CDS quer saber onde estava quem reclama valores de Abril quando país foi à bancarrota

25-04-2015
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"Se nos últimos quatro anos ouvimos de forma quase-habitual vozes que vinham reclamar a ‘pureza de Abril', os ‘valores de Abril' ou chegaram até a apontar um dedo aos que, diziam eles, ‘traíam' Abril, então é legítimo perguntar-lhes não ‘aonde é que tu estavas no 25 de Abril?' mas ‘onde é que tu estavas quando Portugal foi conduzido à bancarrota?'", defendeu.

Numa intervenção de cerca de 12 minutos, o deputado do CDS-PP disse pertencer a uma geração a quem a dívida limitou a liberdade.

Leia Também PSD pede consensos e refundação da subordinação do poder económico ao político

Michael Seufert afirmou que, não tendo vivido "os tempos da revolução", agradece "o legado da democracia" mas há "uma herança" que "bem dispensaria": "a herança da dívida pública".

"Empurrada com a barriga porque sucessivos governos se dispensaram de governar com o que tinham e fizeram questão de governar com o dinheiro da geração seguinte. Essa dívida, durante muito tempo a conhecida e a escondida, vinha em galopante crescendo e limita - e muito! - a liberdade da minha geração e das seguintes", sustentou.

"E ao ouvir aqueles que a contraíram queixar-se da ‘troika' que trouxeram e reclamar contra austeridades que criaram, apetece responder ‘não devia ter sido para isso que se fez o 25 de Abril", disse.

O deputado centrista afirmou que "o regime saído do processo revolucionário de 1974 e 75 está estabelecido, consolidado e integra o concerto das nações livres", e que isso deve ser comemorado, mas sem esquecer que nos últimos 41 anos houve três bancarrotas.

Michael Seufert lembrou as eleições para a Assembleia Constituinte, há 40 anos, e a Lei Fundamental, relativamente à qual o CDS votou contra, mas de que enalteceu as virtudes em "matéria de direitos, liberdades e garantias".

"Mas há um direito que a Constituição não soube garantir na sua necessária abrangência, que é o direito de uma geração a tomar democraticamente as rédeas do país sem ter de estar limitada - eu diria mesmo impedida - pelas despesas, dívidas e projetos do passado e com isso impedida também de ser inteiramente dona do seu destino", argumentou.

Michael Seufert disse que, para a sua geração, "mais dívida é menos liberdade, mais défice é menos oportunidade".

"Certo é que, mesmo com todos os defeitos que encontramos na nossa democracia - e é sempre mais fácil apontar defeitos do que virtudes - ela é a que nos dá ferramentas para não repetir os erros do passado e limitar a acção dos governos para que nunca mais tenhamos de enfrentar a bancarrota e o difícil caminho que é sair dela", sustentou.

"Saibamos fazer esse trabalho e esse debate para que, independentemente do que está na cabeça de cada um de nós quando pensamos ‘porque é que se fez o 25 de Abril', possamos deixar um país melhor aos nossos filhos do que aquele que encontrámos. Tenho a certeza que era o que também queriam os capitães de Abril", defendeu.

"Se nos últimos quatro anos ouvimos de forma quase-habitual vozes que vinham reclamar a ‘pureza de Abril', os ‘valores de Abril' ou chegaram até a apontar um dedo aos que, diziam eles, ‘traíam' Abril, então é legítimo perguntar-lhes não ‘aonde é que tu estavas no 25 de Abril?' mas ‘onde é que tu estavas quando Portugal foi conduzido à bancarrota?'", defendeu.

Numa intervenção de cerca de 12 minutos, o deputado do CDS-PP disse pertencer a uma geração a quem a dívida limitou a liberdade.

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Michael Seufert afirmou que, não tendo vivido "os tempos da revolução", agradece "o legado da democracia" mas há "uma herança" que "bem dispensaria": "a herança da dívida pública".

"Empurrada com a barriga porque sucessivos governos se dispensaram de governar com o que tinham e fizeram questão de governar com o dinheiro da geração seguinte. Essa dívida, durante muito tempo a conhecida e a escondida, vinha em galopante crescendo e limita - e muito! - a liberdade da minha geração e das seguintes", sustentou.

"E ao ouvir aqueles que a contraíram queixar-se da ‘troika' que trouxeram e reclamar contra austeridades que criaram, apetece responder ‘não devia ter sido para isso que se fez o 25 de Abril", disse.

O deputado centrista afirmou que "o regime saído do processo revolucionário de 1974 e 75 está estabelecido, consolidado e integra o concerto das nações livres", e que isso deve ser comemorado, mas sem esquecer que nos últimos 41 anos houve três bancarrotas.

Michael Seufert lembrou as eleições para a Assembleia Constituinte, há 40 anos, e a Lei Fundamental, relativamente à qual o CDS votou contra, mas de que enalteceu as virtudes em "matéria de direitos, liberdades e garantias".

"Mas há um direito que a Constituição não soube garantir na sua necessária abrangência, que é o direito de uma geração a tomar democraticamente as rédeas do país sem ter de estar limitada - eu diria mesmo impedida - pelas despesas, dívidas e projetos do passado e com isso impedida também de ser inteiramente dona do seu destino", argumentou.

Michael Seufert disse que, para a sua geração, "mais dívida é menos liberdade, mais défice é menos oportunidade".

"Certo é que, mesmo com todos os defeitos que encontramos na nossa democracia - e é sempre mais fácil apontar defeitos do que virtudes - ela é a que nos dá ferramentas para não repetir os erros do passado e limitar a acção dos governos para que nunca mais tenhamos de enfrentar a bancarrota e o difícil caminho que é sair dela", sustentou.

"Saibamos fazer esse trabalho e esse debate para que, independentemente do que está na cabeça de cada um de nós quando pensamos ‘porque é que se fez o 25 de Abril', possamos deixar um país melhor aos nossos filhos do que aquele que encontrámos. Tenho a certeza que era o que também queriam os capitães de Abril", defendeu.

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