Lembranças à caça de confirmações!

24-01-2012
marcar artigo


Desde que iniciamos essa série sobre o Colégio de Cataguases, venho prometendo falar um pouco dos colegas da época, além dos seis capítulos que falamos do mais famoso deles: Chico Buarque!Um interno, mais velho do que eu, uns dois anos talvez, era um líder nato. Cearence, cor de indiano, azeitona, tinha um físico invejável. Forte sem ser gordo, ao contrário, seco, mas com uma musculatura visível, tinha uma característica ímpar: seus lábios inferiores ligeiramente proeminentes, era elásticos, e ele de brincadeira, puxava-o até o queixo. Essa figura era o Américo Picanso, conhecido por outro dotes que por pudor nos reservaremos o direito de não divulgar! Não foi à toa que fazia muito sucesso coma as meninas da praça!Praça Rui Barbosa, antigo Largo do Rosário, renovada sob o traço de Luzimar Cerqueira Goes Telles, Cataguases MG. Foto Antonio L. D. de Andrade / Cecília Rodrigues dos SantosOutra rivalidade criada no colégio foi sua forma física, e dois vigilantes de plantão. O primeiro e chefe dos outros era o Kimura, homem de trinta anos (aparentemente) e de bicipes de maior que muita cintura dos garotos da época! Era um auterofilista peludo, e de cara de mau. Chefe dos controladores de disciplina do colégio, que levavam o nome de vigilantes. Seu segundo, era paulista, e estudava no colégio como interno, e parecia uma cópia do Kimura, o João Carlos Amaral, conhecido como Cipó, que havia sido interno por ter participado de uma gangue de playboys no Guarujá, e sido matéria da Revista O Cruzeiro, no ano de 1957. Foi sua mãe quem receitou Cataguases para meu pai. Esses dois FORTES e as aparências não deixavam dúvidas, entraram em surda rivalidade com um cearence magro mas valente, ágil e muito forte: Américo Picanso. Nunca se desentenderam, mas havia sempre um leve desconforto no ar! Mas luta mesmo, foi com o campeão de luta livre da cidade, que desafiou o Américo para uma luta. Ou o contrário, o Américo teria desafiado o campeão, não me lembro de detalhes! A luta aconteceu uma noite, no clube sobre o cinema, enfrente à praça da cidade.Edifício "A Nacional", Cataguases MG. Arquitetos M.M.M. Roberto, 1957. Foto Pedro LoboNoite memorável. O Américo, interno, contra o campeão, e a torcida de todos os nativos. E o Américo venceu a luta. Talvez o José Luiz Fernandes se recorde no nome do campeão. Do Américo, certamente! Pois bem, um dia, em 2007, recebo uma ligação de uma pessoa que tinha estudado em Cataguases, e perguntava se eu era um dos alunos àquela época. Havia descoberto meu nome pela internet! Não se identificou, dizendo apenas que seu nome começava por A. Não foi difícil lembrar do Américo. Mascamos um encontro aqui na Piacaba, uma vez que estava, há pouco, morando em Florianópolis. Antes porém tivemos, por telefone, o cuidado de perguntar com que carro viria, para que não nos desencontrássemos no posto de gasolina, perto de casa, local do encontro. Foi fundamental essa providência. Eu careca, e ele branco, de barba e gordo, jamais nos teríamos reconhecido um ao outro.Passado os primeiros dez minutos de espanto mútuo, ele acompanhado da quarta