Viva o pão saudável
Posted on Março 13, 2009 by Michael Seufert
Ao contrário do que muita gente acha, a liberdade que está em causa na lei que regula o teor de sal no pão, não é a liberdade de comer pão com muito sal. Ou o direito a comprar esse mesmo pão. Não existe nenhum direito (positivo) a comprar pão com um determinado teor de sal.
Mas existe o direito a contratar com um padeiro um determinado pão. Essa transação envolve quem produz e quem consome, e como tal não infringe quaisquer direitos de terceiros. O leitor sabe que ninguém contrata directamente os ingredientes do pão com o padeiro. Mas o mercado encarrega-se de nos oferecer todo o tipo de pão em todas as formas, sabores e níveis de sal. Assim, o direito do padeiro produzir e nos vender o pão que nós escolhemos é um direito fundamental. Na verdade uma sucessão de direitos: o direito a comprar ingredientes, o direito a misturá-los como lhe aprouver, o direito a cozer a mistura e o direito a colocar o pão feito no expositor para que o cliente lho possa comprar. E por fim o direito do cliente a comprar o bem que o padeiro lhe oferece. Não há nesta sucessão de acontecimentos nenhuma coacção sobre terceiros, nem é infringido nenhum direito de ninguém. A intervenção do estado neste processo equivale a proibir as pessoas a cozerem pão em casa da maneira que melhor entenderem.
Hoje dá-se poder ao estado para legislar o sal no pão. Na mesma linha de ideias o estado poderá legislar o teor de gordura numa francesinha. Depois virá o menú nos restaurantes saudável por decreto, e o frigorífico chipado para garantir o pequeno-almoço saudável das crianças.
Claro que não. Claro que isto é um devaneio. Claro que uma coisa é o sal no pão, outra coisa a nossa casa. Claro que o autor é um maluquinho liberalóide com fobia ao estado.
Claro.
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Esta entrada foi publicada em Comentário, Nanny State Watch, Política, Portugal por Michael Seufert. Ligação permanente.
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Viva o pão saudável
Posted on Março 13, 2009 by Michael Seufert
Ao contrário do que muita gente acha, a liberdade que está em causa na lei que regula o teor de sal no pão, não é a liberdade de comer pão com muito sal. Ou o direito a comprar esse mesmo pão. Não existe nenhum direito (positivo) a comprar pão com um determinado teor de sal.
Mas existe o direito a contratar com um padeiro um determinado pão. Essa transação envolve quem produz e quem consome, e como tal não infringe quaisquer direitos de terceiros. O leitor sabe que ninguém contrata directamente os ingredientes do pão com o padeiro. Mas o mercado encarrega-se de nos oferecer todo o tipo de pão em todas as formas, sabores e níveis de sal. Assim, o direito do padeiro produzir e nos vender o pão que nós escolhemos é um direito fundamental. Na verdade uma sucessão de direitos: o direito a comprar ingredientes, o direito a misturá-los como lhe aprouver, o direito a cozer a mistura e o direito a colocar o pão feito no expositor para que o cliente lho possa comprar. E por fim o direito do cliente a comprar o bem que o padeiro lhe oferece. Não há nesta sucessão de acontecimentos nenhuma coacção sobre terceiros, nem é infringido nenhum direito de ninguém. A intervenção do estado neste processo equivale a proibir as pessoas a cozerem pão em casa da maneira que melhor entenderem.
Hoje dá-se poder ao estado para legislar o sal no pão. Na mesma linha de ideias o estado poderá legislar o teor de gordura numa francesinha. Depois virá o menú nos restaurantes saudável por decreto, e o frigorífico chipado para garantir o pequeno-almoço saudável das crianças.
Claro que não. Claro que isto é um devaneio. Claro que uma coisa é o sal no pão, outra coisa a nossa casa. Claro que o autor é um maluquinho liberalóide com fobia ao estado.
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