Depois dos maus sinais de facilitalismo e cedência à demagogia dados na campanha para as eleições europeias e das infelizes declarações públicas de Paulo Rangel sobre a Igreja, as suas recentes entrevistas ao i e ao DN acrescentam novos motivos de preocupação.
Por um lado, pela indefinição ideológica de quem procura afastar-se da “social-democracia mais ortodoxa” (?) ao mesmo tempo que afirma implicitamente uma equivalência entre centro-esquerda e centro direita:
O nosso projecto é sobretudo a ideia de abertura do PSD para o espectro político que vai do centro esquerda até ao centro-direita com muito mais abertura de diálogo do que num certo fechamento de uma certa social-democracia mais ortodoxa.
Por outro, na entrevista ao DN, Paulo Rangel dá sinais de desejar uma (ainda maior) governamentalização das autoridades reguladoras. Como o João Miranda bem assinala, além de sinalizar um grau de intervencionismo preocupante, a posição de Rangel distorce de forma clara e grosseira a vocação desejável das autoridades reguladoras:
Actualmente, o Estado usa as participações em empresas semi-públicas para bloquear a entrada de estrangeiros (subvertendo o mercado), para promover negócios de Estado (Galp na Venezuela, no Brasil e em Angola) ou para promover investimento português no estrangeiro (participação na Vivo pela PT no Brasil e investimentos da EDP nos Estados Unidos). Rangel não rejeita nenhuma destas funções das participações do Estado. Pelo contrário. Fala de interesses de “segurança e estratégia nacional”. Aquilo que Rangel defende é que a “segurança e estratégia nacional” sejam prosseguidas através das autoridades reguladoras.
Não sei se a sucessão de intervenções menos felizes de Paulo Rangel se deve a falta de preparação ou a cedências a tentações demagógicas, mas seja qual for a causa é de lamentar que uma das figuras mais promissoras do PSD esteja a enveredar por estes caminhos.
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Depois dos maus sinais de facilitalismo e cedência à demagogia dados na campanha para as eleições europeias e das infelizes declarações públicas de Paulo Rangel sobre a Igreja, as suas recentes entrevistas ao i e ao DN acrescentam novos motivos de preocupação.
Por um lado, pela indefinição ideológica de quem procura afastar-se da “social-democracia mais ortodoxa” (?) ao mesmo tempo que afirma implicitamente uma equivalência entre centro-esquerda e centro direita:
O nosso projecto é sobretudo a ideia de abertura do PSD para o espectro político que vai do centro esquerda até ao centro-direita com muito mais abertura de diálogo do que num certo fechamento de uma certa social-democracia mais ortodoxa.
Por outro, na entrevista ao DN, Paulo Rangel dá sinais de desejar uma (ainda maior) governamentalização das autoridades reguladoras. Como o João Miranda bem assinala, além de sinalizar um grau de intervencionismo preocupante, a posição de Rangel distorce de forma clara e grosseira a vocação desejável das autoridades reguladoras:
Actualmente, o Estado usa as participações em empresas semi-públicas para bloquear a entrada de estrangeiros (subvertendo o mercado), para promover negócios de Estado (Galp na Venezuela, no Brasil e em Angola) ou para promover investimento português no estrangeiro (participação na Vivo pela PT no Brasil e investimentos da EDP nos Estados Unidos). Rangel não rejeita nenhuma destas funções das participações do Estado. Pelo contrário. Fala de interesses de “segurança e estratégia nacional”. Aquilo que Rangel defende é que a “segurança e estratégia nacional” sejam prosseguidas através das autoridades reguladoras.
Não sei se a sucessão de intervenções menos felizes de Paulo Rangel se deve a falta de preparação ou a cedências a tentações demagógicas, mas seja qual for a causa é de lamentar que uma das figuras mais promissoras do PSD esteja a enveredar por estes caminhos.