No dia em que se comemora o dia internacional da mulher, uma efeméride que tem como objectivo chamar a atenção para o respeito pelos direitos das mulheres, o Negócios foi recolher as respostas das câmaras a uma sugestão do deputado Mendes Bota. O deputado do PSD enviou a todas as câmaras um requerimento em que chamava a atenção para a violência de género, que afecta as mulheres.
No documento, Mendes Bota lembrou as 29 mil denúncias de violência doméstica, em 2011, e as 36 mulheres que foram mortas pelos seus parceiros ou ex-parceiros. No final, o deputado deixava uma sugestão: “é ou não apropriado que a sociedade exprima em peça escultural a homenagem devida às mulheres vítimas de género, e o reconhecimento do seu sofrimento?”. O requerimento foi enviado para a caixa de correio de todos os municípios a 4 de Janeiro e as primeiras respostas começaram a surgir poucos dias depois.
Há outras prioridades, afirma a esmagadora maioria das câmaras
A grande maioria das câmaras respondeu de forma breve, explicando que o assunto não estava nos planos do respectivo executivo municipal. Outras houve que quiseram explicar os motivos. Em Lagos, a autarquia explicou que a decisão não foi tomada “e não se prevê que o seja tempos mais próximos dadas as dificuldades, outras prioridades e necessidades urgentes a resolver”. O município de Óbidos justificou não ter verbas para a obra, e na Golegã, que levou a sugestão a reunião de câmara, a decisão foi clara: os vereadores rejeitaram “por unanimidade” a ideia.
Não faltaram também críticas ao Governo, na volta do correio enviado por Mendes Bota. A câmara de Vizela disse-se “sensível” ao problema da violência contra as mulheres, mas por causa dos “constrangimentos financeiros, agravados pela Lei dos Compromissos”, não vai poder construir o monumento. No Bombarral, a crítica foi semelhante. O autarca José Manuel Vieira informou que o município aguarda a recuperação financeira, e enquanto ela não chegar, a lei dos compromissos não deixa fazer nova despesa. Em Benavente, a sugestão foi devolvida, e pediu-se aos deputados que salvaguardem mais as mulheres vítimas de violência.
Só Almada e Funchal é que já têm monumentos de homenagem às mulheres
O deputado pediu às câmaras que lhe enviassem a cópia da acta que mandava construir o monumento. Actualmente, e no universo que é possível analisar (107 câmaras, um terço do total), só Almada e Funchal é que têm monumentos de homenagem à mulher. No Funchal, a peça escultural foi inaugurada em 2009, num jardim da cidade, na apresentação do Plano Regional Contra a Violência Doméstica.
Já em Almada, o “Monumento à Mulher” foi inaugurado a 21 de Março de 2009, “em homenagem a todas as mulheres do concelho, de Portugal e do mundo”, que se destacaram. São todas “heroínas”, umas por causa do “seu valor intelectual”, e outras, “mártires”, porque lutaram e conseguiram “grandes transformações na caminhada para a igualdade”. A câmara de Almada é presidida por uma mulher, Maria Emília de Sousa. Na resposta ao deputado, a autarquia anexou várias fotografias do monumento.
Várias câmaras têm casas de abrigo e planos de igualdade
Muitas das autarquias que rejeitaram construir o monumento justificaram a decisão com o trabalho que já têm no terreno. Em Sintra, o presidente Fernando Seara lembrou Mendes Bota que a câmara a que ainda preside disponibilizou “instalações que permitiram a criação de uma casa-abrigo para mulheres em risco”, além de prestar apoio à Casa de Sant’Ana. Em Almada também foi disponibilizada uma casa-abrigo para estas mulheres, e em Pombal, o município concede habitação social a vítimas de violência doméstica.
Outras câmaras, como Mangualde, Felgueiras, Aljustrel, Alcanena ou Trofa têm em curso planos municipais de igualdade, ou projectos que apoiam vítimas de violência. Em Abrantes, o programa “Agir@Abrantes” pretende promover a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.
Montijo, Batalha e Angra do Heroísmo vão analisar
Só três câmaras se mostraram disponíveis para analisar a construção do monumento: Batalha, no distrito de Leiria, Montijo, na margem sul do Tejo, e Angra do Heroísmo, no arquipélago dos Açores. O município do Montijo vai analisar a possibilidade de construir o monumento com os respectivos parceiros, enquanto que em Angra, a intenção de construir o monumento havia sido manifestada pela Junta de Freguesia de Nossa Senhora da Conceição.
Em Águeda, o autarca Gil Nadais pediu a Mendes Bota mais detalhes sobre o tipo de monumento a construir.
