2060Vai a vida agitada na abadia. As monjas a conspirar nos corredores de acesso às celas e nos claustros. Que a abadessa não fala. Não fala mas tem dito muito. As monjas são surdas? ou não perceberam o que a abadessa pretende? Mais do que o silêncio da abadessa tem de se perceber o porquê da agitação, do frenesim das monjas. O burro não o é ou deixa de o ser por causa da cenoura. É, por não perceber que anda, e continua a andar sem chegar à cenoura. O que mais há são bípedes atrás de cenouras e não é por isso que deixam de o ser ... tão pouco por falta de pêlo deixam de ter quem os afague...Dos que se insurgem contra o pesado(!) silêncio do PSD convêm fazer uma primeira destrinça: os de dentro e os de fora. Que neste momento estão, objectivamente, conluiados [não esquecer de onde, quem e porquê, introduziu a eventualidade da recriação do Bloco Central durante a campanha eleitoral das directas no PSD].Os de fora tudo o que contribua para a dispersão de ideias, confundir, fazer chicane. Esses são os adversários! Pior são os de dentro... os que nestes tempos vão contestando o processo e o método – os inimigos. São esses que Manuela Ferreira Leite tem de lhes fazer como em tempos o fez Sá Carneiro. Esmagá-los! Sem conseguir vencer esse desafio jamais ganhará qualquer dos outros. Perde no PSD e é derrotada nas eleições em 2009.Esmagá-los por razões (é aqui que está a cenoura) várias (algumas vêm de longe, muito longe... quem acordou para a política um dia destes e raciocina a política caseira como algo que começou há dois ou três anos não percebe uma questão remota que Sá Carneiro venceu, que Soares perdeu, que o PS não esqueceu e, sectores importantes do PSD, nunca engoliram. O sonho “mexicano” do PS. E depois de Ramalho Eanes contra Soares e Sá Carneiro. Foi por ter perdido esta “guerra” que o PSD não foi aceite na Internacional Socialista – uma benção! – pior... foi por isso que o PS perdeu a oportunidade de ser poder, ininterruptamente, em Portugal, por décadas a fio. O que quis dizer, em termos caseiros, que as mais variadas oligarquias se tivessem de revezar a contragosto no acesso à gamela).O "erro" de Manuela Ferreira Leite não foi não ter aparecido na festa do Pontal. Foi não ter lá ido ninguém da actual direcção política. Mas esse pequeno erro de avaliação nada pesa. Não tem expressão.Avaliemos quem são os que estão a fazer ruído. E porque estão a fazer esse ruído todo. Dos que conheço nenhum o faz pelas melhores razões na minha perspectiva – a perspectiva do cidadão vulgar que não almeja outra coisa que seja o de Portugal começar a sair do atoleiro e do ambiente pestífero em que se encontra.O que está em causa já hoje, o que os move, é o que não se vê senão em uns pequenos e ligeiros afloramentos e que irão aflorar em força em 2010. O que se está a jogar agora é já a ocupação de lugares de decisão para a Revisão Constitucional e nesta o debate o referendo e o vencimento da regionalização do território. Porque a regionalização é importante para nos ajudar a ser como país o que não conseguimos ser sem ela? Não! porque são largas as centenas de figuras irrelevantes, medíocres que sem política estão condenados ou a trabalhar para subsistir ou a vegetar como o mais comum dos portugueses. Quem são eles? São os Mendes Bota (Algarve), os Lipari (Lisboa), os Valentins Loureiro (Porto), os Macários Correia (Algarve), os Menezes (Porto), os Guilherme Aguiar (Porto), os Fernandos Seara (Lisboa), os Nunos Delerue (Porto), os Bettencourt Picanço (Lisboa – TSD), os Marcos António (Porto), os Elói Franklin (Vila Real)... os que por óbvias insuficiências, incapacidade, falta de estatura e ausência de atributos já não alcançam mais do que a autarquia e por isso cuidaram em se distribuírem pelas várias candidaturas e nunca foram defensores das eleições directas por nesse processo perderam a vantagem de fazer valer o peso partidário (que a