bilros & berloques: Violência Doméstima

20-01-2012
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Violência doméstica nos dias de hoje Muitas vezes, somos vítimas de agressões que nem sempre nos damos conta e que com muita frequência acontecem entre pais e filhos, famílias, casais, pessoas que se amam, enfim, nas relações quotidianas. Muitas delas causam-nos culpa, doenças, conflitos. Parece difícil perceber essas agressões e, principalmente, os ferimentos que causam, pois em geral só é enfatizada a violência física e explícita. As agressões silenciosas nem sempre deixam marcas externas, físicas e visíveis, mas conseguem deixar marcas eternas. A violência doméstica é um problema universal que atinge milhares de pessoas, em grande número de vezes de forma silenciosa e dissimuladamente. A violência doméstica não é só entre conjugues. O conceito de violência doméstica aplica-se a todos os casos quer de agressão física quer psicológica a vítimas que co-habitem com o agressor ou familiares. A agressão física é o uso da força com o objectivo de ferir, deixando ou não marcas evidentes. São comuns murros e "chapadas", agressões com diversos objectos e queimaduras por objectos ou líquidos quentes. A agressão psicológica, às vezes tão ou mais prejudicial que a física, é caracterizada pela rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. Trata-se de uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente causa cicatrizes que perduram para toda a vida. Podemos ainda incluir neste grupo, situações em que o agressor faz a outra pessoa sentir-se inferior, dependente, culpado ou omisso. A pior atitude com este objectivo é quando o agressor faz tudo correctamente, não com o propósito de ensinar, mas para mostrar ao outro o tamanho da sua incompetência. O agressor com este tipo de atitude tem prazer quando o outro se sente inferiorizado, diminuído e incompetente. A violência verbal, na maioria dos casos existe concomitantemente com a violência psicológica. A violência doméstica tem um ciclo que pode ser dividido em três fases: 1ª Fase: Momento de tensão: as tensões quotidianas acumuladas pelo agressor/a que este/a, não sabe ou consegue resolver, criam um ambiente de perigo eminente para a vítima que é muitas vezes, culpabilizada por tais tensões. Sob qualquer pretexto o agressor/a, direcciona todas as suas tensões sobre a vítima. E os pretextos podem ser muito simples como por exemplo, acusar a vítima de não ter cozinhado, ou cozinhado com sal a mais, de ter chegado tarde a casa ou a um encontro, de ter amantes, etc. 2ª Fase: Ataque violento: o/a agressor/a maltrata física e psicologicamente a vítima (homem ou mulher), que procura defender-se, esperando que o/a agressor/a pare e não avance com mais violência. Este ataque pode ser de grande intensidade, podendo a vítima por vezes ficar em estado bastante grave, necessitando de tratamento médico, ao qual o agressor/a nem sempre lhe dá acesso imediato. 3ª Fase: Fase de apaziguamento: o/a agressor/a, depois da tensão ter sido direccionada sobre a vítima, manifesta-lhe arrependimento e promete que não vai voltar a ser violento/a. Pode invocar motivos para que a vítima desculpabilize o comportamento violento, como por exemplo: ter corrido mal o dia, ter-se embriagado ou consumido drogas; pode ainda invocar o comportamento da vítima como motivo para o seu descontrolo. Para reforçar o seu pedido de desculpas, pode tratá-lo(a) com delicadeza... fazendo-a(o) acreditar que, de facto, foi essa a última vez que ele/a se descontrolou. Este ciclo é vivido pela vítima, numa constante esperança, medo e amor. Medo, em virtude da violência de que é alvo; esperança, porque acredita no arrependimento e nos pedidos de desculpa que têm lugar depois da violência; amor, porque apesar da violência, podem existir momentos positivos no relacionamento. * A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) contabilizou no ano de 2009, 18.669 crimes, dos quais 90% se referem a casos de violência doméstica. Visão


Violência doméstica nos dias de hoje Muitas vezes, somos vítimas de agressões que nem sempre nos damos conta e que com muita frequência acontecem entre pais e filhos, famílias, casais, pessoas que se amam, enfim, nas relações quotidianas. Muitas delas causam-nos culpa, doenças, conflitos. Parece difícil perceber essas agressões e, principalmente, os ferimentos que causam, pois em geral só é enfatizada a violência física e explícita. As agressões silenciosas nem sempre deixam marcas externas, físicas e visíveis, mas conseguem deixar marcas eternas. A violência doméstica é um problema universal que atinge milhares de pessoas, em grande número de vezes de forma silenciosa e dissimuladamente. A violência doméstica não é só entre conjugues. O conceito de violência doméstica aplica-se a todos os casos quer de agressão física quer psicológica a vítimas que co-habitem com o agressor ou familiares. A agressão física é o uso da força com o objectivo de ferir, deixando ou não marcas evidentes. São comuns murros e "chapadas", agressões com diversos objectos e queimaduras por objectos ou líquidos quentes. A agressão psicológica, às vezes tão ou mais prejudicial que a física, é caracterizada pela rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. Trata-se de uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente causa cicatrizes que perduram para toda a vida. Podemos ainda incluir neste grupo, situações em que o agressor faz a outra pessoa sentir-se inferior, dependente, culpado ou omisso. A pior atitude com este objectivo é quando o agressor faz tudo correctamente, não com o propósito de ensinar, mas para mostrar ao outro o tamanho da sua incompetência. O agressor com este tipo de atitude tem prazer quando o outro se sente inferiorizado, diminuído e incompetente. A violência verbal, na maioria dos casos existe concomitantemente com a violência psicológica. A violência doméstica tem um ciclo que pode ser dividido em três fases: 1ª Fase: Momento de tensão: as tensões quotidianas acumuladas pelo agressor/a que este/a, não sabe ou consegue resolver, criam um ambiente de perigo eminente para a vítima que é muitas vezes, culpabilizada por tais tensões. Sob qualquer pretexto o agressor/a, direcciona todas as suas tensões sobre a vítima. E os pretextos podem ser muito simples como por exemplo, acusar a vítima de não ter cozinhado, ou cozinhado com sal a mais, de ter chegado tarde a casa ou a um encontro, de ter amantes, etc. 2ª Fase: Ataque violento: o/a agressor/a maltrata física e psicologicamente a vítima (homem ou mulher), que procura defender-se, esperando que o/a agressor/a pare e não avance com mais violência. Este ataque pode ser de grande intensidade, podendo a vítima por vezes ficar em estado bastante grave, necessitando de tratamento médico, ao qual o agressor/a nem sempre lhe dá acesso imediato. 3ª Fase: Fase de apaziguamento: o/a agressor/a, depois da tensão ter sido direccionada sobre a vítima, manifesta-lhe arrependimento e promete que não vai voltar a ser violento/a. Pode invocar motivos para que a vítima desculpabilize o comportamento violento, como por exemplo: ter corrido mal o dia, ter-se embriagado ou consumido drogas; pode ainda invocar o comportamento da vítima como motivo para o seu descontrolo. Para reforçar o seu pedido de desculpas, pode tratá-lo(a) com delicadeza... fazendo-a(o) acreditar que, de facto, foi essa a última vez que ele/a se descontrolou. Este ciclo é vivido pela vítima, numa constante esperança, medo e amor. Medo, em virtude da violência de que é alvo; esperança, porque acredita no arrependimento e nos pedidos de desculpa que têm lugar depois da violência; amor, porque apesar da violência, podem existir momentos positivos no relacionamento. * A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) contabilizou no ano de 2009, 18.669 crimes, dos quais 90% se referem a casos de violência doméstica. Visão

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