Sinais de aceleração do crescimento mundial impulsionam mercados

02-11-2013
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As principais economias mundiais parecem estar finalmente a emergir do ciclo de crescimento lento que as tem caracterizado desde 2008.

Ultrapassadas as piores fases das crises financeira global e da dívida soberana Europeia, estão a surgir sinais sólidos que colocam as economias dos EUA e da Zona Euro em recuperação, mais robusta a primeira do que a segunda. O Japão também parece estar a emergir de duas décadas de crescimento lento e deflação, contribuindo para elevar o crescimento mundial.

De acordo com as projecções actualizadas da OCDE, as economias avançadas deverão manter na segunda metade do ano o ritmo de crescimento alcançado nos primeiros seis meses. As economias dos EUA, do Japão e do Reino Unido deverão destacar-se particularmente pela positiva, sendo esperado um crescimento real (ajustado por variações do nível de preços) de 1.7%, 1.6% e 1.5%, respectivamente, em 2013. A zona euro, cujo ciclo se encontra desfasado das restantes economias desenvolvidas - ainda a recuperar da crise provocada pelo excesso de endividamento de alguns países e do efeito recessivo das medidas de austeridade necessárias para a correcção de desequilíbrios orçamentais - poderá beneficiar da recuperação do comércio mundial. O PIB conjunto dos 17 países que partilham o euro cresceu 0.3% em cadeia no segundo trimestre, tendo já beneficiado de um aumento das exportações, que contribuíram com 0.8 pontos percentuais para a taxa de crescimento global. O primeiro detalhe dos dados das contas nacionais relativas ao segundo trimestre, divulgado pelo Eurostat na semana passada, revelou um crescimento de 1.6% das exportações face ao trimestre anterior (+0.7% face ao período homólogo) e confirma que a procura interna também já está em fase de recuperação, embora ainda ténue - a despesa das famílias aumentou 0.2% (-0.6% yoy) e a despesa pública aumentou 0.4% (+0.3 yoy). A recuperação da procura interna também estará por detrás do aumento de 1.4% das importações (-0.4% yoy).

Pelo contrário, as economias emergentes estão a perder o dinamismo que as caracterizou ao longo da última década, verificando-se vários sinais de abrandamento, o que poderá retirar ímpeto ao crescimento da economia mundial. Ainda de acordo com a OCDE, o crescimento do grupo dos países BRIICS (Brasil, Rússia, Índia, Indonésia e China) face à sua tendência poderá ter sido reduzido em 1 ponto percentual nos últimos cinco anos, justificado por uma redução do crescimento da produtividade associado à ausência de reformas estruturais necessárias para aumentar o produto potencial. A discussão em torno da possibilidade de redução dos estímulos da Fed (quantitative easing - QE) ainda este ano - que possivelmente será anunciada no próximo dia 17 de Setembro e deverá terminar em meados de 2014, dada a recuperação do mercado de trabalho norte-americano - tem contribuído para realçar as dificuldades que estes países atravessam e poderá colocar em risco o seu crescimento através de uma redução dos fluxo de capital.

A redução do QE deverá constituir o principal risco para a economia mundial nos próximos meses. A forte desvalorização das moedas dos países emergentes e a quebra dos seus índices bolsistas nos últimos dois meses estiveram associados ao anúncio de que o QE poderá acabar em breve. No entanto, a expectativa para uma redução dos estímulos monetários também provocou um aumento das taxas de juro implícitas das obrigações públicas dos EUA, com o receio de que o principal comprador destes títulos (a Reserva Federal) deixe de intervir no mercado: as yields dos títulos a 10 anos no mercado secundário encontram-se já muito perto dos 3%, muito superiores aos 1.6% observados em Maio. O aperto das condições monetárias, que poderá aumentar os custos de financiamento e comprometer as previsões de crescimento, torna-se particularmente preocupante para a zona euro. Vários países da região ainda não recuperaram totalmente a confiança dos mercados, que ainda lhes exigem um elevado preço em troca de financiamento.

