CGTP admite convocar greve geral

09-07-2011
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O protesto da CGTP integra a jornada europeia contra as políticas de austeridade dos Governos José Coelho, Lusa

A CGTP promete dar uma “resposta adequada” às medidas de austeridade em preparação pelo governo. O secretário-geral admite recorrer à greve geral, tema que será debatido amanhã no Conselho Geral da CGTP, avança a Antena 1. “Não tenho dúvidas que vamos passar por protestos de carácter mais geral e de grande envolvimento dos portugueses”, afirmava Carvalho da Silva no final do protesto em Lisboa.

Se o Governo aprovar as antecipadas medidas de austeridade, a intensificação dos protestos é a única atitude que resta aos trabalhadores, argumenta o secretário-geral.

“Esta foi uma extraordinária manifestação, mas foi apenas o ponto de partida para outras lutas", declarou Carvalho da Silva, no final da marcha de cerca de 50 mil manifestantes entre o Marquês de Pombal e a Assembleia de República.

“É a realidade em que vivemos, mas não estamos condenados a ter soluções destas, umas atrás das outras, que colocam grande parte dos portugueses numa situação de amarfanhamento, de incapacidade de reagir”, acrescentou.

A CGTP contrapõe que seria preferível melhorar o combate à fraude e evasão fiscal e que o esforço de contenção fosse melhor repartido do que aumentar os impostos. “Os especialistas sabem, tão bem ou melhor que eu, que muitas centenas de milhares de euros, nos últimos dois anos e em nome da crise, fugiram por efeito da fraude e da corrupção”, acrescentou.

Arménio Carlos, membro da Comissão Executiva da CGTP, classificou de "erradas, imorais, injustas e desumanas" as políticas que estão a ser seguidas pelo Executivo.

"Se o Governo avançar com novas medidas de austeridade isso quer dizer que as medidas que avançou anteriormente eram erradas para o desenvolvimento do país na medida em que levaram à retracção da economia, ao desemprego e aos cortes sociais", acrescentou momentos antes do protesto. O sindicalista considera, então, que falta ao Executivo coragem para "tocar nos poderosos" e combater a evasão fiscal.

A Internsindical refere que, no âmbito da sua convocação, foram encerradas várias escolas por falta de funcionários e que outros serviços foram afectados.

Aponta ainda paralisações variadas no sector privado, dando como exemplo um das empresas da corticeira Amorim, onde houve uma paralisação de “três turnos quase a 100 por cento contra o escândalo deste grupo ter lucros na ordem dos 64 mil euros por dia e estar a oferecer 0,15 cêntimos de aumento salarial".

Manifestação também no Porto

A CGTP convocou outra acção de protesto para o Porto. Com partida da Praça dos Leões e da Batalha, as duas marchas confluíram para a Avenida dos Aliados.

"Se o Governo não ceder, os trabalhadores também não cedem", sublinhou o coordenador da União dos Sindicatos do Porto, que dizia ter reunido cerca de 20 mil pessoas. João Torres admitiu, do mesmo modo que Carvalho da Silva, que os trabalhadores "podem endurecer as formas de luta".

"O país não se endireita com políticas de direita", "Os ricos a mamar, os pobres a pagar" e "Sócrates, escuta, os trabalhadores estão em luta" foram frases repetidas pelos manifestantes.

O coordenador da União dos Sindicatos do Porto destaca as “enormes dificuldades” ao nível dos direitos laborais. "Estas medidas que têm vindo a ser aplicadas - designadamente com os famigerados PEC aprovados pelo Governo, com o apoio do PSD - estão a pôr em causa direitos e conquistas dos trabalhadores", afirmou o sindicalista.

"O garrote vai continuar a apertar-se mais significativamente e é tempo dos trabalhadores dizerem basta", apelou.

"Se os trabalhadores portugueses não se mexerem os tempos serão maus" e que se o fizerem "como estão a fazer hoje por todo o país, o Governo vai ter que arrepiar caminho", alegou.

Líderes do BE e do PCP solidários com protestos

Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa solidarizaram-se com os manifestantes que foram a São Bento protestar contra as medidas de austeridade e integraram com eles parte do desfile.

O líder do BE e a deputada Mariana Aiveca juntaram-se ao desfile. Francisco Louçã espera que o Governo anuncie esta noite um novo aumento dos impostos e a descida dos salários dos funcionários públicos.

"Por isso os trabalhadores portugueses têm razão para protestar contra as medidas de austeridade em defesa do emprego", disse Francisco Louçã.

Também o secretário-geral do PCP, acompanhado do candidato presidencial Francisco Lopes, foi defender a “luta de massas e dos trabalhadores” para travar a iniciativa do Governo.

Jerónimo de Sousa considera que o protesto desta tarde, pela sua dimensão, "denuncia a chantagem ideológica" que os trabalhadores sofrem para os impedir a manifestar os seus direitos.

"As medidas do PEC caem sempre sobre os mesmos: os trabalhadores e os pequenos empresários, mas não afectam em nada os grande grupos económicos", afirmou, para defender uma melhor repartição dos sacrifícios.

O líder partidário defendeu como alternativa às medidas de austeridade uma maior justiça fiscal. Jerónimo de Sousa considerou ainda que o crescimento económico só será conseguido com uma "forte aposta no sector produtivo, como forma de criar riqueza".

