Les Canards libertaîres: A minha intervenção sobre Política Cultural na VI convenção do BE

03-07-2011
marcar artigo


Camaradas, ao fim de 35 anos de democracia a política cultural continua a ser um produto da intriga palaciana e dos desejos pessoais de cada ministro. Não há consenso alargado ou sustentado sobre o que é cultura, arte ou produção artística, criando um vazio político onde tudo é possível.O actual ministro da cultura é a definição da inépcia política. Em plena crise financeira e económica este ministro continua a acreditar que é o patrocínio e o mecenato privados que vão estruturar o investimento no sector e complementar um orçamento público que não chega sequer para garantir os salários das instituições que tutela. BCP, Berardo & companhia não são a resposta.O sonho vivido nos anos 90 de dedicar 1% do orçamento de estado para a cultura é hoje uma mentira repetida vezes sem conta pelos sucessivos governos. O programa de governo de 2005 do Partido Socialista reafirmou esta meta, mas em apenas quatro anos fez pior do que os governos de direita anteriores.É importante reafirmar que o problema não é a escassez de recursos mas sim a sua afectação.A tendência para encarar este problema como algo inerente ao funcionamento do aparelho ministerial é fundamentalmente errada e rejeita o que na prática se resume a um problema de escolha política. Ou seja, face a um cenário de escassos recursos os sucessivos ministros resumem-se à manutenção da sua base de legitimação social. E é exactamente a recusa em implementar uma política cultural de consequência que permitiu desde sempre a que o Ministério da Cultura fosse um serviço de cliente certo.Camaradas, é inadmissível que no princípio do séc. XXI um artista profissional continue, tanto à direita como à esquerda a ser resumido a um cliché do romantismo. A enorme reflexão e intervenção na sociedade que é necessário construir necessita de um motor político, e o Bloco de Esquerda vai assumir a dianteira da luta pela mudança.Por uma questão de eficácia política a nossa luta para os próximos anos deve centrar-se em três pontos: a autonomia das instituições, a estabilidade dos concursos, e o estatuto do trabalhador intermitente.-Autonomia de gestão financeira e artística das instituições tuteladas pelo ministério. Esta é a reforma mais necessária sem a qual será impossível atingir mínimos parâmetros de estabilidade e inovação programática nos museus e teatros tuteladas pelo Ministério da Cultura. A sobrevivência das direcções e instituições culturais não pode estar sempre em causa cada vez que muda a tutela. -Estabilidade dos concursos públicos - a mudança constante de todos os parâmetros de atribuição de subsídio e concursos públicos, bem como processos de decisão que se arrastam por vários meses não se adequam à flexibilidade necessária de qualquer actividade artística;-E por último lutar pela criação de um verdadeiro estatuto de trabalhador intermitente, uma questão de justiça social necessária inclusivamente para um melhor funcionamento do mercado de trabalho artístico.


Camaradas, ao fim de 35 anos de democracia a política cultural continua a ser um produto da intriga palaciana e dos desejos pessoais de cada ministro. Não há consenso alargado ou sustentado sobre o que é cultura, arte ou produção artística, criando um vazio político onde tudo é possível.O actual ministro da cultura é a definição da inépcia política. Em plena crise financeira e económica este ministro continua a acreditar que é o patrocínio e o mecenato privados que vão estruturar o investimento no sector e complementar um orçamento público que não chega sequer para garantir os salários das instituições que tutela. BCP, Berardo & companhia não são a resposta.O sonho vivido nos anos 90 de dedicar 1% do orçamento de estado para a cultura é hoje uma mentira repetida vezes sem conta pelos sucessivos governos. O programa de governo de 2005 do Partido Socialista reafirmou esta meta, mas em apenas quatro anos fez pior do que os governos de direita anteriores.É importante reafirmar que o problema não é a escassez de recursos mas sim a sua afectação.A tendência para encarar este problema como algo inerente ao funcionamento do aparelho ministerial é fundamentalmente errada e rejeita o que na prática se resume a um problema de escolha política. Ou seja, face a um cenário de escassos recursos os sucessivos ministros resumem-se à manutenção da sua base de legitimação social. E é exactamente a recusa em implementar uma política cultural de consequência que permitiu desde sempre a que o Ministério da Cultura fosse um serviço de cliente certo.Camaradas, é inadmissível que no princípio do séc. XXI um artista profissional continue, tanto à direita como à esquerda a ser resumido a um cliché do romantismo. A enorme reflexão e intervenção na sociedade que é necessário construir necessita de um motor político, e o Bloco de Esquerda vai assumir a dianteira da luta pela mudança.Por uma questão de eficácia política a nossa luta para os próximos anos deve centrar-se em três pontos: a autonomia das instituições, a estabilidade dos concursos, e o estatuto do trabalhador intermitente.-Autonomia de gestão financeira e artística das instituições tuteladas pelo ministério. Esta é a reforma mais necessária sem a qual será impossível atingir mínimos parâmetros de estabilidade e inovação programática nos museus e teatros tuteladas pelo Ministério da Cultura. A sobrevivência das direcções e instituições culturais não pode estar sempre em causa cada vez que muda a tutela. -Estabilidade dos concursos públicos - a mudança constante de todos os parâmetros de atribuição de subsídio e concursos públicos, bem como processos de decisão que se arrastam por vários meses não se adequam à flexibilidade necessária de qualquer actividade artística;-E por último lutar pela criação de um verdadeiro estatuto de trabalhador intermitente, uma questão de justiça social necessária inclusivamente para um melhor funcionamento do mercado de trabalho artístico.

marcar artigo