esposa, e um filho de seis ou sete anos completamente mudo, não sei o tom de voz do garoto.... Mas pudera, ao lado do Américo pouco se tem a falar. Ele toma conta da cena! Mas arrisquei uma pergunta: " Américo, você deixou essa barba para esconder o beiço?" Essa pergunta fez a esposa olha-lo curiosa. "Que beiço? Que história é essa?". Ele calmamente respondeu, é verdade eu tinha um beiço inferior grande, como uma das minhas irmãs tem até hoje. Mas sumiu. A barba não tem nada haver com isso. "E sua cor?" perguntei, ..."você era azeitona, e esta branco?". Ele rindo, mais uma vez concordou. A mulher cada vez mais assustada com as revelações!Depois disso foi um dia pleno de grandes histórias. Passou em revista sua vida, que não será possível resumir em uma ou duas postagens. É uma vida para um livro, uma verdadeira epopeia! Só para aguçar a curiosidade dos nossos leitores deste relato, vou contar que entre mil e umas, foi parceiro do Didi ( Renato Aragão ) dos Trapalhões, e à época lutava contra o Ted Boy Marino. Mas essas e outras histórias, vou deixar para ele próprio relatar! Um dia desses, como nos descobriu, descobrirá este pobre relato, e nos agraciará com sua epopeia! Generosidade é uma das suas marcas fortes! O ano passado, me escreveu que havia se mudado de Florianópolis, e perdi-o de vista! Sua história de aventuras continua! Américo, grande figura!Lista obtida no colégioALUNOS DA 4ª SÉRIE GINASIAL DO COLÉGIO DE CATAGUASES – 195941 ALUNOS- ACRISIO FÚLVIO MIRANDA DORRÊA JÚNIOR – 03/05/1941- AÉCIO FLÁVIO GUIMARÃES- 04/06/1944- AIMAR DE OLIVEIRA CAETANO – 11/08/1943- ALAIDE ROSA DE BARROS RAMOS – 20/08/1943- ALFREDO NAPOLEÃO MOURA BEZERRA – 09/02/1941- ALUISIO FARIA DE SIQUEIRA – 15/03/1941- AQUILES BRANCO RIBEIRO – 13/08/1943- CARLOS AUGUSTO LOPES – 25/01/1941- CÉLIA SIQUEIRA JUNQUEIRA – 03/12/1944- CÉSAR CALAZANS DE ALENCAR MATTOS- 15/05/1940- CLÁUDIO QUEIROZ PEREIRA – 31/05/1940- EDISON RESENDE FILHO – 10/02/1945- EVANDRO RAMOS LOURENÇO – 15/06/1945- EDUARDO ABEL DE LEMOS JUNQUEIRA – 16/12/1940- FRANCISCO BUARQUE DE HOLLANDA - 1944- FRANCISCO DAS CHAGAS BASTOS CORREIA – 20/03/1940- GERALDO AMIN SAMOR FILHO – 10/09/1943- GUSTAVO ADOLFO LADEIRA PESSOA – 31/01/1941- HAROLD ROHR MURRAY – 21/08/1941- JEFERSON SIQUEIRA – 02/06/1944- JONES HESKETH NETO – 14/12/1943- JOSÉ CARLOS TEIXEIRA CARDOSO – 06/10/1939- JOSÉ EDUARDO VALVERDE - 19/03/1945- JOSÉ LUIZ DA CUNHA FERNANDES – 30/08/1943- JOSÉ LUIZ SOBRAL – 26/08/1941- LUIZ AUGUSTO PORTILHO MAGALHÃES – 15/09/1943- LUIZ AURELIANO GAMA DE ANDRADE – 06/06/1945- LUIS ROBERTO SORENSEN – 07/02/1945- LUIZ TITO WALKER DE MEDEIROS- MÁRCIO DA CUNHA MELO – 28/05/1940- MARCOS TULIO BARRETO ROCHA BRAGA –20/02/1945- MÁRIO MAGALHÃES DE SOUSA – 17/10/1941- MANUEL DAS NEVES PEIXOTO FILHO – 03/10/1944- MURILO PEREIRA DE SOUSA- PAULO BASTOS MARTINS – 05/05/1945- PAULO DE CARVALHO DEOTTI – 22/05/1942- PAULO ELIAS CHUQUER- RONALDO PINHO FERREIRA DE ABREU – 06/09/1941- VIRGILIO PESSOA TORRES- 05/02/1941- VICTOR CURVELO NETO – 02/07/1941- WELLINGTON DE AQUINO SARMENTO Tanto esta lista,como as imagens coloridas desta postagem, nos foram enviadas por José Luiz Fernandes, a quem agradecemos.


