De Rerum Natura

28-01-2012
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Considerando a importância da 
linguagem no
desenvolvimento cognitivo, nomeadamente na produção e verbalização de abstracções, vemos com preocupação o seu empobrecimento no quotidiano. 

Generaliza-se o recurso a
imagens, siglas e códigos, tudo simplificado e convencionado por este ou aquele grupo. São as “linguagens” paralelas, empobrecidas, em que o referente comum se dilui, dando lugar a referentes particulares.

As trocas de informação são condicionadas à mediação do telemóvel e do computador, onde aquilo que se procura (palavras ou imagens) já está seleccionado e pronto a ser utilizado por um emissor que não sabe como dizer, mas tem uma ideia do que quer dizer. Não dominar o como se diz perturba necessariamente o que se quer dizer, pelo que o descuido da comunicação com exigência conceptual, num tempo e espaço partilhados só pode agravar o domínio da língua.

As palavras perdem os seus significados ou perdem-se, mesmo, elas próprias. O resultado é a dificuldade, ou impossibilidade, de se conseguir a expressão de pensamentos mais elaborados ou de sentimentos, de se chegar a um entendimento razoável. É a possibilidade de se chegar ao eu e ao outro que fica em causa.

Helena Damião e Ana Grave

Na imagem: reprodução de um quadro de Marc Chagall. 


Considerando a importância da 
linguagem no
desenvolvimento cognitivo, nomeadamente na produção e verbalização de abstracções, vemos com preocupação o seu empobrecimento no quotidiano. 

Generaliza-se o recurso a
imagens, siglas e códigos, tudo simplificado e convencionado por este ou aquele grupo. São as “linguagens” paralelas, empobrecidas, em que o referente comum se dilui, dando lugar a referentes particulares.

As trocas de informação são condicionadas à mediação do telemóvel e do computador, onde aquilo que se procura (palavras ou imagens) já está seleccionado e pronto a ser utilizado por um emissor que não sabe como dizer, mas tem uma ideia do que quer dizer. Não dominar o como se diz perturba necessariamente o que se quer dizer, pelo que o descuido da comunicação com exigência conceptual, num tempo e espaço partilhados só pode agravar o domínio da língua.

As palavras perdem os seus significados ou perdem-se, mesmo, elas próprias. O resultado é a dificuldade, ou impossibilidade, de se conseguir a expressão de pensamentos mais elaborados ou de sentimentos, de se chegar a um entendimento razoável. É a possibilidade de se chegar ao eu e ao outro que fica em causa.

Helena Damião e Ana Grave

Na imagem: reprodução de um quadro de Marc Chagall. 

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