Les Canards libertaîres: "Ismos"...

01-07-2011
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No geral as pessoas torcem o nariz com a palavra "Feminismo”. Quase tanto como quando falamos em “Socialismo”.Estive a pensar no número de mulheres com protagonismo, hoje, a falar sobre a crise financeira, sobre a Palestina ou as eleições americanas. Não há muitas.Não quando comparamos com o número de homens que o fazem.E não estou aqui a falar das mais visíveis e chocantes violações de direitos humanos. Não falo na violência contra as mulheres, nos assassinatos e na exploração. Não porque não seja importante, mas porque quero falar de outra coisa agora.O acesso, por parte das mulheres, a cargos de relevo e com visibilidade ainda é muito reduzido, demasiado reduzido numa sociedade que diz ter ultrapassado questões como o sexismo.As mulheres continuam, no seu processo de “ascensão” social e profissional, a ter que abdicar de muitas outras coisas também importantes. Continuam a ter que assumir e adoptar modelos de comportamento que são claramente masculinos em ordem a serem respeitadas e valorizadas em certos cargos.Às vezes tenho a sensação que continuamos a ter que lutar contra (dentro de?) uma sociedade profundamente patriarcal que nos preferiria (se pudesse) domésticas, mães e prestadoras de cuidados sociais básicos.Querem-nos convencer de que não há discriminação nem lugar para reivindicações, do mesmo modo que procuram fazer-nos crer que a luta de classes já não faz sentido, está ultrapassada.Mas faz. E os “ismos”, embora assustem e pareçam ultrapassados, se formos ver bem, ainda fazem todo sentido. Estes “ismos” lutam contra poderes instalados e formas de opressão que tiveram a capacidade de se “estabelecer” de tal forma que quase acreditamos que não estão lá.Li um livro: “Um quarto que seja seu”, Virgina Woolf, 1978, Editorial Veja.Fala do modo como a inexistência de um espaço próprio, que seja só seu, levou as mulheres ao longo dos séculos a permanecer longe de qualquer tipo de protagonismo e reconhecimento. Recomendo!


No geral as pessoas torcem o nariz com a palavra "Feminismo”. Quase tanto como quando falamos em “Socialismo”.Estive a pensar no número de mulheres com protagonismo, hoje, a falar sobre a crise financeira, sobre a Palestina ou as eleições americanas. Não há muitas.Não quando comparamos com o número de homens que o fazem.E não estou aqui a falar das mais visíveis e chocantes violações de direitos humanos. Não falo na violência contra as mulheres, nos assassinatos e na exploração. Não porque não seja importante, mas porque quero falar de outra coisa agora.O acesso, por parte das mulheres, a cargos de relevo e com visibilidade ainda é muito reduzido, demasiado reduzido numa sociedade que diz ter ultrapassado questões como o sexismo.As mulheres continuam, no seu processo de “ascensão” social e profissional, a ter que abdicar de muitas outras coisas também importantes. Continuam a ter que assumir e adoptar modelos de comportamento que são claramente masculinos em ordem a serem respeitadas e valorizadas em certos cargos.Às vezes tenho a sensação que continuamos a ter que lutar contra (dentro de?) uma sociedade profundamente patriarcal que nos preferiria (se pudesse) domésticas, mães e prestadoras de cuidados sociais básicos.Querem-nos convencer de que não há discriminação nem lugar para reivindicações, do mesmo modo que procuram fazer-nos crer que a luta de classes já não faz sentido, está ultrapassada.Mas faz. E os “ismos”, embora assustem e pareçam ultrapassados, se formos ver bem, ainda fazem todo sentido. Estes “ismos” lutam contra poderes instalados e formas de opressão que tiveram a capacidade de se “estabelecer” de tal forma que quase acreditamos que não estão lá.Li um livro: “Um quarto que seja seu”, Virgina Woolf, 1978, Editorial Veja.Fala do modo como a inexistência de um espaço próprio, que seja só seu, levou as mulheres ao longo dos séculos a permanecer longe de qualquer tipo de protagonismo e reconhecimento. Recomendo!

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