Mau Tempo no Canil: Lisboa

02-02-2012
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As últimas eleições autárquicas foram reveladoras. Para os lisboetas porque descobriram como uma campanha desastrosa pode trucidar um candidato. Para mim, que já conhecia a vaidade do candidato socialista, porque revelaram o carácter de Carmona Rodrigues. Foi de facto paradoxal que no momento em que Carmona Rodrigues chamou "grande ordinário" a Carrilho, eu tenha ficado com a impressão que o futuro presidente da Câmara não era muito melhor que o seu oponente. Optando por uma estratégia de silêncio e simpatia, sublinhando sempre o contraste entre a sua condição de engenheiro e a dos políticos profissionais, Carmona já não conseguira esconder a sua irritação em vários momentos da campanha. O túnel do metro, o projecto do Parque Mayer, a situação financeira da câmara foram alguns dos dossiers que facilmente espoletaram a sua ira. Passados poucos meses das eleições, confirmam-se as minhas piores expectativas. As jóias da coroa do património camarário foram vendidas sem alaridos a grandes promotores imobiliários. Não fosse a tentativa de corrupção de José Sá Fernandes, o Vale de Santo António, os terrenos de Alcântara e os da Feira Popular (negócios de mais de 200 milhões de euros) nem sequer teriam feito levantar um sobrolho. O Parque Mayer continua a ser um cartaz com uma foto e o túnel do Metro está na mesma. Depois de passar meses a negociar uma solução de governo com Maria José Nogueira Pinto, não apresentou um único projecto que faça ter esperanças nesta capital cada vez mais abandonada, suja, engarrafada, endividada e incivilizada. Na balança política, parece agora certo que o silêncio e a simpatia pesam mais do que a arrogância e a vaidade. Mesmo que seja Lisboa a sofrer as consequências.

As últimas eleições autárquicas foram reveladoras. Para os lisboetas porque descobriram como uma campanha desastrosa pode trucidar um candidato. Para mim, que já conhecia a vaidade do candidato socialista, porque revelaram o carácter de Carmona Rodrigues. Foi de facto paradoxal que no momento em que Carmona Rodrigues chamou "grande ordinário" a Carrilho, eu tenha ficado com a impressão que o futuro presidente da Câmara não era muito melhor que o seu oponente. Optando por uma estratégia de silêncio e simpatia, sublinhando sempre o contraste entre a sua condição de engenheiro e a dos políticos profissionais, Carmona já não conseguira esconder a sua irritação em vários momentos da campanha. O túnel do metro, o projecto do Parque Mayer, a situação financeira da câmara foram alguns dos dossiers que facilmente espoletaram a sua ira. Passados poucos meses das eleições, confirmam-se as minhas piores expectativas. As jóias da coroa do património camarário foram vendidas sem alaridos a grandes promotores imobiliários. Não fosse a tentativa de corrupção de José Sá Fernandes, o Vale de Santo António, os terrenos de Alcântara e os da Feira Popular (negócios de mais de 200 milhões de euros) nem sequer teriam feito levantar um sobrolho. O Parque Mayer continua a ser um cartaz com uma foto e o túnel do Metro está na mesma. Depois de passar meses a negociar uma solução de governo com Maria José Nogueira Pinto, não apresentou um único projecto que faça ter esperanças nesta capital cada vez mais abandonada, suja, engarrafada, endividada e incivilizada. Na balança política, parece agora certo que o silêncio e a simpatia pesam mais do que a arrogância e a vaidade. Mesmo que seja Lisboa a sofrer as consequências.

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