UTAO admite que exportadores estão a perder quotas de mercado

05-09-2014
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UTAO admite que exportadores estão a perder quotas de mercado

Marta Moitinho Oliveira

00:05

No Rectificativo, a procurainterna passou a ser o motor da economia, alimentado pelo consumo das famílias.

As empresas portuguesas deverão estar a perder quota de mercado nos mercados de exportação este ano. Quem o admite é Unidade Técnica de Apoio (UTAO) no relatório de análise ao Orçamento Rectificativo. O documento do Governo, que foi ontem aprovado na generalidade pela maioria PSD/CDS, foi criticado pela oposição, que lembrou que o cenário macroeconómico apresentado - assente no consumo das famílias - é aquele que o Executivo criticava.

OOrçamento Rectificativo reviu em baixa a previsão de crescimento económico para este ano, de 1,2% para 1%. A procura interna passa a ser o motor da economia (com um contributo igual a 1,1 pontos percentuais) e a procura externa líquida passa a ter um contributo negativo, de 0,1 pontos percentuais .

O Ministério das Finanças apresenta como justificação para a redução do ritmo de exportações a revisão em baixa da procura externa relevante para a economia portuguesa. No entanto, na informação que prestou à UTAO "não terá sido feita qualquer alteração" à previsão da procura externa, mantendo-a nos 3,9% face ao que tinha previsto no Documento de Estratégia Orçamental, quando projectava uma taxa de crescimento do PIB igual a 1%. Por este motivo, "a diminuição das exportações deverá encontrar justificação na redução das quotas de mercado", admitem os técnicos do Parlamento.

O cenário macroeconómico foi um dos assuntos que marcou o debate de ontem na generalidade, na Assembleia da República, com a oposição a acusar o Governo de não estar a conseguir a transformação estrutural da economia e de falhar os seus objectivos, ao apresentar um crescimento assente no consumo privado.

"A única variável que sobrevive é o consumo", disse a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua. "O modelo de crescimento que tanto criticava [assente no consumo das famílias] é agora o que tem para apresentar", reforçou a deputada bloquista. Já antes, o deputado do PS João Galamba tinha afirmado que "este Orçamento Rectificativo é a prova definitiva de que não há qualquer transformação estrutural" na economia portuguesa, com o investimento e as exportações a fraquejarem.

Na resposta, a ministra das Finanças admitiu que o investimento "não está a reagir" como o Governo gostaria - a previsão do Executivo é um crescimento de apenas 1,1% - e defendeu que "o cenário macroeconómico reflecte a realidade" que o Governo observa. "As exportações continuam a crescer e as importações crescem mais do que o esperado fruto do consumo interno", justificou, deixando uma pergunta: "Onde foram os portugueses buscar confiança para aumentar o consumo?". No Rectificativo, o Governo reviu de 0,7% para 1,7% a projecção de crescimento do consumo das famílias. Por outro lado, a previsão de evolução das exportações caiu de 5,7% para 4,1%.

UTAO admite que exportadores estão a perder quotas de mercado

Marta Moitinho Oliveira

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No Rectificativo, a procurainterna passou a ser o motor da economia, alimentado pelo consumo das famílias.

As empresas portuguesas deverão estar a perder quota de mercado nos mercados de exportação este ano. Quem o admite é Unidade Técnica de Apoio (UTAO) no relatório de análise ao Orçamento Rectificativo. O documento do Governo, que foi ontem aprovado na generalidade pela maioria PSD/CDS, foi criticado pela oposição, que lembrou que o cenário macroeconómico apresentado - assente no consumo das famílias - é aquele que o Executivo criticava.

OOrçamento Rectificativo reviu em baixa a previsão de crescimento económico para este ano, de 1,2% para 1%. A procura interna passa a ser o motor da economia (com um contributo igual a 1,1 pontos percentuais) e a procura externa líquida passa a ter um contributo negativo, de 0,1 pontos percentuais .

O Ministério das Finanças apresenta como justificação para a redução do ritmo de exportações a revisão em baixa da procura externa relevante para a economia portuguesa. No entanto, na informação que prestou à UTAO "não terá sido feita qualquer alteração" à previsão da procura externa, mantendo-a nos 3,9% face ao que tinha previsto no Documento de Estratégia Orçamental, quando projectava uma taxa de crescimento do PIB igual a 1%. Por este motivo, "a diminuição das exportações deverá encontrar justificação na redução das quotas de mercado", admitem os técnicos do Parlamento.

O cenário macroeconómico foi um dos assuntos que marcou o debate de ontem na generalidade, na Assembleia da República, com a oposição a acusar o Governo de não estar a conseguir a transformação estrutural da economia e de falhar os seus objectivos, ao apresentar um crescimento assente no consumo privado.

"A única variável que sobrevive é o consumo", disse a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua. "O modelo de crescimento que tanto criticava [assente no consumo das famílias] é agora o que tem para apresentar", reforçou a deputada bloquista. Já antes, o deputado do PS João Galamba tinha afirmado que "este Orçamento Rectificativo é a prova definitiva de que não há qualquer transformação estrutural" na economia portuguesa, com o investimento e as exportações a fraquejarem.

Na resposta, a ministra das Finanças admitiu que o investimento "não está a reagir" como o Governo gostaria - a previsão do Executivo é um crescimento de apenas 1,1% - e defendeu que "o cenário macroeconómico reflecte a realidade" que o Governo observa. "As exportações continuam a crescer e as importações crescem mais do que o esperado fruto do consumo interno", justificou, deixando uma pergunta: "Onde foram os portugueses buscar confiança para aumentar o consumo?". No Rectificativo, o Governo reviu de 0,7% para 1,7% a projecção de crescimento do consumo das famílias. Por outro lado, a previsão de evolução das exportações caiu de 5,7% para 4,1%.

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