Às 24 badaladas do dia 31 de Dezembro de 2007, António Nunes festeja com largas baforadas de cigarrilha a entrada em vigor da proibição de fumar em zonas de utilização pública não delimitadas.E fá-lo ostensivamente! À vista de todos ! Com a convicção firme de ser o mais bem colocado acima de uma lei cujo controlo, em primeira instância, sabe lhe pertencer inteiramente.Após uma atitude que mais não teria merecido que uma demissão imediata e exemplar sem azo a explicações esfarrapadas - é mais que sabido que se encontrava numa zona não delimitada para fumadores - só seria de esperar a gestão escandalosamente irresponsável e déspota que se verifica na implementação das directivas de higiene europeias na comercialização de refeições.Que se proceda a inspecções em cozinhas e espaços de consumo, visando o cumprimento das regras básicas de higiene e conservação de alimentos, dando seguimento a análises aleatórias de produtos, procedimentos e materiais, creio que estamos todos de acordo. Mas daí a condenar totalmente a comercialização de produtos caseiros, abalando economias familiares e condenando o consumidor ao produto industrial, liofilizado, de qualidade muito inferior, só pode fazer perder a paciência a todo o santo que se preze.Vamos a exemplos concretos : Na Sexta-Feira fui almoçar por volta das 15 horas. Escolhi um snack familiar, bem conhecido pelos eurocratas cá do burgo, situado em pleno coração do quartier européen de Bruxelas. Como prefiro almoçar nas horas de menor movimento, entrei, naturalmente, a seguir à hora do almoço. Praticamente todas as mesas estavam por arrumar e limpar. Sentei-me com uma colega numa das mesas, coloquei o recheio na mesa ao lado, peguei no menu, pedi um dos pratos fait maison (não industrial, a cozinha é aberta, produtos e cozinheiros à mistura) e um copo de vinho tinto, da casa (não estava selado). Temperei o prato utilizando o galheteiro existente na mesa (igual ao que tantos de nós tem em casa). A seguir pedi um café que foi servido com leite num jarrinho à parte (e não em pacote fechado) e o açúcar num açucareiro normal (não empacotado) …Ou seja, não me lembro ainda de ter visto nesta terra, em plena « boca do lobo », praticamente nenhuma das imposições histéricas agora proclamadas pela ASAE relativamente a estabelecimentos de produção caseira. Há regras básicas de higiene a respeitar, certo, mas nada que se compare àquilo que tenho lido e observado na imprensa e medias portugueses.A quem é que passa pela cabeça impor tais regras, por exemplo, a um restaurante com estrelas da Michelin? Já por si bem apertadas, mas não caindo no ridículo das proclamadas pela ASAE. Mas isto está tudo doido nessa terra?!O que é impreterível, isso sim, é correr-se com esse incompetente de uma vez por todas e arranjar alguém com idoneidade e sensibilidade suficientes para adaptar as directivas a cada caso específico e não da forma cega, preguiçosa (sim, porque dá trabalho fazer o estudo de cada caso) e despotista de um António Nunes completamente desfasado da realidade e, pior que isso, assumindo a velha postura tuga, bem evocada pelo Herman José, do « eu cá é que ponho e disponho, eu cá é que sou o Presidente da Junta»!Excelentíssimo António Nunes, a sua credibilidade, a partir da última badalada de 2007… esfumou-se!Para conhecer o "Guia para Controlo da Segurança Alimentar em Restaurantes Europeus": clique aqui .
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Às 24 badaladas do dia 31 de Dezembro de 2007, António Nunes festeja com largas baforadas de cigarrilha a entrada em vigor da proibição de fumar em zonas de utilização pública não delimitadas.E fá-lo ostensivamente! À vista de todos ! Com a convicção firme de ser o mais bem colocado acima de uma lei cujo controlo, em primeira instância, sabe lhe pertencer inteiramente.Após uma atitude que mais não teria merecido que uma demissão imediata e exemplar sem azo a explicações esfarrapadas - é mais que sabido que se encontrava numa zona não delimitada para fumadores - só seria de esperar a gestão escandalosamente irresponsável e déspota que se verifica na implementação das directivas de higiene europeias na comercialização de refeições.Que se proceda a inspecções em cozinhas e espaços de consumo, visando o cumprimento das regras básicas de higiene e conservação de alimentos, dando seguimento a análises aleatórias de produtos, procedimentos e materiais, creio que estamos todos de acordo. Mas daí a condenar totalmente a comercialização de produtos caseiros, abalando economias familiares e condenando o consumidor ao produto industrial, liofilizado, de qualidade muito inferior, só pode fazer perder a paciência a todo o santo que se preze.Vamos a exemplos concretos : Na Sexta-Feira fui almoçar por volta das 15 horas. Escolhi um snack familiar, bem conhecido pelos eurocratas cá do burgo, situado em pleno coração do quartier européen de Bruxelas. Como prefiro almoçar nas horas de menor movimento, entrei, naturalmente, a seguir à hora do almoço. Praticamente todas as mesas estavam por arrumar e limpar. Sentei-me com uma colega numa das mesas, coloquei o recheio na mesa ao lado, peguei no menu, pedi um dos pratos fait maison (não industrial, a cozinha é aberta, produtos e cozinheiros à mistura) e um copo de vinho tinto, da casa (não estava selado). Temperei o prato utilizando o galheteiro existente na mesa (igual ao que tantos de nós tem em casa). A seguir pedi um café que foi servido com leite num jarrinho à parte (e não em pacote fechado) e o açúcar num açucareiro normal (não empacotado) …Ou seja, não me lembro ainda de ter visto nesta terra, em plena « boca do lobo », praticamente nenhuma das imposições histéricas agora proclamadas pela ASAE relativamente a estabelecimentos de produção caseira. Há regras básicas de higiene a respeitar, certo, mas nada que se compare àquilo que tenho lido e observado na imprensa e medias portugueses.A quem é que passa pela cabeça impor tais regras, por exemplo, a um restaurante com estrelas da Michelin? Já por si bem apertadas, mas não caindo no ridículo das proclamadas pela ASAE. Mas isto está tudo doido nessa terra?!O que é impreterível, isso sim, é correr-se com esse incompetente de uma vez por todas e arranjar alguém com idoneidade e sensibilidade suficientes para adaptar as directivas a cada caso específico e não da forma cega, preguiçosa (sim, porque dá trabalho fazer o estudo de cada caso) e despotista de um António Nunes completamente desfasado da realidade e, pior que isso, assumindo a velha postura tuga, bem evocada pelo Herman José, do « eu cá é que ponho e disponho, eu cá é que sou o Presidente da Junta»!Excelentíssimo António Nunes, a sua credibilidade, a partir da última badalada de 2007… esfumou-se!Para conhecer o "Guia para Controlo da Segurança Alimentar em Restaurantes Europeus": clique aqui .