Câmara Corporativa: Um dia de vergonha na Assembleia da República

07-07-2011
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• Editorial do Público com o título Um dia de vergonha na Assembleia: 'Ontem foi um dia de vergonha para o Parlamento e para o sistema político. Numa estranha coligação táctica, PSD, PP, Bloco e PCP juntaram-se para revogar uma das políticas emblemáticas do Governo, o modelo de avaliação dos professores. Num ápice, a pulsão destrutiva da maioria parlamentar sobrepôs-se a anos de estudos, de discussões, de negociações, de manifestações e de greves. Não se sabe muito bem se a mola real desta coligação foi o desejo de cativar a força eleitoral da classe docente, mas adivinha-se, isso sim, que vai alimentar a ideia de que as políticas públicas estão reféns dos interesses conjunturais e das estratégias partidárias. E se nesta triste história de facilitismo os partidos dos extremos do sistema político se mantiveram fiéis às suas teses, a memória do PSD neste processo exigiria outra atitude. Em primeiro lugar porque o PSD sempre se distanciou das tentativas de revogar a avaliação; em segundo, porque, mesmo querendo mudar, o partido tinha de saber esperar pela próxima legislatura. Dizem os seus responsáveis que a votação de ontem estava agendada, que nada teve a ver com o novo contexto criado com a demissão do Governo. Talvez, mas ao nada fazer para suspender a votação, o PSD e os seus parceiros de manobra acordaram numa revogação à socapa, talvezesperando colher a satisfação dos professores e o alheamento dos restantes cidadãos. Não é isso que acontecerá, nem é isso que deve acontecer. Matar um modelo de avaliação e pedir hipocritamente ao Governo que negoceie com os sindicatos um substituto num prazo de seis meses é hipócrita, irresponsável e indecente. Como o gesto digno de José Pacheco Pereira teve o condão de revelar.'


• Editorial do Público com o título Um dia de vergonha na Assembleia: 'Ontem foi um dia de vergonha para o Parlamento e para o sistema político. Numa estranha coligação táctica, PSD, PP, Bloco e PCP juntaram-se para revogar uma das políticas emblemáticas do Governo, o modelo de avaliação dos professores. Num ápice, a pulsão destrutiva da maioria parlamentar sobrepôs-se a anos de estudos, de discussões, de negociações, de manifestações e de greves. Não se sabe muito bem se a mola real desta coligação foi o desejo de cativar a força eleitoral da classe docente, mas adivinha-se, isso sim, que vai alimentar a ideia de que as políticas públicas estão reféns dos interesses conjunturais e das estratégias partidárias. E se nesta triste história de facilitismo os partidos dos extremos do sistema político se mantiveram fiéis às suas teses, a memória do PSD neste processo exigiria outra atitude. Em primeiro lugar porque o PSD sempre se distanciou das tentativas de revogar a avaliação; em segundo, porque, mesmo querendo mudar, o partido tinha de saber esperar pela próxima legislatura. Dizem os seus responsáveis que a votação de ontem estava agendada, que nada teve a ver com o novo contexto criado com a demissão do Governo. Talvez, mas ao nada fazer para suspender a votação, o PSD e os seus parceiros de manobra acordaram numa revogação à socapa, talvezesperando colher a satisfação dos professores e o alheamento dos restantes cidadãos. Não é isso que acontecerá, nem é isso que deve acontecer. Matar um modelo de avaliação e pedir hipocritamente ao Governo que negoceie com os sindicatos um substituto num prazo de seis meses é hipócrita, irresponsável e indecente. Como o gesto digno de José Pacheco Pereira teve o condão de revelar.'

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