Les Canards libertaîres: Propaganda não chega para combater os fogos

30-06-2011
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Rui Pereira garantiu ontem que estão disponíveis os meios necessários para o combate aos fogos.O Ministro fala de «200 bombeiros profissionais, dezenas de equipas de intervenção permanente, 700 membros do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da GNR, bombeiros voluntários, meios terrestres e seis helicópteros.». Além disso culpa o clima e as queimadas ilegais pelos últimos fogos. Numa coisa tem razão - é o clima um dos principais responsáveis pelos fogos na Primavera e no Verão.Mas falha quando acha que bastam dezenas de bombeiros e equipas, helicópteros para resolver o problema dos fogos em Portugal. Se quisesse continuar o raciocínio da análise do clima e relação com os fogos, Rui Pereira chegaria facilmente à conclusão que o baixo número de fogos e a sua dimensão reduzida teve menos a ver com todo o aparato governamental e mais com dois anos de Invernos extremamente secos e Primaveras chuvosas. Se não chove no Inverno, menos plantas nascem, quando a Primavera é húmida, cria-se uma reserva de água no solo que dificulta o crescimento de fogos de grandes dimensões. Quando as duas situações se combinam, nem há material para arder, nem o que há está suficientemente seco para ser rapidamente ateado. Fácil.No entanto, neste Inverno a situação já não se repetiu, sobretudo em Janeiro que houve precipitação até 175% do "normal". Se a Primavera for mais solarenga do que o habitual (e pelo mês de Março, parece que sim), tudo se conjuga para deitar por terra a propaganda do ministro.Porque não bastam pensos rápidos, helicópteros para apagar os fogos (e impressionar as miúdas) e outros "meios necessários". O clima é realmente o grande responsável pelos fogos (ou será que nos últimos dois anos os incendiários estiveram a dormir?), como tal são precisas respostas que vão além da minimização dos danos. São precisas medidas de prevenção a sério, que incluem a limpeza das matas e a abertura de clareiras para controlar a evolução das chamas, mas também um ordenamento do território e um planeamento do uso do solo que vejam mais do que os interesses da indústria do papel.


Rui Pereira garantiu ontem que estão disponíveis os meios necessários para o combate aos fogos.O Ministro fala de «200 bombeiros profissionais, dezenas de equipas de intervenção permanente, 700 membros do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da GNR, bombeiros voluntários, meios terrestres e seis helicópteros.». Além disso culpa o clima e as queimadas ilegais pelos últimos fogos. Numa coisa tem razão - é o clima um dos principais responsáveis pelos fogos na Primavera e no Verão.Mas falha quando acha que bastam dezenas de bombeiros e equipas, helicópteros para resolver o problema dos fogos em Portugal. Se quisesse continuar o raciocínio da análise do clima e relação com os fogos, Rui Pereira chegaria facilmente à conclusão que o baixo número de fogos e a sua dimensão reduzida teve menos a ver com todo o aparato governamental e mais com dois anos de Invernos extremamente secos e Primaveras chuvosas. Se não chove no Inverno, menos plantas nascem, quando a Primavera é húmida, cria-se uma reserva de água no solo que dificulta o crescimento de fogos de grandes dimensões. Quando as duas situações se combinam, nem há material para arder, nem o que há está suficientemente seco para ser rapidamente ateado. Fácil.No entanto, neste Inverno a situação já não se repetiu, sobretudo em Janeiro que houve precipitação até 175% do "normal". Se a Primavera for mais solarenga do que o habitual (e pelo mês de Março, parece que sim), tudo se conjuga para deitar por terra a propaganda do ministro.Porque não bastam pensos rápidos, helicópteros para apagar os fogos (e impressionar as miúdas) e outros "meios necessários". O clima é realmente o grande responsável pelos fogos (ou será que nos últimos dois anos os incendiários estiveram a dormir?), como tal são precisas respostas que vão além da minimização dos danos. São precisas medidas de prevenção a sério, que incluem a limpeza das matas e a abertura de clareiras para controlar a evolução das chamas, mas também um ordenamento do território e um planeamento do uso do solo que vejam mais do que os interesses da indústria do papel.

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