resultados eleitorais poderia constituir um sintoma do regresso do medo ao cenário político.

Pela minha parte, gostaria de fazer minhas as palavras de Manuel Alegre, “Agora e sempre contra o medo, pela liberdade.”

José Pedro Lopes Nunes

Sondagens e o regresso do medo.

As eleições para o Parlamento Europeu de Junho de 2009 tiveram, no que respeita a Portugal, um desfecho que, para muitos, foi inesperado. Inesperado, sobretudo, pela incongruência entre os resultados eleitorais e diversas sondagens que apontavam em sentido diverso do verificado em concreto.

Foi levantada a hipótese de muitos votantes de partidos “à direita” do espectro político se recusarem a, sequer através de participação em sondagem, correrem algum risco, ainda que remoto, de ser conhecida a sua inclinação.

As sondagens estariam assim, e acrescente-se, possivelmente de forma irremediável, feridas na sua capacidade para prever os resultados eleitorais, uma vez que nesta perspectiva, parte do eleitorado confiaria apenas no segredo da própria urna, e não no de qualquer simulacro.

Este fenómeno poderia traduzir um “zeitgeist” que se poderá ter instalado entre nós durante o mandato que agora termina, e que se repercutiu em diversas intervenções públicas.

Como já foi assinalado, Portugal é território onde laboraram Santo Ofício e PIDE. Ao contrário daquele, esta esteve activa nos dias de vida de muitos actuais eleitores. Ora estas duas organizações teriam como objecto ou como efeito, inspirar medo.

Como notou F. Zakaria, vários países do mundo têm regimes “que combinam eleições e autoritarismo – são as democracias iliberais”. Com os precedentes históricos de Portugal, é necessário todo o cuidado para não seguir esse caminho.

Aguardamos os resultados eleitorais das eleições legislativas de Setembro de 2009, afim de podermos conferir o maior ou menor grau de sintonia com os resultados das sondagens previamente publicadas.

No caso de voltar a verificar-se o mesmo fenómeno de Junho de 2009, poderemos especular que a separação entre resultados de sondagens e resultados eleitorais poderia constituir um sintoma do regresso do medo ao cenário político.

Pela minha parte, gostaria de fazer minhas as palavras de Manuel Alegre, “Agora e sempre contra o medo, pela liberdade.”

José Pedro Lopes Nunes

marcar artigo