Les Canards libertaîres: Jornalismo absurdo (JMF em acção)

30-06-2011
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Estou a falar do jornal Público de hoje, mais precisamente o artigo de João Pedro Pereira sobre sobre os "notáveis" (as aspas são originais) que as universidades escolheram para os novos conselhos gerais. As aspas de certa maneira justificam-se, a lista é extraordinária: Manuel Ferreira de Oliveira (presidente executivo Galp); Paulo Teixeira Pinto (não precisa de apresentações); Américo Amorim; Rui Nabeiro; Fernando Nobre (AMI); general Loureiro dos Santos; e Fernando Nobre, antigo professor universitário e actual director de um sub-departamento da Microsoft, que por opções jornalísticas inexplicáveis ocupa duas colunas de texto com conselhos de bom management. Ao que parece é necessário  "manter a academia e, ao lado, ter uma gestão profissional". Agradecemos o conselho.Todo este artigo é um conjunto de declarações alegres, contentes, cheias de esperança pelo futuro da universidade em Portugal. Não interessa que esta reforma tenha sido posta em causa por milhares de estudantes e por parte significativa dos corpos docente. A contestação mereceu apenas a seguinte menção: apesar de as alterações introduzidas pela lei terem sido alvo de críticas de parte da comunidade académica (os estudantes, por exemplo, queixavam-se de perda de poder representativo), Nobre sublinha ter verificado, nos contactos que já teve com os restantes membros do conselho geral da Universidade de Lisboa, uma grande abertura à participação dos membros externos. Os contactos de Fernando Nobre só podem ser extraordinários. Só por si conseguem ignorar por completo toda a contestação.A isto chama-se mau jornalismo.Sobre esta reforma do ensino superior já a Ana Bastos publicou vários textos neste blog (podem ler aqui), qualquer um deles com mais informação que este artigo. É por isso inaceitável que jornais de referência se resumam a fazer artigos de propaganda traindo a sua responsabilidade de serviço público como garante primeiro da democracia. 


Estou a falar do jornal Público de hoje, mais precisamente o artigo de João Pedro Pereira sobre sobre os "notáveis" (as aspas são originais) que as universidades escolheram para os novos conselhos gerais. As aspas de certa maneira justificam-se, a lista é extraordinária: Manuel Ferreira de Oliveira (presidente executivo Galp); Paulo Teixeira Pinto (não precisa de apresentações); Américo Amorim; Rui Nabeiro; Fernando Nobre (AMI); general Loureiro dos Santos; e Fernando Nobre, antigo professor universitário e actual director de um sub-departamento da Microsoft, que por opções jornalísticas inexplicáveis ocupa duas colunas de texto com conselhos de bom management. Ao que parece é necessário  "manter a academia e, ao lado, ter uma gestão profissional". Agradecemos o conselho.Todo este artigo é um conjunto de declarações alegres, contentes, cheias de esperança pelo futuro da universidade em Portugal. Não interessa que esta reforma tenha sido posta em causa por milhares de estudantes e por parte significativa dos corpos docente. A contestação mereceu apenas a seguinte menção: apesar de as alterações introduzidas pela lei terem sido alvo de críticas de parte da comunidade académica (os estudantes, por exemplo, queixavam-se de perda de poder representativo), Nobre sublinha ter verificado, nos contactos que já teve com os restantes membros do conselho geral da Universidade de Lisboa, uma grande abertura à participação dos membros externos. Os contactos de Fernando Nobre só podem ser extraordinários. Só por si conseguem ignorar por completo toda a contestação.A isto chama-se mau jornalismo.Sobre esta reforma do ensino superior já a Ana Bastos publicou vários textos neste blog (podem ler aqui), qualquer um deles com mais informação que este artigo. É por isso inaceitável que jornais de referência se resumam a fazer artigos de propaganda traindo a sua responsabilidade de serviço público como garante primeiro da democracia. 

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