Desde que iniciamos essa série sobre o Colégio de Cataguases, venho prometendo falar um pouco dos colegas da época, além dos seis capítulos que falamos do mais famoso deles: Chico Buarque!Um interno, mais velho do que eu, uns dois anos talvez, era um líder nato. Cearence, cor de indiano, azeitona, tinha um físico invejável. Forte sem ser gordo, ao contrário, seco, mas com uma musculatura visível, tinha uma característica ímpar: seus lábios inferiores ligeiramente proeminentes, era elásticos, e ele de brincadeira, puxava-o até o queixo. Essa figura era o Américo Picanso, conhecido por outro dotes que por pudor nos reservaremos o direito de não divulgar! Não foi à toa que fazia muito sucesso coma as meninas da praça!Praça Rui Barbosa, antigo Largo do Rosário, renovada sob o traço de Luzimar Cerqueira Goes Telles, Cataguases MG. Foto Antonio L. D. de Andrade / Cecília Rodrigues dos SantosOutra rivalidade criada no colégio foi sua forma física, e dois vigilantes de plantão. O primeiro e chefe dos outros era o Kimura, homem de trinta anos (aparentemente) e de bicipes de maior que muita cintura dos garotos da época! Era um auterofilista peludo, e de cara de mau. Chefe dos controladores de disciplina do colégio, que levavam o nome de vigilantes. Seu segundo, era paulista, e estudava no colégio como interno, e parecia uma cópia do Kimura, o João Carlos Amaral, conhecido como Cipó, que havia sido interno por ter participado de uma gangue de playboys no Guarujá, e sido matéria da Revista O Cruzeiro, no ano de 1957. Foi sua mãe quem receitou Cataguases para meu pai. Esses dois FORTES e as aparências não deixavam dúvidas, entraram em surda rivalidade com um cearence magro mas valente, ágil e muito forte: Américo Picanso. Nunca se desentenderam, mas havia sempre um leve desconforto no ar! Mas luta mesmo, foi com o campeão de luta livre da cidade, que desafiou o Américo para uma luta. Ou o contrário, o Américo teria desafiado o campeão, não me lembro de detalhes! A luta aconteceu uma noite, no clube sobre o cinema, enfrente à praça da cidade.Edifício "A Nacional", Cataguases MG. Arquitetos M.M.M. Roberto, 1957. Foto Pedro LoboNoite memorável. O Américo, interno, contra o campeão, e a torcida de todos os nativos. E o Américo venceu a luta. Talvez o José Luiz Fernandes se recorde no nome do campeão. Do Américo, certamente! Pois bem, um dia, em 2007, recebo uma ligação de uma pessoa que tinha estudado em Cataguases, e perguntava se eu era um dos alunos àquela época. Havia descoberto meu nome pela internet! Não se identificou, dizendo apenas que seu nome começava por A. Não foi difícil lembrar do Américo. Mascamos um encontro aqui na Piacaba, uma vez que estava, há pouco, morando em Florianópolis. Antes porém tivemos, por telefone, o cuidado de perguntar com que carro viria, para que não nos desencontrássemos no posto de gasolina, perto de casa, local do encontro. Foi fundamental essa providência. Eu careca, e ele branco, de barba e gordo, jamais nos teríamos reconhecido um ao outro.Passado os primeiros dez minutos de espanto mútuo, ele acompanhado da quarta esposa, e um filho de seis ou sete anos