Cidadãos lançam manifesto contra "isolamento e discriminação da Grécia"

07-11-2013
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Cansados de ouvir repetir por políticos e comunicação social que "não somos a Grécia", um grupo de cidadãos diz que essa preocupação é não apenas "chocante" como "desajustada, quando se sabe que a crise não é só grega mas europeia". Leia aqui o manifesto subscrito por Mário Soares, Boaventura Sousa Santos, Carvalho da Silva, Diana Andringa e José Manuel Pureza, entre outros.

A resistência dos gregos ao caminho da austeridade imposta pela troika merece a nossa solidariedade, dizem trinta personaldades da política e cultura portuguesa. Foto Alexandros Vlachos/EPA.

Esta quarta-feira foi dado mais um sinal de solidariedade com o povo grego por parte da sociedade portuguesa. Depois da convocatória por parte de estudantes gregos em Lisboa de uma manifestação no Largo de São Domingos, às 18h da próxima segunda-feira, um grupo de trinta e duas personalidades da política e da cultura portuguesa lançou um manifesto para combater "a preocupação doméstica em sublinhar que 'não somos a Grécia'".

Os subscritores alertam para "a crescente fractura entre os cidadãos e o poder político" na Grécia e para o avolumar "do isolamento e a discriminação da Grécia, fortemente acentuados pelo discurso dominante dos principais dirigentes europeus e da comunicação social". Por fim, apelam "à solidariedade com o povo grego e à criação de condições que permitam respostas democráticas e consistentes de uma Europa solidária aos problemas sociais e aos direitos das pessoas."

Manifesto

SOMOS SOLIDÁRIOS COM O POVO DA GRÉCIA

Todos os dias nos chegam imagens e notícias da Grécia e do povo grego em luta contra o cortejo de sacrifícios que lhe tem sido imposto. É clara, naquele país, a crescente fractura entre os cidadãos e o poder político, em torno da invocada necessidade de cada vez maiores sacrifícios para que a dívida seja paga e o défice orçamental reduzido. Acentuam-se a tensão e a violência, tornando ainda mais difícil o diálogo indispensável à procura de soluções mais justas e partilhadas para a situação existente.

Avolumam-se o isolamento e a discriminação da Grécia, fortemente acentuados pelo discurso dominante dos principais dirigentes europeus e da comunicação social.

A preocupação doméstica em sublinhar que “não somos a Grécia” é, no mínimo, chocante no seio da União Europeia, onde mais se esperaria compreensão e solidariedade e, sobretudo, desajustada quando se sabe que a crise não é só grega mas europeia.

Face à agudização das tensões políticas e sociais na Grécia, os signatários apelam à solidariedade com o povo grego e à criação de condições que permitam respostas democráticas e consistentes de uma Europa solidária aos problemas sociais e aos direitos das pessoas.

(assinaturas:)

Mário Soares

Mário Ruivo

Alfredo Caldeira

Ana Gomes

Ana Lúcia Amaral

Anselmo Borges

António de Almeida Santos

António Reis

Boaventura Sousa Santos

Diana Andringa

Eduardo Lourenço

Isabel Allegro

Isabel Moreira

D. Januário Torgal Ferreira

José Barata Moura

José Castro Caldas

José Manuel Pureza

José Manuel Tengarrinha

José Mattoso

José Medeiros Ferreira

José Reis

José Soeiro

Manuel Carvalho da Silva

Maria de Jesus Barroso Soares

Maria Eduarda Gonçalves

Paula Gil

Pedro Delgado Alves

Rui Tavares

Sandra Monteiro

Simonetta Luz Afonso

Vasco Lourenço

Vítor Ramalho

Cansados de ouvir repetir por políticos e comunicação social que "não somos a Grécia", um grupo de cidadãos diz que essa preocupação é não apenas "chocante" como "desajustada, quando se sabe que a crise não é só grega mas europeia". Leia aqui o manifesto subscrito por Mário Soares, Boaventura Sousa Santos, Carvalho da Silva, Diana Andringa e José Manuel Pureza, entre outros.

A resistência dos gregos ao caminho da austeridade imposta pela troika merece a nossa solidariedade, dizem trinta personaldades da política e cultura portuguesa. Foto Alexandros Vlachos/EPA.

Esta quarta-feira foi dado mais um sinal de solidariedade com o povo grego por parte da sociedade portuguesa. Depois da convocatória por parte de estudantes gregos em Lisboa de uma manifestação no Largo de São Domingos, às 18h da próxima segunda-feira, um grupo de trinta e duas personalidades da política e da cultura portuguesa lançou um manifesto para combater "a preocupação doméstica em sublinhar que 'não somos a Grécia'".

Os subscritores alertam para "a crescente fractura entre os cidadãos e o poder político" na Grécia e para o avolumar "do isolamento e a discriminação da Grécia, fortemente acentuados pelo discurso dominante dos principais dirigentes europeus e da comunicação social". Por fim, apelam "à solidariedade com o povo grego e à criação de condições que permitam respostas democráticas e consistentes de uma Europa solidária aos problemas sociais e aos direitos das pessoas."

Manifesto

SOMOS SOLIDÁRIOS COM O POVO DA GRÉCIA

Todos os dias nos chegam imagens e notícias da Grécia e do povo grego em luta contra o cortejo de sacrifícios que lhe tem sido imposto. É clara, naquele país, a crescente fractura entre os cidadãos e o poder político, em torno da invocada necessidade de cada vez maiores sacrifícios para que a dívida seja paga e o défice orçamental reduzido. Acentuam-se a tensão e a violência, tornando ainda mais difícil o diálogo indispensável à procura de soluções mais justas e partilhadas para a situação existente.

Avolumam-se o isolamento e a discriminação da Grécia, fortemente acentuados pelo discurso dominante dos principais dirigentes europeus e da comunicação social.

A preocupação doméstica em sublinhar que “não somos a Grécia” é, no mínimo, chocante no seio da União Europeia, onde mais se esperaria compreensão e solidariedade e, sobretudo, desajustada quando se sabe que a crise não é só grega mas europeia.

Face à agudização das tensões políticas e sociais na Grécia, os signatários apelam à solidariedade com o povo grego e à criação de condições que permitam respostas democráticas e consistentes de uma Europa solidária aos problemas sociais e aos direitos das pessoas.

(assinaturas:)

Mário Soares

Mário Ruivo

Alfredo Caldeira

Ana Gomes

Ana Lúcia Amaral

Anselmo Borges

António de Almeida Santos

António Reis

Boaventura Sousa Santos

Diana Andringa

Eduardo Lourenço

Isabel Allegro

Isabel Moreira

D. Januário Torgal Ferreira

José Barata Moura

José Castro Caldas

José Manuel Pureza

José Manuel Tengarrinha

José Mattoso

José Medeiros Ferreira

José Reis

José Soeiro

Manuel Carvalho da Silva

Maria de Jesus Barroso Soares

Maria Eduarda Gonçalves

Paula Gil

Pedro Delgado Alves

Rui Tavares

Sandra Monteiro

Simonetta Luz Afonso

Vasco Lourenço

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