Les Canards libertaîres: E por isto clamam os capitalistas...

30-06-2011
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«As pequenas e médias empresas nacionais têm acesso à taxa de juro média mais elevada entre os membros da Zona Euro. Em Outubro, a taxa média de juros praticada pelas instituições financeiras a empréstimos a empresas até um milhão de euros superou os 8%, pela primeira vez desde, pelo menos 2003» (Jornal de Negócios)Tenho alguma dificuldade e em aceitar, senão compreender, certos acontecimentos actuais.Deixem-me ver se entendo.Em nome de lucros astronómicos, bancos e outras instituições financeiras não hesitaram (e não hesitam) em conceder créditos de forma indiscriminada, em transaccionar activos tóxicos, em roubar e em especular sobre activos financeiros completamente moribundos.Os gestores destes bancos não demonstraram qualquer tipo de pudor em meter milhões aos bolsos, enganar os seus clientes e criar, como por artes mágicas, inúmeras empresas em paraísos fiscais para encobrir as suas manobras.E a isto chamam "livre funcionamento do mercado". Este tipo de acções, conjugadas com outras que tais, juntamente com a interdependência dos mercados levaram a uma estrondosa e preocupantes crise financeira e económica a nível mundial.E é este o momento em que somos todos socialistas. Até os mais liberais clamam por Estado e regulação. Venha o Estado salvar os bancos, indemnizar os desgraçados gestores e administradores e prestar garantias. É para isso mesmo que serve.E a isto chamam "intervenção mínima do Estado" - eu chamo socialização das perdas.Quando o furacão passa (ou uma parte dele), o Estado já garantiu 20 mil milhões aos Bancos. 20 mil milhões para que estes, por sua vez, garantam a dinamização da economia. E o Banco Central já desceu as taxas de referencia, às quais a Euribor se começa a ajustar.O Estado salva os bancos em nome da economia, porque estes desempenham um papel crucial no financiamento da mesma. Porque não é possível haver actividade económica sem recurso ao crédito.Os bancos agradecem.. Mas, em vez de financiar pequenas e médias empresas, em asfixia por falta de liquidez, e/ou projectos inovadores que promovam uma renovação do tecido empresarial Português, limitam-se a renovar as garantias de alguns créditos já existentes recusando o acesso dos cidadãos ao crédito.E agora o Estado já nada tem a ver com esse assunto. Poderíamos estar a por em causa a independência dos bancos e eficiência dos mercados! As mesmas instituições salvas pelo Estado, PORQUE É DO INTERESSE PUBLICO, agora já não tem que prestar contas a ninguém, nem que cumprimir qualquer tipo de compromisso (assumido) para com a sociedade e os contribuintes. “O mercado sabe o que faz”. Agora sabe o que faz…E a isto chamam "livre funcionamento do mercado" E por isto clamam os capitalistas.


«As pequenas e médias empresas nacionais têm acesso à taxa de juro média mais elevada entre os membros da Zona Euro. Em Outubro, a taxa média de juros praticada pelas instituições financeiras a empréstimos a empresas até um milhão de euros superou os 8%, pela primeira vez desde, pelo menos 2003» (Jornal de Negócios)Tenho alguma dificuldade e em aceitar, senão compreender, certos acontecimentos actuais.Deixem-me ver se entendo.Em nome de lucros astronómicos, bancos e outras instituições financeiras não hesitaram (e não hesitam) em conceder créditos de forma indiscriminada, em transaccionar activos tóxicos, em roubar e em especular sobre activos financeiros completamente moribundos.Os gestores destes bancos não demonstraram qualquer tipo de pudor em meter milhões aos bolsos, enganar os seus clientes e criar, como por artes mágicas, inúmeras empresas em paraísos fiscais para encobrir as suas manobras.E a isto chamam "livre funcionamento do mercado". Este tipo de acções, conjugadas com outras que tais, juntamente com a interdependência dos mercados levaram a uma estrondosa e preocupantes crise financeira e económica a nível mundial.E é este o momento em que somos todos socialistas. Até os mais liberais clamam por Estado e regulação. Venha o Estado salvar os bancos, indemnizar os desgraçados gestores e administradores e prestar garantias. É para isso mesmo que serve.E a isto chamam "intervenção mínima do Estado" - eu chamo socialização das perdas.Quando o furacão passa (ou uma parte dele), o Estado já garantiu 20 mil milhões aos Bancos. 20 mil milhões para que estes, por sua vez, garantam a dinamização da economia. E o Banco Central já desceu as taxas de referencia, às quais a Euribor se começa a ajustar.O Estado salva os bancos em nome da economia, porque estes desempenham um papel crucial no financiamento da mesma. Porque não é possível haver actividade económica sem recurso ao crédito.Os bancos agradecem.. Mas, em vez de financiar pequenas e médias empresas, em asfixia por falta de liquidez, e/ou projectos inovadores que promovam uma renovação do tecido empresarial Português, limitam-se a renovar as garantias de alguns créditos já existentes recusando o acesso dos cidadãos ao crédito.E agora o Estado já nada tem a ver com esse assunto. Poderíamos estar a por em causa a independência dos bancos e eficiência dos mercados! As mesmas instituições salvas pelo Estado, PORQUE É DO INTERESSE PUBLICO, agora já não tem que prestar contas a ninguém, nem que cumprimir qualquer tipo de compromisso (assumido) para com a sociedade e os contribuintes. “O mercado sabe o que faz”. Agora sabe o que faz…E a isto chamam "livre funcionamento do mercado" E por isto clamam os capitalistas.

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