"Os moradores dos bairros dos Lóios e Amendoeiras, em Chelas, Lisboa - que ontem se manifestaram ruidosamente à porta da Secretaria de Estado do Ambiente, do Ordenamento, do Território e das Cidades, para contestar o aumento de rendas - abandonaram o protesto com a garantia de que o problema será resolvido durante o mês de Maio.Gabriela Freitas, chefe do gabinete do secretário de Estado, terá dito a uma delegação de moradores, acolhida nas instalações, que o dossiê está a ser estudado para que seja "encontrada uma solução com fundamentos, sem pés de barro". Até lá, continuou a responsável, a Secretaria aguarda o parecer de uma entidade que foi chamada a pronunciar-se sobre o assunto."Corrupção na habitação, pelas mãos da Fundação", "Chelas unida, jamais será vencida", ou ainda "Património mal doado, deve voltar ao Estado", foram algumas das palavras de ordem gritadas pelos moradores ou exibidas em cartazes, alguns com letras garrafais, numa manifestação que chegou a juntar cerca de 500 pessoas. Prometem voltar aos protestos no dia 25 de Abril.Em causa está o aumento das rendas nestes dois bairros da zona oriental de Lisboa, provocados pela transferência de 1400 fogos do organismo estatal IGAPHE para a Fundação D. Pedro IV. Um aumento que consideram "brutal" e que mexe com a vida de cerca de cinco mil pessoas, muitas de parcos recursos.Câmara será "mediadora"Os moradores entregaram uma moção na Secretaria de Estado onde exigem, entre outras matérias, que a gestão dos bairros volte ao Estado, a reabilitação do edificado com análise prévia do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, a extinção da Fundação D. Pedro IV. Pretendem ainda a possibilidade de aquisição das casas ou mesmo o título de propriedade para rendas pagas durante 30 anos. Entretanto, a vereadora Maria José Nogueira Pinto, que tutela o pelouro da Habitação Social na Câmara Municipal de Lisboa, revelou que vai reunir-se, amanhã, com o secretário de Estado do Turismo para abordar a questão dos bairros dos Lóios e Amendoeiras.Maria José Nogueira Pinto adiantou que vai entregar ao Governo um documento onde são identificadas "um conjunto de incorrecções e irregularidades" no âmbito da polémica transferência destas habitações para a Fundação D. Pedro IV.Embora o assunto não diga directamente respeito à autarquia, a vereadora aceitou assumir o papel de "mediadora" na resolução deste problema, que tanto tem revoltados os moradores."in Jornal de Notícias, 20/Abril/2006
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"Os moradores dos bairros dos Lóios e Amendoeiras, em Chelas, Lisboa - que ontem se manifestaram ruidosamente à porta da Secretaria de Estado do Ambiente, do Ordenamento, do Território e das Cidades, para contestar o aumento de rendas - abandonaram o protesto com a garantia de que o problema será resolvido durante o mês de Maio.Gabriela Freitas, chefe do gabinete do secretário de Estado, terá dito a uma delegação de moradores, acolhida nas instalações, que o dossiê está a ser estudado para que seja "encontrada uma solução com fundamentos, sem pés de barro". Até lá, continuou a responsável, a Secretaria aguarda o parecer de uma entidade que foi chamada a pronunciar-se sobre o assunto."Corrupção na habitação, pelas mãos da Fundação", "Chelas unida, jamais será vencida", ou ainda "Património mal doado, deve voltar ao Estado", foram algumas das palavras de ordem gritadas pelos moradores ou exibidas em cartazes, alguns com letras garrafais, numa manifestação que chegou a juntar cerca de 500 pessoas. Prometem voltar aos protestos no dia 25 de Abril.Em causa está o aumento das rendas nestes dois bairros da zona oriental de Lisboa, provocados pela transferência de 1400 fogos do organismo estatal IGAPHE para a Fundação D. Pedro IV. Um aumento que consideram "brutal" e que mexe com a vida de cerca de cinco mil pessoas, muitas de parcos recursos.Câmara será "mediadora"Os moradores entregaram uma moção na Secretaria de Estado onde exigem, entre outras matérias, que a gestão dos bairros volte ao Estado, a reabilitação do edificado com análise prévia do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, a extinção da Fundação D. Pedro IV. Pretendem ainda a possibilidade de aquisição das casas ou mesmo o título de propriedade para rendas pagas durante 30 anos. Entretanto, a vereadora Maria José Nogueira Pinto, que tutela o pelouro da Habitação Social na Câmara Municipal de Lisboa, revelou que vai reunir-se, amanhã, com o secretário de Estado do Turismo para abordar a questão dos bairros dos Lóios e Amendoeiras.Maria José Nogueira Pinto adiantou que vai entregar ao Governo um documento onde são identificadas "um conjunto de incorrecções e irregularidades" no âmbito da polémica transferência destas habitações para a Fundação D. Pedro IV.Embora o assunto não diga directamente respeito à autarquia, a vereadora aceitou assumir o papel de "mediadora" na resolução deste problema, que tanto tem revoltados os moradores."in Jornal de Notícias, 20/Abril/2006