Les Canards libertaîres: Reciclar não dá dinheiro.

01-07-2011
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Há uns dias atrás, a Sociedade Ponto Verde anunciou que ia deixar de reciclar certo tipo de plásticos porque não era "sustentável". Sustentável, neste caso, significa rentável para a empresa do ponto de vista financeiro. Entretanto decidiu voltar atrás, tal foi a polémica que se gerou.
A reciclagem deveria corresponder à fase final da vida de qualquer objecto, depois da sua reutilização sempre que possível. A reciclagem exige um elevado consumo de recursos e energia, e, portanto, o ideal seria usar os objectos o mais possível até nos desfazermos deles. Nos últimos anos, houve um investimento elevadíssimo na sensibilização da sociedade para a importância da reciclagem que obteve resultados bastante positivos - cada vez mais gente tem o hábito de reciclar. No entanto, este investimento poderia ter também abordado a redução do consumo de recursos ou da sua reutilização antes da reciclagem. 

Não, a reciclagem nos últimos anos aparece como a grande redentora das consciências ambientais. O consumo de garrafas com tara retornável, por exemplo, diminuiu, apesar de ser a solução mais eficiente do ponto de vista energético para o tratamento das garrafas. Quando o tratamento de resíduos está nas mãos de empresas, a preocupação não é a de fazer uma gestão sustentável (para o ambiente), mas a de maximizar o lucro. Por isso, não interessa se é mais sustentável reduzir o consumo de vidro, ou se os plásticos têm de ser reciclados, ou se os óleos alimentares devem ser tratados. 

A implementação de um sistema de reciclagem deve ter como objectivo a melhoria da qualidade do ambiente e não o aumento do lucro. A gestão dos resíduos deve ser pública, é a única garantia de que o ambiente e as pessoas são postas à frente do dinheiro.


Há uns dias atrás, a Sociedade Ponto Verde anunciou que ia deixar de reciclar certo tipo de plásticos porque não era "sustentável". Sustentável, neste caso, significa rentável para a empresa do ponto de vista financeiro. Entretanto decidiu voltar atrás, tal foi a polémica que se gerou.
A reciclagem deveria corresponder à fase final da vida de qualquer objecto, depois da sua reutilização sempre que possível. A reciclagem exige um elevado consumo de recursos e energia, e, portanto, o ideal seria usar os objectos o mais possível até nos desfazermos deles. Nos últimos anos, houve um investimento elevadíssimo na sensibilização da sociedade para a importância da reciclagem que obteve resultados bastante positivos - cada vez mais gente tem o hábito de reciclar. No entanto, este investimento poderia ter também abordado a redução do consumo de recursos ou da sua reutilização antes da reciclagem. 

Não, a reciclagem nos últimos anos aparece como a grande redentora das consciências ambientais. O consumo de garrafas com tara retornável, por exemplo, diminuiu, apesar de ser a solução mais eficiente do ponto de vista energético para o tratamento das garrafas. Quando o tratamento de resíduos está nas mãos de empresas, a preocupação não é a de fazer uma gestão sustentável (para o ambiente), mas a de maximizar o lucro. Por isso, não interessa se é mais sustentável reduzir o consumo de vidro, ou se os plásticos têm de ser reciclados, ou se os óleos alimentares devem ser tratados. 

A implementação de um sistema de reciclagem deve ter como objectivo a melhoria da qualidade do ambiente e não o aumento do lucro. A gestão dos resíduos deve ser pública, é a única garantia de que o ambiente e as pessoas são postas à frente do dinheiro.

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