MANOS METRALHAS

27-01-2012
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in LINK, Heinrich Friedrich, 1767-1851

Notas de uma viagem a Portugal e através de França e Espanha

trad., introd. E notas Fernando Clara. – Lisboa: Biblioteca Nacional, 2005 – Pág. 182.

Sobre CoimbraTodos os estudantes, assim como os seus professores tem um traje singular. A primeira parte é constituída por uma veste simples, totalmente negra, comprida e sem mangas, fechada atrás por fitas e à frente, do meio até aos pés guarnecida, com duas filas de pequenos botões muito juntos. Por cima veste-se uma outra veste negra e comprida com mangas largas, exactamente como os padres protestantes a costumam usar na Alemanha. Cada um traz uma pequena bolsa negra de pano na mão, onde se encontram lenço de assoar, tabaco e outras coisas semelhantes, pois aos trajes faltam outros bolsos. Os estudantes andam sempre, mesmo pelo calor abrasador do sol, de cabeça descoberta, apenas os professores e os finalistas podem usar um barrete negro. Ainda assim o tecido de que se servem é tão fino que este incómodo fato negro deve ser muito penosos no Verão. Mas nada pode dispensar o indivíduo de o usar, nem condição social, nem idade, nem ocupação, quem for visto na cidade sem ele sofre em primeiro uma multa pecuniária e depois o castigo da prisão. Daí que as ruas estejam permanentemente cheias destas pessoas vestidas de negro, que oferecem um aspecto triste e fradesco. Pombal gostaria também de ter abolido isto, mas fizeram-lhe ver que assim poupava muito na roupa, e na realidade, nem se pensa em gastos com a roupa. De resto, como na Alemanha, professores e estudantes vivem em casa particulares e não como em muitas universidades antigas, e ainda na própria Inglaterra, em edifícios próprios.

in LINK, Heinrich Friedrich, 1767-1851

Notas de uma viagem a Portugal e através de França e Espanha

trad., introd. E notas Fernando Clara. – Lisboa: Biblioteca Nacional, 2005 – Pág. 182.

Sobre CoimbraTodos os estudantes, assim como os seus professores tem um traje singular. A primeira parte é constituída por uma veste simples, totalmente negra, comprida e sem mangas, fechada atrás por fitas e à frente, do meio até aos pés guarnecida, com duas filas de pequenos botões muito juntos. Por cima veste-se uma outra veste negra e comprida com mangas largas, exactamente como os padres protestantes a costumam usar na Alemanha. Cada um traz uma pequena bolsa negra de pano na mão, onde se encontram lenço de assoar, tabaco e outras coisas semelhantes, pois aos trajes faltam outros bolsos. Os estudantes andam sempre, mesmo pelo calor abrasador do sol, de cabeça descoberta, apenas os professores e os finalistas podem usar um barrete negro. Ainda assim o tecido de que se servem é tão fino que este incómodo fato negro deve ser muito penosos no Verão. Mas nada pode dispensar o indivíduo de o usar, nem condição social, nem idade, nem ocupação, quem for visto na cidade sem ele sofre em primeiro uma multa pecuniária e depois o castigo da prisão. Daí que as ruas estejam permanentemente cheias destas pessoas vestidas de negro, que oferecem um aspecto triste e fradesco. Pombal gostaria também de ter abolido isto, mas fizeram-lhe ver que assim poupava muito na roupa, e na realidade, nem se pensa em gastos com a roupa. De resto, como na Alemanha, professores e estudantes vivem em casa particulares e não como em muitas universidades antigas, e ainda na própria Inglaterra, em edifícios próprios.

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