Categorias
Entidades
No dia em que se comemora o dia internacional da mulher, uma efeméride que tem como objectivo chamar a atenção para o respeito pelos direitos das mulheres, o Negócios foi recolher as respostas das câmaras a uma sugestão do deputado Mendes Bota. O deputado do PSD enviou a todas as câmaras um requerimento em que chamava a atenção para a violência de género, que afecta as mulheres.
No documento, Mendes Bota lembrou as 29 mil denúncias de violência doméstica, em 2011, e as 36 mulheres que foram mortas pelos seus parceiros ou ex-parceiros. No final, o deputado deixava uma sugestão: “é ou não apropriado que a sociedade exprima em peça escultural a homenagem devida às mulheres vítimas de género, e o reconhecimento do seu sofrimento?”. O requerimento foi enviado para a caixa de correio de todos os municípios a 4 de Janeiro e as primeiras respostas começaram a surgir poucos dias depois.
Há outras prioridades, afirma a esmagadora maioria das câmaras
A grande maioria das câmaras respondeu de forma breve, explicando que o assunto não estava nos planos do respectivo executivo municipal. Outras houve que quiseram explicar os motivos. Em Lagos, a autarquia explicou que a decisão não foi tomada “e não se prevê que o seja tempos mais próximos dadas as dificuldades, outras prioridades e necessidades urgentes a resolver”. O município de Óbidos justificou não ter verbas para a obra, e na Golegã, que levou a sugestão a reunião de câmara, a decisão foi clara: os vereadores rejeitaram “por unanimidade” a ideia.
Não faltaram também críticas ao Governo, na volta do correio enviado por Mendes Bota. A câmara de Vizela disse-se “sensível” ao problema da violência contra as mulheres, mas por causa dos “constrangimentos financeiros, agravados pela Lei dos Compromissos”, não vai poder construir o monumento. No Bombarral, a crítica foi semelhante. O autarca José Manuel Vieira informou que o município aguarda a recuperação financeira, e enquanto ela não chegar, a lei dos compromissos não deixa fazer nova despesa. Em Benavente, a sugestão foi devolvida, e pediu-se aos deputados que salvaguardem mais as mulheres vítimas de violência.
Só Almada e Funchal é que já têm monumentos de homenagem às mulheres
O deputado pediu às câmaras que lhe enviassem a cópia da acta que mandava construir o monumento. Actualmente, e no universo que é possível analisar (107 câmaras, um terço do total), só Almada e Funchal é que têm monumentos de homenagem à mulher. No Funchal, a peça escultural foi inaugurada em 2009, num jardim da cidade, na apresentação do Plano Regional Contra a Violência Doméstica.
Já em Almada, o “Monumento à Mulher” foi inaugurado a 21 de Março de 2009, “em homenagem a todas as mulheres do concelho, de Portugal e do mundo”, que se destacaram. São todas “heroínas”, umas por causa do “seu valor intelectual”, e outras, “mártires”, porque lutaram e conseguiram “grandes transformações na caminhada para a igualdade”. A câmara de Almada é presidida por uma mulher, Maria Emília de Sousa. Na resposta ao deputado, a autarquia anexou várias fotografias do monumento.
Várias câmaras têm casas de abrigo e planos de igualdade
Muitas das autarquias que rejeitaram construir o monumento justificaram a decisão com o trabalho que já têm no terreno. Em Sintra, o presidente Fernando Seara lembrou Mendes Bota que a câmara a que ainda preside disponibilizou “instalações que permitiram a criação de uma casa-abrigo para mulheres em risco”, além de prestar apoio à Casa de Sant’Ana. Em Almada também foi disponibilizada uma casa-abrigo para estas mulheres, e em Pombal, o município concede habitação social a vítimas de violência doméstica.
Outras câmaras, como Mangualde, Felgueiras, Aljustrel, Alcanena ou Trofa têm em curso planos municipais de igualdade, ou projectos que apoiam vítimas de violência. Em Abrantes, o programa “Agir@Abrantes” pretende promover a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.
Montijo, Batalha e Angra do Heroísmo vão analisar
Só três câmaras se mostraram disponíveis para analisar a construção do monumento: Batalha, no distrito de Leiria, Montijo, na margem sul do Tejo, e Angra do Heroísmo, no arquipélago dos Açores. O município do Montijo vai analisar a possibilidade de construir o monumento com os respectivos parceiros, enquanto que em Angra, a intenção de construir o monumento havia sido manifestada pela Junta de Freguesia de Nossa Senhora da Conceição.
Em Águeda, o autarca Gil Nadais pediu a Mendes Bota mais detalhes sobre o tipo de monumento a construir.