As principais economias mundiais parecem estar finalmente a emergir do ciclo de crescimento lento que as tem caracterizado desde 2008.

Ultrapassadas as piores fases das crises financeira global e da dívida soberana Europeia, estão a surgir sinais sólidos que colocam as economias dos EUA e da Zona Euro em recuperação, mais robusta a primeira do que a segunda. O Japão também parece estar a emergir de duas décadas de crescimento lento e deflação, contribuindo para elevar o crescimento mundial.

De acordo com as projecções actualizadas da OCDE, as economias avançadas deverão manter na segunda metade do ano o ritmo de crescimento alcançado nos primeiros seis meses. As economias dos EUA, do Japão e do Reino Unido deverão destacar-se particularmente pela positiva, sendo esperado um crescimento real (ajustado por variações do nível de preços) de 1.7%, 1.6% e 1.5%, respectivamente, em 2013. A zona euro, cujo ciclo se encontra desfasado das restantes economias desenvolvidas - ainda a recuperar da crise provocada pelo excesso de endividamento de alguns países e do efeito recessivo das medidas de austeridade necessárias para a correcção de desequilíbrios orçamentais - poderá beneficiar da recuperação do comércio mundial. O PIB conjunto dos 17 países que partilham o euro cresceu 0.3% em cadeia no segundo trimestre, tendo já beneficiado de um aumento das exportações, que contribuíram com 0.8 pontos percentuais para a taxa de crescimento global. O primeiro detalhe dos dados das contas nacionais relativas ao segundo trimestre, divulgado pelo Eurostat na semana passada, revelou um crescimento de 1.6% das exportações face ao trimestre anterior (+0.7% face ao período homólogo) e confirma que a procura interna também já está em fase de recuperação, embora ainda ténue - a despesa das famílias aumentou 0.2% (-0.6% yoy) e a despesa pública aumentou 0.4% (+0.3 yoy). A recuperação da procura interna também estará por detrás do aumento de 1.4% das importações (-0.4% yoy).

Pelo contrário, as economias emergentes estão a perder o dinamismo que as caracterizou ao longo da última década, verificando-se vários sinais de abrandamento, o que poderá retirar ímpeto ao crescimento da economia mundial. Ainda de acordo com a OCDE, o crescimento do grupo dos países BRIICS (Brasil, Rússia, Índia, Indonésia e China) face à sua tendência poderá ter sido reduzido em 1 ponto percentual nos últimos cinco anos, justificado por uma redução do crescimento da produtividade associado à ausência de reformas estruturais necessárias para aumentar o produto potencial. A discussão em torno da possibilidade de redução dos estímulos da Fed (quantitative easing - QE) ainda este ano - que possivelmente será anunciada no próximo dia 17 de Setembro e deverá terminar em meados de 2014, dada a recuperação do mercado de trabalho norte-americano - tem contribuído para realçar as dificuldades que estes países atravessam e poderá colocar em risco o seu crescimento através de uma redução dos fluxo de capital.

A redução do QE deverá constituir o principal risco para a economia mundial nos próximos meses. A forte desvalorização das moedas dos países emergentes e a quebra dos seus índices bolsistas nos últimos dois meses estiveram associados ao anúncio de que o QE poderá acabar em breve. No entanto, a expectativa para uma redução dos estímulos monetários também provocou um aumento das taxas de juro implícitas das obrigações públicas dos EUA, com o receio de que o principal comprador destes títulos (a Reserva Federal) deixe de intervir no mercado: as yields dos títulos a 10 anos no mercado secundário encontram-se já muito perto dos 3%, muito superiores aos 1.6% observados em Maio. O aperto das condições monetárias, que poderá aumentar os custos de financiamento e comprometer as previsões de crescimento, torna-se particularmente preocupante para a zona euro. Vários países da região ainda não recuperaram totalmente a confiança dos mercados, que ainda lhes exigem um elevado preço em troca de financiamento.

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