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O protesto da CGTP integra a jornada europeia contra as políticas de austeridade dos Governos José Coelho, Lusa

A CGTP promete dar uma “resposta adequada” às medidas de austeridade em preparação pelo governo. O secretário-geral admite recorrer à greve geral, tema que será debatido amanhã no Conselho Geral da CGTP, avança a Antena 1. “Não tenho dúvidas que vamos passar por protestos de carácter mais geral e de grande envolvimento dos portugueses”, afirmava Carvalho da Silva no final do protesto em Lisboa.

Se o Governo aprovar as antecipadas medidas de austeridade, a intensificação dos protestos é a única atitude que resta aos trabalhadores, argumenta o secretário-geral.

“Esta foi uma extraordinária manifestação, mas foi apenas o ponto de partida para outras lutas", declarou Carvalho da Silva, no final da marcha de cerca de 50 mil manifestantes entre o Marquês de Pombal e a Assembleia de República.

“É a realidade em que vivemos, mas não estamos condenados a ter soluções destas, umas atrás das outras, que colocam grande parte dos portugueses numa situação de amarfanhamento, de incapacidade de reagir”, acrescentou.

A CGTP contrapõe que seria preferível melhorar o combate à fraude e evasão fiscal e que o esforço de contenção fosse melhor repartido do que aumentar os impostos. “Os especialistas sabem, tão bem ou melhor que eu, que muitas centenas de milhares de euros, nos últimos dois anos e em nome da crise, fugiram por efeito da fraude e da corrupção”, acrescentou.

Arménio Carlos, membro da Comissão Executiva da CGTP, classificou de "erradas, imorais, injustas e desumanas" as políticas que estão a ser seguidas pelo Executivo.

"Se o Governo avançar com novas medidas de austeridade isso quer dizer que as medidas que avançou anteriormente eram erradas para o desenvolvimento do país na medida em que levaram à retracção da economia, ao desemprego e aos cortes sociais", acrescentou momentos antes do protesto. O sindicalista considera, então, que falta ao Executivo coragem para "tocar nos poderosos" e combater a evasão fiscal.

A Internsindical refere que, no âmbito da sua convocação, foram encerradas várias escolas por falta de funcionários e que outros serviços foram afectados.

Aponta ainda paralisações variadas no sector privado, dando como exemplo um das empresas da corticeira Amorim, onde houve uma paralisação de “três turnos quase a 100 por cento contra o escândalo deste grupo ter lucros na ordem dos 64 mil euros por dia e estar a oferecer 0,15 cêntimos de aumento salarial".

Manifestação também no Porto

A CGTP convocou outra acção de protesto para o Porto. Com partida da Praça dos Leões e da Batalha, as duas marchas confluíram para a Avenida dos Aliados.

"Se o Governo não ceder, os trabalhadores também não cedem", sublinhou o coordenador da União dos Sindicatos do Porto, que dizia ter reunido cerca de 20 mil pessoas. João Torres admitiu, do mesmo modo que Carvalho da Silva, que os trabalhadores "podem endurecer as formas de luta".

"O país não se endireita com políticas de direita", "Os ricos a mamar, os pobres a pagar" e "Sócrates, escuta, os trabalhadores estão em luta" foram frases repetidas pelos manifestantes.

O coordenador da União dos Sindicatos do Porto destaca as “enormes dificuldades” ao nível dos direitos laborais. "Estas medidas que têm vindo a ser aplicadas - designadamente com os famigerados PEC aprovados pelo Governo, com o apoio do PSD - estão a pôr em causa direitos e conquistas dos trabalhadores", afirmou o sindicalista.

"O garrote vai continuar a apertar-se mais significativamente e é tempo dos trabalhadores dizerem basta", apelou.

"Se os trabalhadores portugueses não se mexerem os tempos serão maus" e que se o fizerem "como estão a fazer hoje por todo o país, o Governo vai ter que arrepiar caminho", alegou.

Líderes do BE e do PCP solidários com protestos

Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa solidarizaram-se com os manifestantes que foram a São Bento protestar contra as medidas de austeridade e integraram com eles parte do desfile.

O líder do BE e a deputada Mariana Aiveca juntaram-se ao desfile. Francisco Louçã espera que o Governo anuncie esta noite um novo aumento dos impostos e a descida dos salários dos funcionários públicos.

"Por isso os trabalhadores portugueses têm razão para protestar contra as medidas de austeridade em defesa do emprego", disse Francisco Louçã.

Também o secretário-geral do PCP, acompanhado do candidato presidencial Francisco Lopes, foi defender a “luta de massas e dos trabalhadores” para travar a iniciativa do Governo.

Jerónimo de Sousa considera que o protesto desta tarde, pela sua dimensão, "denuncia a chantagem ideológica" que os trabalhadores sofrem para os impedir a manifestar os seus direitos.

"As medidas do PEC caem sempre sobre os mesmos: os trabalhadores e os pequenos empresários, mas não afectam em nada os grande grupos económicos", afirmou, para defender uma melhor repartição dos sacrifícios.

O líder partidário defendeu como alternativa às medidas de austeridade uma maior justiça fiscal. Jerónimo de Sousa considerou ainda que o crescimento económico só será conseguido com uma "forte aposta no sector produtivo, como forma de criar riqueza".

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