completamente mudo, não sei o tom de voz do garoto.... Mas pudera, ao lado do Américo pouco se tem a falar. Ele toma conta da cena! Mas arrisquei uma pergunta: " Américo, você deixou essa barba para esconder o beiço?" Essa pergunta fez a esposa olha-lo curiosa. "Que beiço? Que história é essa?". Ele calmamente respondeu, é verdade eu tinha um beiço inferior grande, como uma das minhas irmãs tem até hoje. Mas sumiu. A barba não tem nada haver com isso. "E sua cor?" perguntei, ..."você era azeitona, e esta branco?". Ele rindo, mais uma vez concordou. A mulher cada vez mais assustada com as revelações!Depois disso foi um dia pleno de grandes histórias. Passou em revista sua vida, que não será possível resumir em uma ou duas postagens. É uma vida para um livro, uma verdadeira epopeia! Só para aguçar a curiosidade dos nossos leitores deste relato, vou contar que entre mil e umas, foi parceiro do Didi ( Renato Aragão ) dos Trapalhões, e à época lutava contra o Ted Boy Marino. Mas essas e outras histórias, vou deixar para ele próprio relatar! Um dia desses, como nos descobriu, descobrirá este pobre relato, e nos agraciará com sua epopeia! Generosidade é uma das suas marcas fortes! O ano passado, me escreveu que havia se mudado de Florianópolis, e perdi-o de vista! Sua história de aventuras continua! Américo, grande figura!Lista obtida no colégioALUNOS DA 4ª SÉRIE GINASIAL DO COLÉGIO DE CATAGUASES – 195941 ALUNOS- ACRISIO FÚLVIO MIRANDA DORRÊA JÚNIOR – 03/05/1941- AÉCIO FLÁVIO GUIMARÃES- 04/06/1944- AIMAR DE OLIVEIRA CAETANO – 11/08/1943- ALAIDE ROSA DE BARROS RAMOS – 20/08/1943- ALFREDO NAPOLEÃO MOURA BEZERRA – 09/02/1941- ALUISIO FARIA DE SIQUEIRA – 15/03/1941- AQUILES BRANCO RIBEIRO – 13/08/1943- CARLOS AUGUSTO LOPES – 25/01/1941- CÉLIA SIQUEIRA JUNQUEIRA – 03/12/1944- CÉSAR CALAZANS DE ALENCAR MATTOS- 15/05/1940- CLÁUDIO QUEIROZ PEREIRA – 31/05/1940- EDISON RESENDE FILHO – 10/02/1945- EVANDRO RAMOS LOURENÇO – 15/06/1945- EDUARDO ABEL DE LEMOS JUNQUEIRA – 16/12/1940- FRANCISCO BUARQUE DE HOLLANDA - 1944- FRANCISCO DAS CHAGAS BASTOS CORREIA – 20/03/1940- GERALDO AMIN SAMOR FILHO – 10/09/1943- GUSTAVO ADOLFO LADEIRA PESSOA – 31/01/1941- HAROLD ROHR MURRAY – 21/08/1941- JEFERSON SIQUEIRA – 02/06/1944- JONES HESKETH NETO – 14/12/1943- JOSÉ CARLOS TEIXEIRA CARDOSO – 06/10/1939- JOSÉ EDUARDO VALVERDE - 19/03/1945- JOSÉ LUIZ DA CUNHA FERNANDES – 30/08/1943- JOSÉ LUIZ SOBRAL – 26/08/1941- LUIZ AUGUSTO PORTILHO MAGALHÃES – 15/09/1943- LUIZ AURELIANO GAMA DE ANDRADE – 06/06/1945- LUIS ROBERTO SORENSEN – 07/02/1945- LUIZ TITO WALKER DE MEDEIROS- MÁRCIO DA CUNHA MELO – 28/05/1940- MARCOS TULIO BARRETO ROCHA BRAGA –20/02/1945- MÁRIO MAGALHÃES DE SOUSA – 17/10/1941- MANUEL DAS NEVES PEIXOTO FILHO – 03/10/1944- MURILO PEREIRA DE SOUSA- PAULO BASTOS MARTINS – 05/05/1945- PAULO DE CARVALHO DEOTTI – 22/05/1942- PAULO ELIAS CHUQUER- RONALDO PINHO FERREIRA DE ABREU – 06/09/1941- VIRGILIO PESSOA TORRES- 05/02/1941- VICTOR CURVELO NETO – 02/07/1941- WELLINGTON DE AQUINO SARMENTO Tanto esta lista,como as imagens coloridas desta postagem, nos foram enviadas por José Luiz Fernandes, a quem agradecemos.

marcar artigo