Liberalismo à portuguesa

09-07-2011
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Não vou comentar a entrevista de Pedro Passos Coelho à TSF e ao DN porque, não só o Bruno Alves já o fez aqui e aqui, como o fez bem melhor do que eu o conseguiria fazer. No entanto, acho que estas últimas declarações de PPC, aquando do jantar-debate promovido pela plataforma Construir Ideias, mercem um comentário.

Estando perfeitamente no seu direito, PPC é contra a descida do IRS, nesta altura, porque:

À primeira dificuldade, o défice volta a estar presente porque a despesa pública é muito elevada, o que significa que vamos ter de ter receita fiscal a cobrir essa despesa. Ora, que sentido é que faria estar agora a descer o IRS para dizer: nós vamos depois das eleições aumentar outra vez o IRS?

Se calhar o problema não está em baixar agora o IRS. Se calhar o problema está na despesa pública. Se calhar o problema está em projectos como o TGV (que, pelo seu carácter estratégico, PPC defende). Se calhar até era bom baixar agora o IRS para sermos obrigados a baixar a despesa pública (a única forma sustentável de garantir a viabilidade deste nosso estado). Mas não, PPC acha que é um disparate baixar agora o IRS porque Manuela Ferreira Leite o defende vamos precisar dessa receita para alimentar o monstro.

Estranhamente PPC não é contra a descida do IRC porque tal não iria afectar a receita fiscal. Deve estar a contar com os excelentes resultados que a quase totalidade das empresas portuguesas estarão em condições de apresentar em 2009…

Enfim, podem os variados arautos dos perigos do neo-liberalismo estar descansados. Por cá, com liberais assim, não precisamos de socialistas.

Não vou comentar a entrevista de Pedro Passos Coelho à TSF e ao DN porque, não só o Bruno Alves já o fez aqui e aqui, como o fez bem melhor do que eu o conseguiria fazer. No entanto, acho que estas últimas declarações de PPC, aquando do jantar-debate promovido pela plataforma Construir Ideias, mercem um comentário.

Estando perfeitamente no seu direito, PPC é contra a descida do IRS, nesta altura, porque:

À primeira dificuldade, o défice volta a estar presente porque a despesa pública é muito elevada, o que significa que vamos ter de ter receita fiscal a cobrir essa despesa. Ora, que sentido é que faria estar agora a descer o IRS para dizer: nós vamos depois das eleições aumentar outra vez o IRS?

Se calhar o problema não está em baixar agora o IRS. Se calhar o problema está na despesa pública. Se calhar o problema está em projectos como o TGV (que, pelo seu carácter estratégico, PPC defende). Se calhar até era bom baixar agora o IRS para sermos obrigados a baixar a despesa pública (a única forma sustentável de garantir a viabilidade deste nosso estado). Mas não, PPC acha que é um disparate baixar agora o IRS porque Manuela Ferreira Leite o defende vamos precisar dessa receita para alimentar o monstro.

Estranhamente PPC não é contra a descida do IRC porque tal não iria afectar a receita fiscal. Deve estar a contar com os excelentes resultados que a quase totalidade das empresas portuguesas estarão em condições de apresentar em 2009…

Enfim, podem os variados arautos dos perigos do neo-liberalismo estar descansados. Por cá, com liberais assim, não precisamos de socialistas.

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