maioria deles não tem nem nunca teve mas que em congresso por vezes pesou em demasia). Por isso apostaram tão forte em Menezes que como populista que é e, como dirigente da maior distrital do PSD e, como autarca que nunca deixou de ser, sabia bem como “comerciar”.A cenoura que quer MFL quer os outros de que tenho estado a falar já vêem e os faz andar (mas que infelizmente mesmo dentro do PSD poucos são os que supõem sequer) é a Regionalização. O resto são questões de mera táctica... avanços e recuos. Pouco lhes interessa o poder (o governo) se conseguirem juntar as suas forças às que o PS tem nesse desafio. Perdem o governo por mais quatro anos com a vantagem de o PS não conseguir fazer o pleno - a maioria - mas ganham de certeza o futuro referendo o que quer dizer que conquistam um enorme peso intermédio de decisão. O mesmo que perde em capacidade de decisão o governo central.É esta “guerra” que Manuela Ferreira Leite tem pela frente e que tenho por enquanto muitas dúvidas que Manuela Ferreira Leite tenha capacidade de vencer. Primeiro porque não creio que Manuela Ferreira Leite seja ainda presidente do PSD daqui a uma não e meio; em segundo lugar por depender, nessa eventualidade, de quem fique para continuar a limpeza do “salão de festas” e, em terceiro lugar, porque creio que os regionalizadores vencerão e a Regionalização vai ser feita. Tal qual aconteceu com o aborto perdão Interrupção Voluntária da Gravidez... farão tantas tentativas quantas forem necessárias até saírem vencedores.Há mais questões evidentemente mas ninguém me pediu nem tenho o topete de... dar lições a quem quer que seja... apenas e só a minha opinião. É a minha opinião. Como tantas outras que já podem ser aquilatadas pela consulta ao arquivo do “Pleitos...” ao fim de dois anos e picos de opiniões já me vou regozijando por um lado e lamentando muito por outro. De longe que preferia o contrário... Nem regozijo nem lamento.
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2060Vai a vida agitada na abadia. As monjas a conspirar nos corredores de acesso às celas e nos claustros. Que a abadessa não fala. Não fala mas tem dito muito. As monjas são surdas? ou não perceberam o que a abadessa pretende? Mais do que o silêncio da abadessa tem de se perceber o porquê da agitação, do frenesim das monjas. O burro não o é ou deixa de o ser por causa da cenoura. É, por não perceber que anda, e continua a andar sem chegar à cenoura. O que mais há são bípedes atrás de cenouras e não é por isso que deixam de o ser ... tão pouco por falta de pêlo deixam de ter quem os afague...Dos que se insurgem contra o pesado(!) silêncio do PSD convêm fazer uma primeira destrinça: os de dentro e os de fora. Que neste momento estão, objectivamente, conluiados [não esquecer de onde, quem e porquê, introduziu a eventualidade da recriação do Bloco Central durante a campanha eleitoral das directas no PSD].Os de fora tudo o que contribua para a dispersão de ideias, confundir, fazer chicane. Esses são os adversários! Pior são os de dentro... os que nestes tempos vão contestando o processo e o método – os inimigos. São esses que Manuela Ferreira Leite tem de lhes fazer como em tempos o fez Sá Carneiro. Esmagá-los! Sem conseguir vencer esse desafio jamais ganhará qualquer dos outros. Perde no PSD e é derrotada nas eleições em 2009.Esmagá-los por razões (é aqui que está a cenoura) várias (algumas vêm de longe, muito longe... quem acordou para a política um dia destes e raciocina a política caseira como algo que começou há dois ou três anos não percebe uma questão remota que Sá Carneiro venceu, que Soares perdeu, que o PS não esqueceu e, sectores importantes do PSD, nunca engoliram. O sonho “mexicano” do PS. E depois de Ramalho Eanes contra Soares e Sá Carneiro. Foi por ter perdido esta “guerra” que o PSD não foi aceite na Internacional Socialista – uma benção! – pior... foi por isso que o PS perdeu a