Peão: «Será que foi o Estado que 'tramou' esta geração?»

02-07-2011
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Isto está muito calminho por este blogue. Deve estar tudo de luto pelo FCPorto ter sido campeão. Paciência.De qualquer forma, e para irritar um bocadinho as hostes :), gostava que alguém à esquerda comentasse os artigos do Vasco Pulido Valente no "Público" de sábado e do Francisco Sarsfield Cabral na edição de hoje.A pergunta do título do post é, obviamente, uma provocação. Mas merece reflexão séria, quanto mais não seja para as pessoas da nossa geração, à esquerda, decidirem se é este o "Estado social" que querem; e se este é um "Estado social" que mereça ser defendido com a "resistência" do costume; se não é este o "Estado social" que, ao criar boas condições para uns, não produz a precariedade para outros. Ou seja, se a mesma precariedade que preocupa legitimamente tantos não é tanto criada unilateralmente apenas pelo mercado, mas em larga medida pela atitude que o Estado e as pessoas que este protege têm perante o mercado. É porque quando o Estado atinge o tecto de protecção - assimétrica - que pode conferir, e o mercado tem regulações desnecessárias e por isso não funciona (e não funciona as mais das vezes para proteger uns quantos insiders), haverá sempre um grande grupo que fica "a meio caminho de lado nenhum": o "precariado".P.S. - Para não aparecer o discurso que em Portugal os mercados já são "desregulados" e que estamos "tomados pelo neo-liberalismo", o quadro seguinte, que correlaciona o nível de regulação no mercado de trabalho com o nível de regulação no mercados de diferentes mercadorias num conjunto de países da OCDE, deve desfazer as dúvidas. O quadro (clickar para aumentar) é retirado daqui.


Isto está muito calminho por este blogue. Deve estar tudo de luto pelo FCPorto ter sido campeão. Paciência.De qualquer forma, e para irritar um bocadinho as hostes :), gostava que alguém à esquerda comentasse os artigos do Vasco Pulido Valente no "Público" de sábado e do Francisco Sarsfield Cabral na edição de hoje.A pergunta do título do post é, obviamente, uma provocação. Mas merece reflexão séria, quanto mais não seja para as pessoas da nossa geração, à esquerda, decidirem se é este o "Estado social" que querem; e se este é um "Estado social" que mereça ser defendido com a "resistência" do costume; se não é este o "Estado social" que, ao criar boas condições para uns, não produz a precariedade para outros. Ou seja, se a mesma precariedade que preocupa legitimamente tantos não é tanto criada unilateralmente apenas pelo mercado, mas em larga medida pela atitude que o Estado e as pessoas que este protege têm perante o mercado. É porque quando o Estado atinge o tecto de protecção - assimétrica - que pode conferir, e o mercado tem regulações desnecessárias e por isso não funciona (e não funciona as mais das vezes para proteger uns quantos insiders), haverá sempre um grande grupo que fica "a meio caminho de lado nenhum": o "precariado".P.S. - Para não aparecer o discurso que em Portugal os mercados já são "desregulados" e que estamos "tomados pelo neo-liberalismo", o quadro seguinte, que correlaciona o nível de regulação no mercado de trabalho com o nível de regulação no mercados de diferentes mercadorias num conjunto de países da OCDE, deve desfazer as dúvidas. O quadro (clickar para aumentar) é retirado daqui.

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