Les Canards libertaîres: Processos e Intenções

30-06-2011
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A dinâmica dos processos democráticos em Portugal está longe de ter a vitalidade necessária, e subscrevo quase por inteiro a análise de José Reis dos Santos aqui exposta.Resumindo, este modelo exige dois elementos:-organismos sociais activos com implantação nas estruturas e legitimidade representativa;-capacidade de diálogo entre estes agentes e a entidade governativa;Por capacidade de diálogo entende-se processo de negociação e contraposição de interesses em que o equilíbrio político entre os agentes obrigue a uma resolução de interesse mútuo.Tal como o Zé demonstrou não existe neste momento nada além da desconfiança mútua entre entidade governativa e agentes de representação laboral. A solução que o Zé apresenta - a sociedade civil como um agente consultivo de verificação empírica e apresentação de alternativas - é extremamente positivo porque pode criar uma metodologia de trabalho inexistente, mas peca pela possível irrelevância política, ou seja, um organismo sem capacidade de imposição. É vital que em democracia paremos de encarar os processos de negociação e regulação com uma sopusição de boa fé entre os agentes, e é um bom sinal de maturação democrática a assunção de tal facto, pois é pouco sensato pensar que neste processo, com apenas uma questão de discurso e metodologia se alcançam consensos inter-agentes... a crispação e contraposição política também faz parte e é necessária ao processo, o que não implica o que o Zé bem descreve como a renegação sistemática do sistema como plataforma comum, um sistema comum que possibilite a comunicação.Tenho ainda que clarificar em resposta ao Zé que o meu problema não é sobre a definição teórica do intermitente ou a sua transposição para a lei (nunca defendi este processo), mas sim o estender do conceito a uma realidade laboral à qual não pertence, revelando e tendo consequências directas sobre o modelo de gestão cultural.Por último, o desafio é excelente e aceito com prazer.


A dinâmica dos processos democráticos em Portugal está longe de ter a vitalidade necessária, e subscrevo quase por inteiro a análise de José Reis dos Santos aqui exposta.Resumindo, este modelo exige dois elementos:-organismos sociais activos com implantação nas estruturas e legitimidade representativa;-capacidade de diálogo entre estes agentes e a entidade governativa;Por capacidade de diálogo entende-se processo de negociação e contraposição de interesses em que o equilíbrio político entre os agentes obrigue a uma resolução de interesse mútuo.Tal como o Zé demonstrou não existe neste momento nada além da desconfiança mútua entre entidade governativa e agentes de representação laboral. A solução que o Zé apresenta - a sociedade civil como um agente consultivo de verificação empírica e apresentação de alternativas - é extremamente positivo porque pode criar uma metodologia de trabalho inexistente, mas peca pela possível irrelevância política, ou seja, um organismo sem capacidade de imposição. É vital que em democracia paremos de encarar os processos de negociação e regulação com uma sopusição de boa fé entre os agentes, e é um bom sinal de maturação democrática a assunção de tal facto, pois é pouco sensato pensar que neste processo, com apenas uma questão de discurso e metodologia se alcançam consensos inter-agentes... a crispação e contraposição política também faz parte e é necessária ao processo, o que não implica o que o Zé bem descreve como a renegação sistemática do sistema como plataforma comum, um sistema comum que possibilite a comunicação.Tenho ainda que clarificar em resposta ao Zé que o meu problema não é sobre a definição teórica do intermitente ou a sua transposição para a lei (nunca defendi este processo), mas sim o estender do conceito a uma realidade laboral à qual não pertence, revelando e tendo consequências directas sobre o modelo de gestão cultural.Por último, o desafio é excelente e aceito com prazer.

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