Les Canards libertaîres: deslumbramentos e safados

01-07-2011
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O economês que invadiu os jornais nacionais nas últimas décadas é particularmente provinciano e causa um permanente estado de náusea cultural a quem quer que tente perceber as escolhas editoriais de promoção desta ou aquela notícia. Sobretudo através do tom elegíaco, da forma como promove e gere influências e projecta esta ou aquela personagem da sociedade civil, os exemplos da excelência, que não são mais do que personagens políticas que servem objectivos políticos.O Público de JMF é particularmente permeável a este tipo de lógica, seja por ser financiado por quem é ou pela falta de qualidade intelectual do próprio director. A secção de Economia de hoje abre com cabeçalho e título respectivamente:Pedro de Almeida ajudou a fundar a Addax, que vai ser comprada por chineses UM português, UMA petrolífera, UMA venda de 7,3 mil milhõesO conteúdo noticioso resume-se a uma empresa de exploração e trading de petróleo constituída há uns tantos anos atrás por 4 empresários, entre os quais um português que entretanto já vendeu a sua participação na empresa, vai agora ser vendida por uma data de mil milhões de euros. No fundo a notícia caberia num parágrafo solitário num canto de página, mas aparentemente a presença de um português numa empresa que vai ser vendida por milhões é motivo de prestígio suficiente para lhe oferecer duas páginas e fotografia própria. Sejamos claros, o Pedro de Almeida já nem sequer é sócio maioritário da coisa, vendeu a maior parte das acções há uns anos atrás quando só valiam alguns milhões, nada que se pareça com vários mil milhões. Só posso ficar com pena dele. O artigo segue com uma descrição elegíaca do progresso de Pedro de Almeida, as escolhas, a compra de refinarias e poços de petróleo, os riscos recompensados pela sorte... sim, o Pedro fez um investimento arriscadíssimo e por um golpe de sorte foi recompensado... Fico igualmente contente por ele, safou-se. O Pedro não é nenhum empresário particularmente bom, simplesmente safou-se. Toda esta lógica empresarialista do ganhador é nauseabunda, cheira mal e é culturalmente destrutiva de uma sociedade. Provincianos e deslumbrados é como nos querem.


O economês que invadiu os jornais nacionais nas últimas décadas é particularmente provinciano e causa um permanente estado de náusea cultural a quem quer que tente perceber as escolhas editoriais de promoção desta ou aquela notícia. Sobretudo através do tom elegíaco, da forma como promove e gere influências e projecta esta ou aquela personagem da sociedade civil, os exemplos da excelência, que não são mais do que personagens políticas que servem objectivos políticos.O Público de JMF é particularmente permeável a este tipo de lógica, seja por ser financiado por quem é ou pela falta de qualidade intelectual do próprio director. A secção de Economia de hoje abre com cabeçalho e título respectivamente:Pedro de Almeida ajudou a fundar a Addax, que vai ser comprada por chineses UM português, UMA petrolífera, UMA venda de 7,3 mil milhõesO conteúdo noticioso resume-se a uma empresa de exploração e trading de petróleo constituída há uns tantos anos atrás por 4 empresários, entre os quais um português que entretanto já vendeu a sua participação na empresa, vai agora ser vendida por uma data de mil milhões de euros. No fundo a notícia caberia num parágrafo solitário num canto de página, mas aparentemente a presença de um português numa empresa que vai ser vendida por milhões é motivo de prestígio suficiente para lhe oferecer duas páginas e fotografia própria. Sejamos claros, o Pedro de Almeida já nem sequer é sócio maioritário da coisa, vendeu a maior parte das acções há uns anos atrás quando só valiam alguns milhões, nada que se pareça com vários mil milhões. Só posso ficar com pena dele. O artigo segue com uma descrição elegíaca do progresso de Pedro de Almeida, as escolhas, a compra de refinarias e poços de petróleo, os riscos recompensados pela sorte... sim, o Pedro fez um investimento arriscadíssimo e por um golpe de sorte foi recompensado... Fico igualmente contente por ele, safou-se. O Pedro não é nenhum empresário particularmente bom, simplesmente safou-se. Toda esta lógica empresarialista do ganhador é nauseabunda, cheira mal e é culturalmente destrutiva de uma sociedade. Provincianos e deslumbrados é como nos querem.

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