oportunidade de ser poder, ininterruptamente, em Portugal, por décadas a fio. O que quis dizer, em termos caseiros, que as mais variadas oligarquias se tivessem de revezar a contragosto no acesso à gamela).O "erro" de Manuela Ferreira Leite não foi não ter aparecido na festa do Pontal. Foi não ter lá ido ninguém da actual direcção política. Mas esse pequeno erro de avaliação nada pesa. Não tem expressão.Avaliemos quem são os que estão a fazer ruído. E porque estão a fazer esse ruído todo. Dos que conheço nenhum o faz pelas melhores razões na minha perspectiva – a perspectiva do cidadão vulgar que não almeja outra coisa que seja o de Portugal começar a sair do atoleiro e do ambiente pestífero em que se encontra.O que está em causa já hoje, o que os move, é o que não se vê senão em uns pequenos e ligeiros afloramentos e que irão aflorar em força em 2010. O que se está a jogar agora é já a ocupação de lugares de decisão para a Revisão Constitucional e nesta o debate o referendo e o vencimento da regionalização do território. Porque a regionalização é importante para nos ajudar a ser como país o que não conseguimos ser sem ela? Não! porque são largas as centenas de figuras irrelevantes, medíocres que sem política estão condenados ou a trabalhar para subsistir ou a vegetar como o mais comum dos portugueses. Quem são eles? São os Mendes Bota (Algarve), os Lipari (Lisboa), os Valentins Loureiro (Porto), os Macários Correia (Algarve), os Menezes (Porto), os Guilherme Aguiar (Porto), os Fernandos Seara (Lisboa), os Nunos Delerue (Porto), os Bettencourt Picanço (Lisboa – TSD), os Marcos António (Porto), os Elói Franklin (Vila Real)... os que por óbvias insuficiências, incapacidade, falta de estatura e ausência de atributos já não alcançam mais do que a autarquia e por isso cuidaram em se distribuírem pelas várias candidaturas e nunca foram defensores das eleições directas por nesse processo perderam a vantagem de fazer valer o peso partidário (que a maioria deles não tem nem nunca teve mas que em congresso por vezes pesou em demasia). Por isso apostaram tão forte em Menezes que como populista que é e, como dirigente da maior distrital do PSD e, como autarca que nunca deixou de ser, sabia bem como “comerciar”.A cenoura que quer MFL quer os outros de que tenho estado a falar já vêem e os faz andar (mas que infelizmente mesmo dentro do PSD poucos são os que supõem sequer) é a Regionalização. O resto são questões de mera táctica... avanços e recuos. Pouco lhes interessa o poder (o governo) se conseguirem juntar as suas forças às que o PS tem nesse desafio. Perdem o governo por mais quatro anos com a vantagem de o PS não conseguir fazer o pleno - a maioria - mas ganham de certeza o futuro referendo o que quer dizer que conquistam um enorme peso intermédio de decisão. O mesmo que perde em capacidade de decisão o governo central.É esta “guerra” que Manuela Ferreira Leite tem pela frente e que tenho por enquanto muitas dúvidas que Manuela Ferreira Leite tenha capacidade de vencer. Primeiro porque não creio que Manuela Ferreira Leite seja ainda presidente do PSD daqui a uma não e meio; em segundo lugar por depender, nessa eventualidade, de quem fique para continuar a limpeza do “salão de festas” e, em terceiro lugar, porque creio que os regionalizadores vencerão e a Regionalização vai ser feita. Tal qual aconteceu com o aborto perdão Interrupção Voluntária da Gravidez... farão tantas tentativas quantas forem necessárias até saírem vencedores.Há mais questões evidentemente mas ninguém me pediu nem tenho o topete de... dar lições a quem quer que seja... apenas e só a minha opinião. É a minha opinião. Como tantas outras que já podem ser aquilatadas pela consulta ao arquivo do “Pleitos...” ao fim de dois anos e picos de opiniões já me vou regozijando por um lado e lamentando muito por outro. De longe que preferia o contrário... Nem regozijo nem lamento.